O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados divulgou ontem (10) que, nos últimos dois meses, mais de 1.400 pessoas morreram em naufrágios, durante o caminho de saída da Líbia para fugir das guerras.

A porta-voz da entidade, Melissa Fleming, apelou aos países europeus que estabeleçam um mecanismo de resgate no Mar Mediterrâneo para oferecer assistência às embarcações da Líbia rumo à Europa. Ela também pediu aos capitães de diversos países que ofereçam ajuda aos refugiados que correm risco de naufrágio.

Nos últimos dois meses, um total de 12,3 mil pessoas embarcaram na Itália e Malta via rotas marítimos.

Fonte: CRI

Otan é acusada de ignorar barco de imigrantes à deriva

A Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) e polícias marítimas de países europeus foram acusadas ontem de ter abandonado à deriva no Mar Mediterrâneo uma embarcação de imigrantes provenientes de Trípoli, na Líbia. O episódio teria ocorrido entre 25 de março e 10 de abril e causado a morte, por inanição, de 61 imigrantes - entre os quais mulheres, crianças e refugiados políticos que fugiam do conflito na Líbia. A Organização das Nações Unidas (ONU) também investiga o desaparecimento de um barco que partiu da Líbia com 600 imigrantes.

A revelação foi feita ontem pelo jornal britânico The Guardian. Durante 16 dias, um barco proveniente da Líbia com 72 pessoas a bordo ficou à deriva quando tentava alcançar a ilha italiana de Lampedusa. Dois dos 11 sobreviventes afirmaram que ao menos um barco da Guarda Costeira da Itália, um helicóptero militar e um porta-aviões da Otan, além de dois aviões caça, ignoraram os apelos por socorro durante o período de deriva, causado por uma pane seca decorrente de um vazamento de combustível. Sem alimento e água, as mortes se sucederam, obrigando os sobreviventes a jogar os corpos ao mar.

"Toda manhã, acordávamos e encontrávamos mais corpos, que deixávamos por 24 horas a bordo, antes de jogá-los para fora do barco", declarou ao jornal britânico Abu Kurke, um dos sobreviventes. Entre os mortos, estavam imigrantes de Etiópia, Nigéria, Eritreia e Sudão. Ao todo, haveria 20 mulheres a bordo e 2 crianças, entre as quais um bebê de 1 ano de idade. A porta-voz da Otan, Carmen Romero, disse que o único navio sob o comando da aliança nessa data estava a mais de cem milhas náuticas da costa.

Fonte: Diário do ABC