As duas naves foram lançadas em 1977 e são responsáveis por colher alguns dos dados mais extraordinários da história da Nasa. Elas agora estão a mais de 14 bilhões de quilômetros da Terra, se aproximando do limite do Sistema Solar.
As sondas Voyager continuam enviando dados para o centro de controle da Nasa, no Estado americano no Texas. Cada mensagem demora 16 horas para atravessar a distância no espaço.
Nas palavras do astrônomo Eugene Parker, da Universidade de Chicago, a fronteira do Sistema Solar possui atividades energéticas intensas, como se fosse uma "banheira de hidromassagem agitada".
Vários fragmentos de campos magnéticos passam como uma espécie de "vento" pelas sondas. Este processo está formando bolhas de magnetismo com dezenas de milhares de quilômetros de largura.
Os pesquisadores afirmam que estas descobertas têm impacto na forma como se entende os raios cósmicos – que são as tempestades de partículas de alta energia que se aceleram na direção da Terra, oriundas de explosões de estrelas e buracos-negros.
É provável que a massa de estruturas magnéticas torne o Sistema Solar mais poroso e suscetível a raios cósmicos.
Nova missão
A observação é de interesse não só para astrônomos, como também para astronautas – que precisam se precaver contra os efeitos dos raios cósmicos na sua saúde – e para engenheiros – preocupados em construir naves e componentes resistentes às partículas de alta energia.
Os pesquisadores foram surpreendidos por alguns dos dados revelados pelas sondas Voyage. Eles esperavam que os limites do Sistema Solar seriam mais serenos e com menos atividades magnéticas.
Esta é mais uma demonstração entre tantas das capacidades extraordinárias das sondas Voyagers, que continuam gerando dados e novos questionamentos mais de três décadas depois de seus lançamentos.
A Voyager 1 chegou ao espaço no dia 5 de setembro de 1977, e a Voyager 2, no dia 20 de agosto do mesmo ano.
A missão inicial das sondas era pesquisar os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. A tarefa foi completada em 1989. Elas então foram direcionadas rumo ao centro da Via Láctea.
O professor Ed Stone, que trabalha com as Voyager desde o começo da missão, diz que nenhuma outra operação durou tanto tempo. Já são 33 anos de funcionamento, e a Voyager ainda possui energia suficiente para durar mais uma década.
Em 24 de novembro de 2007, o Apolo11 publicou uma matéria sobre os 30 anos das naves Voyager 1 e 2. Na ocasião, as sondas estavam há 15 bilhões de km de distância de nós. Passados três anos, a Voyager 1 atingiu a impressionante marca de 17.4 bilhões de quilômetros e é o objeto humano mais distante da Terra.
A tecnologia da Voyager é rudimentar para os padrões de hoje. Os transmissores consomem a energia equivalente a de uma lâmpada comum. Um telefone celular moderno possui 10 milhões de vezes mais memória do que a Voyager.
A sua nova missão é explorar os limites do Sistema Solar. Os cientistas não têm certeza sobre o limite final do Sistema, onde começaria uma zona de espaço inter-estelar.
Fonte: UOL
0 Comentários