A revelação ocorre 24 horas depois de o juiz Mario Carroza, que investiga as causas da morte do falecido líder (1970-1973), ter interrogado o chefe da Força Aérea do Chile (FACH), Fernando Matthei, que negou conhecer os nomes dos pilotos responsáveis pelo ataque.
Em uma coluna publicada nesta quarta-feira no diário eletrônico El Mostrador, Labarca divulga os nomes e descreve com detalhes inéditos o ataque dos caças Hawker Hunter, que destruíram a parte norte do edifício, sede do Executivo.
O escritor chileno relata que o primeiro disparo foi feito pelo tenente Ernesto Amador González Yarra, cujo nome de combate era "Pequim". "González conseguiu perfurar a porta principal de La Moneda com precisão, motivo pelo qual gozou de grande prestígio na FACH até sua morte, em 1995", precisou.
"O segundo avião que atacou La Moneda era pilotado por Fernando Rojas Vender, com nome de combate "Rufião", que chegou a ser comandante-em-chefe da instituição entre 1995 e 1999.
Labarca precisa em sua coluna que o ataque foi coordenado em terra pelo operador aéreo, o comandante Enrique Fernández Cortez ("Gato"). Labarca, autor do livro "Salvador Allende. Biografia Sentimental", disse que obteve estes dados mediante entrevistas feitas no fim da década de 1970 na Inglaterra e na Escócia com dois oficiais e 18 suboficiais da FACH e da Marinha que haviam sido detidos, torturados e expulsos dessas instituições por não estarem de acordo com o golpe militar.
O escritor assegurou que eles mencionaram os nomes dos pilotos dos caças Hawker Hunter que decolaram do aeroporto Carriel Sur, na cidade de Concepción, com a missão de destruir as antenas das rádios que apoiavam Salvador Allende e disparar seus foguetes contra o Palácio de La Moneda e a residência presidencial de Tomás Moro, em Santiago.
Labarca narra em sua coluna que o oficial líder da operação foi o coronel Mario López Tobar ("Libra"), comandante do Grupo 7 e piloto do Avião 1, que anos mais tarde escreveu um livro sobre a missão, mas sem dar nomes. O ataque teria começado com o bombardeio de cinco antenas, contando com a participação do próprio López Tobar e de outros três aviões.
A investigação sobre a morte de Salvador Allende surgiu de uma das mais de 700 querelas apresentadas há alguns meses à Justiça chilena para esclarecer casos relacionados com eventuais violações dos direitos humanos que não foram analisadas anteriormente pela Justiça.
Allende, segundo a versão mais difundida, inclusive por testemunhas, teria tirado a própria vida em seu escritório, enquanto o Palácio de La Moneda era incendiado, mas também há versões que asseguram que o ex-líder foi alvejado pelos militares.
Fonte: Terra
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