O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, disse que a chamada “guerra cambial” em curso entre alguns países é prejudicial à economia global.

Alguns países têm sido criticados por supostamente manter suas moedas artificialmente desvalorizadas, o que gera vantagens no comércio internacional, tornando suas exportações mais competitivas. Um dos principais alvos das críticas é a China, que sofre pressões, principalmente por parte dos Estados Unidos, para permitir a valorização de sua moeda, o yuan.

Mantega e Meirelles

Strauss-Kahn já havia alertado, em entrevista ao diário financeiro britânico Financial Times, que a ideia de uma guerra cambial poderia colocar em risco a recuperação da economia global, ainda lenta.

A existência dessa guerra também foi mencionada na semana passada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Essas declarações acabaram atraindo atenção mundial para o tema.

Na ocasião, Mantega disse que países como Japão e Estados Unidos, ao permitir a desvalorização de suas moedas, acabavam roubando mercados de economias com bom desempenho, como a brasileira. Mantega anunciou o aumento de 2% para 4% da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para aplicações de estrangeiros no mercado de renda fixa no Brasil.

A medida tem o objetivo de reduzir o fluxo de capital de curto prazo em aplicações financeiras. O Brasil, assim como outros países da América Latina, tem recebido grandes volumes de capital estrangeiro, atraído pelas altas taxas de juros do país.

Essa entrada de capital estrangeiro tem impacto direto na valorização do real em relação ao dólar, o que acaba encarecendo as exportações brasileiras e fazendo com que os exportadores percam competitividade internacional.

China

Apesar de a mencionada guerra cambial envolver diversos países, um dos principais focos da reunião anual do FMI e do Banco Mundial deve ser a questão da moeda chinesa.

Os Estados Unidos vêm pressionando a China a permitir a valorização de sua moeda. Muitos países acusam a China de manter o yuan artificialmente desvalorizado, permitindo maior competitividade a suas exportações.

Fonte: BBC online – [link]