O equipamento é uma ampla e radical evolução do conjunto lançador de foguetes livres Astros II, o maior sucesso de vendas da empresa. Segundo o Palácio do Planalto, o ato presidencial "indica com clareza a disposição do governo de prestigiar a indústria nacional de material de Defesa".
No novo conceito, a arma passa a incorporar um míssil de cruzeiro com alta precisão e alcance de 300 quilômetros, o AV-TM, e munições com maior poder de fogo, alcance e cabeças de guerra capazes de transportar dezenas de granadas, que são dispersadas sobre o alvo. Um míssil antiblindagem, o FOG, também passa a ser padrão do conjunto. O principal avanço, todavia, é na área eletrônica, toda digital.
Durante um ensaio realizado no dia 21 de julho, no Campo de Instrução de Formosa (GO), a 80 quilômetros de Brasília, foram empregados os blindados de comando e controle que serão parte da versão avançada, a 2020.
O investimento total no projeto está estimado em R$ 1,92 bilhão - valor distribuído ao longo de seis anos. Os recursos liberados pela presidente Dilma vão ajudar a resolver a situação financeira da Avibrás, atualmente sob regime de recuperação judicial. Isso será feito com a garantia da aquisição do sistema Astros 2020, pelo Exército. Outra medida em andamento é a capitalização por meio do refinanciamento de seus débitos, pelo governo, nos termos do Refis.
Sociedade. Outra providência faz da União sócia da empresa, na proporção de 15% a 25%. Não haverá aporte direto de dinheiro. Na forma prevista na Lei 11941/09, a presença dos recursos será efetivada pela conversão das dívidas da Avibrás. Segundo o presidente do grupo, engenheiro Sami Hassuani, "o processo de participação do governo tem tamanho - 1,2 mil páginas, a soma do texto principal e dos 12 documentos anexos."
A Avibrás entrou em recuperação judicial em julho de 2008. O valor do processo, cerca de R$ 500 milhões, foi superado pelo cumprimento de um rico contrato firmado com a Malásia, para fornecimento de baterias, munições e equipamentos de apoio da última geração do lançador de foguetes Astros-II, carro-chefe do grupo.
O sistema brasileiro é o principal recurso dissuasório da força terrestre malaia na região de tensão permanente no sudeste asiático. A encomenda foi entregue em dezembro de 2009.
Fonte: Estadão
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