"Sim, é certo que escapou", declarou o líder rebelde à AFP em Benghazi, "capital" da rebelião na Líbia. Filho mais velho de Kadafi, fruto do primeiro casamento do coronel, Mohamad conseguiu fugir graças à ajuda de uma brigada de homens fiéis a seu pai, segundo a emissora Al Jazeera, informou a EFE.
Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.
A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.
Fonte: Terra
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A “queda” de Kadafi e a disputa pelos recursos da África
por Luiz Carlos Azenha
Kadafi, Assad, dois ditadores repugnantes.
Não menos repugnantes, no entanto, que alguns democratas do Ocidente. George W. Bush, por exemplo, que matou milhares de pessoas sob o falso argumento de que pretendia conter a proliferação de armas de destruição em massa no Iraque.
Não menos repugnantes, Kadafi e Assad, que alguns ditadores que o Ocidente ama apoiar.
Não é preciso ir longe para descobrir a hipocrisia: ditaduras do Golfo Pérsico “promovem” a democracia na Líbia, ao mesmo tempo em que massacram, silenciam ou desconhecem a oposição em casa (a escolha é sua).
O mesmo vale para a Arábia Saudita, que invadiu um vizinho para “promover” a estabilidade que interessa a Washington, Paris e Londres.
Assim é a realpolitik, para além das belíssimas declarações de intenções publicadas nos jornais.
Não podemos deixar de notar, no entanto, especialmente no caso da Líbia, que foram abertos alguns precedentes preocupantes:
1. A autorização dada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas foi utilizada para promover a troca de regime.
2. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) deu mais um passo para se tornar uma espécie de polícia da globalização.
A cobertura que a mídia brasileira faz da África é tão bisonhamente fraca que nossos jornalistas e comentaristas acabam simplesmente reproduzindo a opinião alheia, de matriz estadunidense ou europeia, como se fosse verdade absoluta, justamente no momento em que o Brasil busca e precisa de uma política externa soberana e independente, que expresse seu novo papel na economia mundial. Isso está na raiz, inclusive, da incompreensão que a política do Itamaraty desperta em alguns setores da sociedade brasileira. São setores que não conseguem dissociar os interesses do Brasil daqueles de nossas metrópoles. É a turma da genuflexão automática.
Kadafi era um ator importante nos negócios africanos. A Líbia era um dos grandes investidores no continente, derivando daí o apoio obtido por Kadafi dentro da União Africana. No contexto regional, as posições do ditador líbio eram, vamos dizer, “nacionalistas”.
O projeto de Kadafi, montado em seus bilhões de dólares do petróleo, era ancorar a Líbia firmemente nas instituições africanas, apesar das óbvias diferenças históricas, étnicas e culturais entre o norte árabe do continente e a África subsaariana.
http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/a-queda-de-kadafi-e-a-disputa-pelos-recursos-da-africa.html
OTAN = PIRATAS DO GROUP BILDERBERG