Felizmente não ventava em 31 de agosto de 1911. Do contrário, nada teria sobrado do "Spin", aeronave feita de lona, madeira e muito arame por Antony Fokker.Comemorava-se o aniversário da rainha Wilhelmina e Anthony Fokker inaugurou sua invenção sobrevoando a torre da Igreja de Sint Bavokerk, em Haarlem, cidade ao norte de Amsterdã.
O jovem de 21 anos, que abandonou o ensino médio para se dedicar totalmente ao seu hobby, tornou-se um aviador mundialmente conhecido. Sua primeira fábrica foi construída em 1912 na Alemanha, nos arredores de Berlim. Lá ele desenhou seu avião de caça, que serviu aos alemães na I Guerra Mundial.
Avião de guerra
Fokker foi o primeiro a acoplar uma metralhadora aos cilindros do motor, no qual os projéteis eram disparados através das lâminas das hélices. Graças à sua técnica, os aviões-caça conseguiam atirar em linha reta sem atingir a própria hélice.
Após a rendição alemã, em 1918, Fokker contrabandeou 220 aeronaves de sua fábrica na Alemanha para a Holanda. Dessa forma ele preveniu que eles fossem tomados pelos aliados, que estavam desarmando o país. A Holanda, que permaneceu neutra nessa guerra, não se sentia confortável com esse passado de Fokker. Quando, em 1919, Fokker estabelece sua fábrica de aviões, em Amsterdã, utiliza o nome de Nederlandse Vliegtuigenfabriek (Fábrica Holandesa de Aviões).
Nos anos 1920, Fokker tornou-se conhecido, principalmente, pela construção de aviões de passageiros, como o pequeno F VII. Essa aeronave faz, entre outros, o primeiro vôo sobre o Oceano Pacífico entre os Estados Unidos e a Austrália. Foi com um F VII que a KLM fez o primeiro vôo de Amsterdã para Batávia, a atual capital indonésia, Jacarta.
General Motors
Anthony Fokker imigrou em 1923 para os Estados Unidos, onde fundou a susidiária Atlantic Aircraft Corporation. No final dos anos 1920 era ele quem mais construía aviões no mundo. Mas após a fusão com a General Motors ele foi para os bastidores. Ele pediu demissão compulsória em 1931, vindo a falecer em Nova York em 1939.
A empresa Fokker continuou se desenvolvendo após a guerrra com aeronaves de sucesso mundial, como o F27 “Friendship” e depois o F28 “Fellowship”, provido de turbinas. Mas a relativamente pequena Fokker não consegue concorrer internacionalmente. Após a compra pela alemã DASA, a empresa foi declarada falida em 1996. Mas nem tudo foi perdido, frisa o especialista em aviação Anne Cor Groeneveld:
“Ao grande progresso que a indústria de aviação fez em nosso país, o desaparecimento da Fokker é um dos pontos mais célebres. A Stork mantém o nome Fokker e ainda possui alguns produtos Fokker. Mas não temos mais a construção autônoma de aviões Fokker nesse país”.
Rekkof no Brasil
No entanto, alguns ex-funcionários da Fokker, sob o comando do empresário Jaap Rosen Jacobson, trabalham em silêncio sob o nome de Rekkof. Eles querem trazer uma versão moderna do Fokker F100 ao mercado. Esse ano foi assinado com o governo do estado de Goiás, no Brasil, um contrato de instalação de uma fábrica na cidade de Anápolis. A planta começa a ser construída em agosto desse ano e deve iniciar a produção até julho de 2014. Se a fábrica realmente construída, a Fokker voltará a existir. Mas, como a 100 anos atrás, fora da Holanda.
Fonte: Radio Nederland
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