Segundo Amorim, atualmente o equivalente a 1,39% de todas as riquezas produzidas no país por um ano é investido no setor de defesa. Nos últimos anos, a média era de 1,5%. Enquanto a média mundial gira em torno de 2,6%, a Índia gasta 2,8% de seu PIB e a China destina 2,2%. A África do Sul, que também é membro do bloco, emprega 1,3% do PIB, semelhante ao Brasil.
O pedido de Amorim foi de auxílio por mais verbas ao setor. Embora o Brasil seja um país pacífico, ele analisa que a nação não pode abrir mão da defesa de suas riquezas, especialmente em um contexto de exploração de reservas de petróleo da camada pré-sal, no oceano Atlântico. Ele citou a Amazônia e a produção de alimentos como preocupações da pasta.
"Há muitos setores da opinião pública que veem a defesa com os olhos do passado, quando o Brasil tinha papel secundário na ordem mundial", disse. Amorim acredita que é preciso conquistar apoio da sociedade para que os investimentos sejam realizados.
Caças
Entre as iniciativas que podem despender grande quantidade de recursos está a compra de caças para a FAB. O estado dos aviões de combate disponíveis é o principal argumento para a aquisição. Segundo Amorim, até o fim de 2013, nenhum dos 12 caças Mirages da FAB terão condições plenas de funcionamento.
O tempo de produção e entrega desse tipo de aeronave demanda que a decisão seja tomada antecipadamente. "É algo realmente muito urgente, muito importante. A necessidade de defesa da Amazônia, das fronteiras, impõe que nós tenhamos uma aviação de caças adequada", afirmou o ministro da Defesa. O tema ainda demanda discussão mais aprofundada com Dilma.
Amorim mostrou sintonia à linha adotada pelo governo de que a escolha do caça não depende apenas do preço do equipamento, mas da disposição dos concorrentes em transferir tecnologia ao país. "Em defesa, o barato sai caro", ponderou. "Há atenção prioritária à transferência de tecnologia. Não apenas a promessas de transferências de tecnologia, mas a questões contratuais e à presença de empresas brasileiras no processo de transferência", detalhou.
A compra dos caças é uma reivindicação colocada na pauta do Ministério da Defesa há pelo menos dois anos. O ex-ministro Nelson Jobim via na questão uma de suas prioridades, mas em decorrência da polêmica e da eleição do ano passado, a decisão foi adiada. Com o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, promovido pelo governo federal em fevereiro deste ano, ficaram restritas as possibilidades de que a novela chegasse ao fim em 2011.
Entre os interessados estão a empresa sueca Saab, a francesa Rafale e a norte-americana Boeing. A companhia originária da Suécia chegou a conquistar apoio de parte do movimento sindical brasileiro e de prefeitos da região do ABC paulista, onde uma fábrica poderia ser instalada. Após o agravamento da crise internacional, a empresa passou a enfrentar dificuldades financeiras.
Com informações da Agência Brasil e Agência Senado - Via Rede Brasilia
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