Segundo o hacker, quando o usuário clica no botão “sair” do Facebook, o site deixa no computador um ficheiro que contém informações pessoais e continua a comunicar ao serviço elementos sobre a navegação do internauta.
A culpa parece ser das “cookies”, pequeno ficheiro guardado no disco rígido do computador e no qual são guardadas as informações sobre o perfil do utilizador. O Facebook, como outros sites e serviços utilizam-nas, mas segundo Cubrilovic, quando o utilizador “sai”, a “cookie” não é excluída mas apenas mudada. O utilizador continua a navegar sem saber que as informações estão activas.
“Se nos ligarmos ao Facebook a partir de um computador público, e clicarmos sobre “sair”, deixamos impressões digitais para trás. Pelo que vejo, essas impressões digitais permanecem presentes até que alguém apague manualmente todos as “cookies” do Facebook a partir do computador”, explica Cubrilovic.
“As cookies do Facebook não são utilizadas para espionar os internautas. Não é esse o papel. No entanto, usamos cookies para fornecer um conteúdo personalizado (…) melhorar o nosso serviço ou para proteger os nossos utilizadores e os nossos serviços (por exemplo para nos proteger de negações do serviço ou para solicitar uma segunda autenticação quando o utilizador se conecta a partir de um lugar pouco habitual)”, responde Gregg stefancik, um engenheiro do Facebook, ao artigo de Cubrilovic.
Este debate sobre a utilização das “cookies” pela rede social acontece alguns dias depois da apresentação das novas funcionalidades do Facebook por Mark Zuckerberg, o fundador da rede social, durante a conferência F8 da rede social. Entre as novidades, há a possibilidade de determinados serviços publicarem automaticamente as informações do perfil dos utilizadores – por exemplo, as músicas que estão a ouvir em serviços como o Deezer ou Spotify.
Assim, ao visitar qualquer página que tenha botões ou “widgets” para compartilhar conteúdo no Facebook, os utilizadores podem ser identificados e as suas informações recolhidas, apesar de ter terminado a sessão.
Um engenheiro do Facebook, Arturo Bejar, rapidamente respondeu às acusações de Cubrilovic, comentando na notícia publicada no blog do hacker. Ele afirmou que o Facebook não utiliza estes cookies para rastrear as informações dos usuários e nem utiliza anúncios para vender este tipo de dado para terceiros.
A informação vem à tona em um momento onde o Facebook está na mira da mídia por conta das inovações feitas em seu layout, que também geraram uma certa polêmica. A nova funcionalidade de ouvir música e compartilhar o que está sendo ouvido, por exemplo, é uma maneira de se dar dados às empresas do ramo sem a necessidade de o usuário sequer clicar nos botões de “curtir”.
Se confirmadas as acusações, o Facebook poderá enfrentar sérios problemas com seus internautas, já que esta seria uma grave violação da política de privacidade na rede.
Em nota, o Facebook admitiu que coleta esses dados por causa do modo de funcionamento do botão “Curtir”, mas defendeu-se dizendo que eles são logo apagados. A empresa disse ainda que nenhuma dessas informações é usada em anúncios direcionados.
Fonte: O Globo - Via Blog do Correa Neto
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