Dois dos principais executivos da Boeing estiveram no Brasil em agosto para reforçar o processo de convencimento das autoridades brasileiras a favor da escolha de seu caça F/A-18 Super Hornet no FX-2, o programa que vai escolher um novo aparelho para reequipar os esquadrões da Força Aérea Brasileira (FAB).
Chris Chadwick, presidente da Boeing Military Aircraft, e Chris Raymond, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios & Estratégia, encontraram parlamentares, deram depoimento no Congresso e instalaram um simulador de voo do Super Hornet na entrada da Câmara. Eles também participaram de uma mesa-redonda com jornalistas na capital paulista, esclarecendo dúvidas sobre a participação da empresa na concorrência.

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De acordo com Raymond, o F/A-18 é a melhor escolha para o Brasil porque “tem uma produção garantida, uma performance elevada, muito espaço para novos desenvolvimentos e a possibilidade de uma parceria forte com a indústria brasileira”, Chadwick disse que seja qual for o vencedor da concorrência ele terá que fechar um acordo com a Embraer, que classificou como uma empresa com “capacidades fenomenais”. “Temos muitas áreas complementares”, garantiu.
O presidente afirmou que um exemplo dessa associação poderia ser a integração de armas e sistemas de fabricação brasileira no avião, citando o projeto de modernização do F-5M como um exemplo das possibilidades de um trabalho conjunto Brasil-EUA.
Os executivos destacaram a possibilidade do Brasil se juntar ao projeto Super Hornet International Roadmap, que propõe uma série de aperfeiçoamentos ao avião atual, como um pod fechado para transporte de armas, aumento na capacidade de estocagem de combustível e na potência dos motores.
A dupla da Boeing procurou afastar os temores de que o Congresso americano poderia barrar a transferência de tecnologias sensíveis ao Brasil. Segundo ele, como medida preventiva, pela primeira vez a instituição aprovou um acordo prévio para permitir o acesso brasileiro aos sistemas. “Foi o resultado de um esforço monumental de nosso governo e mostra a boa vontade do nosso país com o Brasil”, explicou Raymond.
Eles admitiram que os recentes cortes no Orçamento do país – que devem se traduzir numa significativa redução na transferência de recursos para a Defesa – aumentaram ainda mais a importância de um desfecho favorável do negócio para a empresa.
Os dois também encararam de modo positivo as recentes mudanças no Ministério da Defesa, com a troca de Nelson Jobim por Celso Amorim. “Acho que é uma oportunidade para encontrar um novo líder do governo brasileiro”, anunciou o presidente. E concluiu: “teremos a chance de mostrar novamente que queremos uma parceria de longo prazo, e não só um acordo de offset”.

Fonte: Revista Asas