O Sindicato Nacional dos Pilotos de Linha (SNPL) da França declarou que o relatório de especialistas judiciais apresentado nesta semana sobre o acidente do voo AF 447 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo em 1º de junho de 2009, fornece "elementos essenciais" que faltavam ao informe apresentado meses atrás.

"Segundo os especialistas judiciais, após o mau funcionamento das sondas anemométricas, hoje em dia sabemos não apenas que os pilotos não tinham informações sobre a velocidade do avião, mas também que as altitudes que apareciam na cabine não eram as corretas", indicou em um comunicado o SNLP Alpa (presente na Air France).

De acordo com o sindicato, diante de tal situação "os pilotos buscaram recuperar a altitude acreditando que estavam abaixo de sua altitude de cruzeiro". O SNPL expressou sua surpresa pelo fato de o Escritório de Investigações e Análises (BEA) "não ter analisado e nem sequer evocado elementos essenciais em seu informe" intermediário apresentado há alguns meses.

Nestas condições, o SNLP declara-se respaldado em sua decisão de não participar mais das investigações do BEA.

Em seu relatório anterior de etapa - o documento final do BEA será apresentado em 2012 -, os pilotos indicaram que haviam decidido deixar as investigações técnicas do acidente após uma polêmica sobre a decisão de retirar da versão definitiva do documento uma recomendação que envolvia a construtora aeronáutica europeia Airbus. Este informe apontou para uma série de erros dos pilotos.

As investigações técnicas do acidente estão a cargo do BEA. A justiça francesa deve determinar as responsabilidades. Por enquanto, a Air France e a Airbus foram acusadas de homicídio culposo.
Fonte: AFP via Terra - Noticias Sobre Aviação