Os Oficiais da Força Aérea da Indonésia em breve estarão indo as compras no Deserto do Arizona, escolhendo dois esquadrões de usados de aviõs de combate F-16C/D que atualmente estão estocados no “cemitério”, após serem retirados das linhas de frente da Força Aérea dos EUA.

As 30 aeronaves pretendidas virão de graça. Mas seis deles serão canibalizados para fornecerem peças. Os indonésios deverão gastar entre 400 e 600 milhões de dólares com os EUA para modernizar as aeronaves com novos aviônicos e com uma compra de armas e 28 motores Pratt and Whitney.

A busca por aeronaves de segunda-mão, que pertenciam a Força Aérea e Guarda Aérea Nacional dos EUA, é provavelmente a melhor opção da Indonésia neste momento, dado o seu orçamento de defesa limitado, que continua sendo conduzido em pouco mais de 1 por cento do produto interno bruto (PIB).

Em comparação, os gastos de defesa de Cingapura para este ano estão próximos a 4,5 por cento do PIB ao ano. A Malásia mantém acima de 2,5 por cento.

O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, recentemente assinou um contrato de US$ 11 bilhões em gastos de defesa com base entre o ano passado e 2014 para modernizar e manter os sistemas militares primários de defesa. Dois terços do investimento é destinado para os novos equipamentos.

Com o processo de aprovação da aquisição dos F-16 ainda no aguardo junto ao Congresso dos Estados Unidos, o Parlamento da Indonésia está segurando o fechamento do negócio até que esteja satisfeito que o Ministério da Defesa não volte a contar com os EUA como um fornecedor único de equipamentos militares.

A Indonésia tem adotado uma política de diversificação desde o embargo de armas dos EUA entre 1992-2005. Este foi desencadeado por eventos violentos em Timor-Leste, que deixou a força aérea sem uma capacidade genuína de dissuasão e incapaz de responder de forma eficaz ao desastre do tsunami de 2004 em Aceh.

Críticos questionam por que não está sendo dada uma maior prioridade à aeronave de reconhecimento marítimo, barcos oceânicos de patrulha e aviões de transporte, mas protegendo o espaço aéreo de uma nação é uma fonte de orgulho para um militar – e um presidente – preocupados com a soberania nacional.

Ambos os vizinhos mais próximos da Indonésia tem uma força maior na linha de frente, com Cingapura ostentando seis esquadrões de avançados caças F-15SGs e F-16C/Ds e a Malásia equipado com um esquadrão de F/A-18 e um esquadrão de cada um de jatos de fabricação russa Su-30 e MiG-29.

Dentre o inventário menor da Indonésia estão incluídos 10 antigos caças F-16A/Bs, apenas seis dos quais acredita-se estejam operacionais, e um número similar de Su-27SKMs e Su-30MKs adquiridos ao longo dos últimos sete anos para preencher uma grande lacuna na sua defesa aérea.

A Força Aérea tem a intenção de modernizar os já existentes F-16s e comprar mais seis dos caças russos, mas analistas descartam como sendo um declaração fantasiosa do ministro da Defesa, Purnomo Yusgiantoro, que no ano passado ele disse que tinha acabado de comprar pelo menos 180 dos aviões.

Enquanto os caças bimotores russos, com seu alcance de combate de 3.000 km, teriam um sentido táctico para um país arquipélago, eles são caros de manter e a vida útil dos motores é supostamente apenas cerca de metade que a vida de um motor de um caça F-16.

Os indonésios devem portanto fazer a maioria de suas compras na Base Aérea de Davis-Monthan, no Arizona, onde o Grupo de Manutenção e Regeneração Aeroespacial (AMARG) mantém 4.200 aeronaves, algumas que datam da Segunda Guerra Mundial.

A altitude do deserto e as condições áridas permitem linhas abotoadas de aeronaves militares nas instalações maiores que 1,050 hectares, com milhares de jatos permanecendo ao relento por longos períodos sem grave risco de corrosão.

A entrega dos recém modernizados F-16s provavelmente começará em 2014 e vai demorar cerca de três anos para ser concluída. Nesse tempo, a Indonésia também deverá adquirir os 14 radares extras necessários para fornecer uma capacidade de alerta antecipado eficaz em todo o país.

A longo prazo, a Indonésia e a Coreia do Sul concordaram em desenvolver conjuntamente o KF-X, um novo caça multimissão supersônico com capacidades furtivas e um alcance duas vezes maior que o F-16, e que está programado para entrar em serviço com as duas forças aéreas em 2025.

De acordo com um memorando de entendimento assinado no ano passado, a Indonésia vai comprar 50 exemplares das versões monoposto dos caças bimotores, e contribuir com 20 por cento do custo de desenvolvimento avaliado em US$ 4,1 bilhões.

A fabricante de aviões Indonesian Aerospace, que começou a vida como IPTN, surgiu sob o regime New Order do então presidente Suharto, antecipou seu papel na fase de desenvolvimento e, pretende também fabricar de forma conjunta o caça.

Quanto tempo levará para obter os novos caças militares pode ser visto pela velocidade lenta que está levando o processo de aquisição de 10 aeronaves de transporte C-130 Hercules, essencial para que as tropas se desloquem para pontos problemáticos e com necessidade de suprimentos em áreas atingidas no país pelos frequentes desastres naturais.

A Indonésia necessita cerca de 14 aviões de transporte aéreo adicionais, com indicações de que a Royal Australian Air Force (RAAF) vai oferecer cerca de 12 aeronaves C-130Hs restantes de seu inventário, quando estes forem retirados de operação em 2013.

Claramente, o embargo dos EUA teve um efeito nocivo sobre a indonésia. O primeiro C-130 enviado para uma instalação de Oklahoma para ser modernizado a um ano atrás estava tão cheio de corrosão que reparar somente a estrutura básica já estouraria todo orçamento.

Fonte: Jakarta Post – Via: Cavok

Nota: Ainda acho que ao invés de insistirmos nos F-5 deveriamos ter apelado para uns F-16 aos moldes do que fez o Chile.