A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (4), em Bruxelas, na Bélgica, que a Europa "pode contar com o Brasil" para superar a crise financeira.

"Somos parceiros da União Europeia, podem contar com o Brasil", disse a presidente durante declaração conjunta com os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

Conforme a presidente brasileira, o Brasil "está disposto a assumir sua responsabilidade de forma cooperativa", afirmou Dilma em uma declaração à imprensa após reunião da 5ª Cúpula Brasil-União Europeia.

"Queremos afirmar aqui que o êxito da União Europeia é extremamente importante, não só para os europeus, mas para toda a humanidade, e que o Brasil será sempre uma voz solidária com a União Europeia", completou Dilma.

A presidente disse ainda considerar "fundamental" a coordenação política "para enfrentar este momento" de crise.

"É pela dificuldade de construir consensos políticos que o mundo hoje atravessa situações muito difíceis. Tenho certeza de que, com liderança, determinação e sentido de urgência histórica, será possível superar o grave quadro de instabilidade econômica e social e evitar sombrios desdobramentos políticos."

O Brasil integra o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que recentemente se declarou disposto a considerar, se necessário, um apoio, via FMI ou outras instituições financeiras internacionais, para enfrentar os desafios da estabilidade financeira mundial.

A presidente brasileira voltou a afirmar que a "saída da crise somente virá pelo estímulo ao crescimento econômico, por políticas de estabilidade macroeconômicas, conjugado a políticas sociais de geração de renda e emprego".

"Não faz sentido só a adoção de ajustes recessivos. É necessário que se façam e se tomem medidas macroeconômicas e, ao mesmo tempo, se busque o combate firme ao desemprego, para que as populações não percam esperança no futuro", disse Dilma, repetindo o tema do discurso que fez ao lado do primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme, na segunda (3), quando afirmou que medidas drásticas de ajuste fiscal podem "aprofundar" a estagnação da economia.

Acompanham a presidente na viagem os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação), Helena Chagas (Comunicação Social), Ana de Hollanda (Cultura) e Paulo Bernardo (Comunicações).

Agenda na Bélgica
Ainda nesta terça, a presidente Dilma se encontrou com o Rei Alberto II no Castelo Real de Laeken.

Às 15h do horário local (10h em Brasília), Dilma participa do encerramento do Fórum Empresarial Brasil-União Européia, no Palácio de Egmont.

Por volta das 17h (12h em Brasília), a presidente vai à cerimônia de abertura do festival cultural Europalia, no qual o Brasil estará presente com promoção das cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014.

Bulgária
Dilma deve embarcar ainda nesta terça para Sofia, capital da Bulgária, país natal do pai da presidente. Pela primeira vez, ela visitará a cidade de origem da família Rousseff.

Turquia
A viagem oficial se encerra com a passagem da presidente Dilma pela Turquia, onde ela terá na sexta-feira (7) a primeira reunião com o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, reeleito nas eleições gerais turcas em junho deste ano.

Fonte: G1