O gigante hipotecário Fannie Mae sabia desde 2003 de alguns abusos e práticas duvidosas em execuções hipotecárias realizadas por advogados a seu serviço, mas não agiu para detê-los, segundo partes de um relatório governamental divulgados nesta segunda-feira pela edição digital do "The New York Times".

Fannie Mae, controlada pelo governo dos EUA desde 2008, recebeu informações de um acionista em 2003 sobre abusos em execuções hipotecárias levadas a cabo por firmas legais da companhia, de acordo com um relatório da Agência Federal Financeira Imobiliária (FHFA, na sigla em inglês) que será divulgado em sua totalidade nesta terça-feira.

Após analisar vários casos, a empresa concluiu em uma análise de 2006 que seus advogados de execuções hipotecárias na Flórida apresentavam "rotineiramente" alegações e declarações falsas e determinou que essa prática era "incorreta" e devia ser "detida". No entanto, Fannie Mae aparentemente ignorou esses e outros sinais de problemas em suas execuções hipotecárias, segundo o relatório da FHFA.

Em 2 de setembro, a FHFA apresentou processos contra 17 grandes bancos e entidades financeiras dos Estados Unidos em busca de compensações pelas perdas geradas pelas hipotecas de alto risco.

Entre os bancos processados figuram Bank of America, Citigroup e Barclays, que são acusados de vender ativos respaldados por hipotecas de alto risco aos gigantes hipotecários Fannie Mae e Freddie Mac e provocar perdas milionárias durante a crise financeira que explodiu em 2008.

O Governo dos Estados Unidos anunciou em fevereiro deste ano um plano para eliminar gradualmente Fannie Mae e Freddie Mac, como parte de uma extensa reforma do mercado hipotecário nacional, avaliado em US$ 10,6 trilhões.

As duas entidades englobam cerca de 30 milhões de empréstimos hipotecários nos EUA por um valor superior a US$ 5,5 trilhões.

Fonte: G1