Os Emirados Árabes Unidos, que negociam com a empresa Dassault Aviation a compra de 60 aviões de caça Rafale, declararam nesta quarta-feira que as discussões estão bloqueadas devido a oferta “não competitiva” do grupo francês que impede o avanço do negócio. As dúvidas sobre as conclusões das negociações, que se arrastam há vários meses, surgiram no início desta semana com o interesse manifestado pelas autoridades do país pelo modelo “Typhoon”, construído pela Eurofighter.

“Graças ao presidente (Nicolas) Sarkozy, a França não poderia ter feito mais sob o plano diplomático para concluir um acordo sobre o Rafale”, afirmou em comunicado o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, o xeique Mohammed bin Zayed.

" Infelizmente, Dassault parece não ter consciência de que toda a vontade política e diplomática não consiga superar as ofertas comerciais que não são competitivas e a partir da qual não podemos trabalhar”, escreveu.

Concorrência

Em entrevista ao diário econômico Financial Times, publicada nesta quarta-feira, o presidente da empresa EADS, Louis Gallois, afirmou que seu grupo prepara uma oferta “séria” para fornecer 60 caças Eurofighter aos Emirados Árabes Unidos.

A EADS, o principal acionista da Eurofighter, confirmou no último domingo que ABU Dhabi tinha apresentado um “pedido de proposta” após ter sido informado das características do avião de caça no mês de outubro.

Os Emirados Árabes Unidos posicionaram o Eurofighter como concorrente do caça francês Rafale, considerado até então favorito para equipar a força aérea do país. A manobra provocou muitas reações durante a abertura do Salão da Aeronáutica, no domigno, em Dubai.

O modelo Eurofighter, construído pelo consórcio internacional formado por Alemanha, Grã-Bretanha, Itália e Espanha, fez sua primeira missão de ataque em solo na Líbia, juntamente com o caça Tornado do exército britânico.

Fonte: RFI