Preocupada com possíveis prejuízos na licitação para compra de caças da Força Aérea Brasileira (FAB), a norte-americana Boeing escalou três de seus executivos para transmitir ao comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, a ideia de que a suspensão da compra pela Força Aérea dos EUA de aviões Super Tucano não tem relação com a qualidade da proposta da Embraer.
Em uma "mesa-redonda" com a imprensa depois da reunião na FAB, o embaixador norte-americano no Brasil, Thomas Shannon, explicou que o governo americano "permanece interessado" nos Super Tucanos. Tanto o diplomata quanto os executivos norte-americanos elogiaram o processo brasileiro de licitação, com adjetivos como "soberbo" e "transparente".
A visita ocorre quatro dias depois que o Ministério das Relações Exteriores divulgou nota afirmando que a decisão da Força Aérea dos Estados Unidos "não contribui para o aprofundamento das relações entre os dois países em matéria de defesa".
Alegando problemas de documentação, os militares norte-americanos suspenderam a compra de 20 aeronaves, avaliadas em US$ 355 milhões, na terça-feira passada, em meio a protestos da concorrente Hawker Beechcraft, que previa perda de empregos para o Brasil caso o negócio fosse em frente.
Caças. Parceira da Embraer no projeto FX-2 (para a compra de novos caças), a Boeing informou ainda que conversou com a fabricante brasileira de aviões e ficou decidido que ela não fará lobby pela Embraer nos EUA.
Segundo Chris Chadwick, presidente da Boeing Military Aircraft, a empresa americana já cortou preços de seu avião e aceita construir parte dos caças no Brasil caso vença a licitação. "Os dias de exportação pura ficaram para trás, hoje a questão é relacionamento", afirmou.
Fonte: Estadão
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