Depois da corrida, Rubens Barrichello confessou que nem se deu conta de
ter liderado a Indy 500 por duas voltas. Foi a primeira vez em sua
carreira na Fórmula Indy que o recordista de largadas na F1 assumiu a
dianteira.
“Cara, eu nem soube disso. Só me falaram no final...”, disse ele ao
TotalRace. Sobre a experiência na prova mais tradicional da categoria, o
piloto do carro #8 relatou que sentirá mais confiança para correr nos
ovais a partir de agora.
Ele disse que a preocupação com segurança foi muito grande. “Tínhamos
muito mais pressão aerodinâmica que os outros na corrida toda. Isso me
deixou seguro. Dava para ver que os que estavam na frente tinham bem
menos asa que a gente.”
Rubinho contou também que seu carro apresentou problema logo na largada.
“Logo que começou a corrida, teve um alarme de pressão de combustível.
Isso me impediu de ter o “hype” da largada, de tentar seguir o Tony ou
de avaliar o comportamento do carro na turbulência”, contou depois da
prova. “Quando dei o pé no acelerador, teve uma grande falha, depois
passei as marchas e só pude observar os outros me ultrapassando. Tive
que lidar com isso a corrida inteira, mas na primeira largada o cuidado
foi bem maior.”
Superada essa fase, ele narrou qual foi sua maior dificuldade ao longo
da prova. “Em outras relargadas, o desafio para mim foi onde começar a
acelerar. Parece que em cada uma o ponto de forçar era um pouco
diferente e este era o ponto pra mim. Outro ponto impressionante para
mim, até mais que a largada, foi que em algumas relargadas tinha até
quatro carro lado a lado!”
Ao ser indagado sobre um comparativo entre o carro da F-Indy com o de
F-1, o brasileiro começou sua resposta falando que tem prazer em guiar o
modelo da categoria americana, caso contrário não estaria aqui. E a
seguir entrou num detalhamento mais técnico: “O carro é muito diferente
do F-1, mais pesado, difícil de guiar pra mim. Meu estilo é de um tocada
mais sutil, mas com esse carro é preciso ser mais brusco”.
Motivado, Barrichello contou seus planos para a próxima semana: “Vou
testar em Milwaukee na terça e já estou pensando em Detroit.” Ele fez
questão também de agradecer pelas dicas que os concorrentes deram
durante o mês de atividade em Indianápolis.
“Não poderia ter sido melhor. Todo mundo me disse ao longo do mês que o
carro muda bastante aqui. Você vai para a pista num dia e no dia
seguinte usa o mesmo acerto e o comportamento do carro é outro. Tentei
usar as várias linhas da pista e senti uma camaradagem dos pilotos.
Vários me falaram “cara, cuidado nesse caminho por fora, sai daí, aquilo
é pra Nascar, não pra você”. Disseram isso em termos que eu não posso
usar aqui, mas sem dúvida fiquei muito contente pelas informações que me
passaram no sentido de sempre garantir minha segurança. Claro, nas 20
voltas finais não tem ninguém amigo na pista, eu garanto. Mas todos
foram muito respeitosos ao longo do mês e fico satisfeito por isso. Com
certeza quando eu não estiver aqui amanhã vou sentir saudade dessa
pista.”
Fonte: Total Race
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