Eram oito horas da manhã de uma quinta-feira de junho de 1985 quando decolou do Aeroporto Militar da Base Aérea de Fortaleza o avião de patrulhamento marítimo P-95 prefixo 7053 (foto) da Força Aérea Brasileira, com quatro tripulantes a bordo. Sua missão seria participar de um exercício de treinamento em conjunto com a Marinha de Guerra chamado ‘Operação Costeirex Nordeste 85’ cujo objetivo consistia na defesa do Porto do Mucuripe e das plataformas da Petrobrás nos campos de Curimã e Xaréu, ambos em Paracuru. 
Pouco mais de duas horas após decolar, cerca de 10:20 da manhã, o sinal da aeronave desapareceu do radar a cerca de 18 milhas náuticas do litoral de Fortaleza. O curioso é que não houve nenhum contato da tripulação com a torre de comando antes do desaparecimento do sinal do avião.
Ainda pela manhã diversas embarcações e aeronaves de resgate se dirigiram ao local estimado do acidente e deram início às buscas. O corpo do mecânico de vôo, Suboficial Gildo Zanin Pistolato de 44 anos logo foi encontrado, retirado do mar e trazido pelo navio patrulha LP Poty para o Porto do Mucuripe e enviado a Salvador, cidade que sediava o 1º Esquadrão do 7º Grupamento de Aviação, e à qual pertencia toda a tripulação. 
Beijupirás seguem arraia no Avião.
Foto: Marcus Davis 2004
No dia seguinte mergulhadores encontraram os destroços da aeronave a 29 metros de profundidade e também o corpo do Sargento Renato Ribeiro do Santos de 24 anos. No terceiro dia de buscas foi encontrado o corpo do Tenente Aviador Marcelo Luis Lemos de 30 anos. A localização do quarto tripulante, Vinicius Santos do Nascimento de 28 anos não foi noticiada.
Pelas características da aeronave no fundo do mar pode se ter uma idéia da brutalidade do acidente que tirou a vida dos quatro militares. O pequeno avião está partido ao meio na altura das asas, separando a cauda do restante da fuselagem. Uma das asas e seu motor se encontram juntos do corpo do avião. Segundo relatos de mergulhadores a outra asa está a mais de 500m a nordeste dos destroços.
O acidente aconteceu no dia 27 de junho de 1985 às 10:20. O avião EMB-111 P-95 fabricado pela Empresa Brasileira de Aeronáutica – Embraer – sob encomenda do Ministério da Aeronáutica é projetado para vôos rasantes – essenciais para o patrulhamento marítimo. O sinal do radar desapareceu bruscamente sem contato com a torre de comando antes do acidente. Esses dois fatos somados às características da aeronave no fundo indicam que o piloto poderia ter encostado a ponta da asa na crista de uma onda maior durante um vôo rasante. Os jornais da época falaram em erro humano.
Matéria Publicada na Revista DecoStop em 2010 - Via Blog: Mar do Ceará.

Localização do Naufrágio
O avião bandeirante foi por muitos anos um dos melhores pontos do Parque. Acreditávamos que por  estar dentro dos limites do Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio ele estava protegido. Mas estávamos enganados...
Em março de 2010 retornamos ao avião após anos de inatividade de mergulho recreacional neste local especifico. Ao descer para amarrar o cabo ao naufrágio, tive uma triste supresa: não restava quase nada do do avião, que uma vez fora um dos melhores pontos de mergulho de Fortaleza. Foram removidos a asa, o motor e o restante da estrutura foi dinamitado! Um absurdo! Veja o vídeo!

O Avião
Nome: EMB-111 P-95 prefixo 7053
Data do Afundamento: 27/06/1985 as 10:20
Localização: 18 milhas do Porto do Mucuripe
Profundidade: 29m
Estado: Desmantelado
Carga: Passageiros
Tipo: EMB-111, Avião Bandeirante de Esclarecimento Marítimo
Nacionalidade: Brasileiro
Dimensões: 14,91m / 15,95m / 4,8m
Deslocamento(t): 7
Armador: Base Aérea de Salvador – FAB
Propulsão: 2 turboélices Pratt & Whitney, Canadá PT6A-34 com 750shp cada
Características: É a versão do bandeirante para patrulhamento marítimo, o P-95 “Bandeirulha” veio ocupar a lacuna da FAB com a desativação dos Neptune P-15. Seu desempenho é superior ao do avião que lhe deu origem, em razão dos motores PT-6A-34 e dos tanques das pontas das asas, que aumentam sua autonomia de vôo para sete horas e vinte minutos.
Equipado com um potente aparelho de radar colocado no nariz, e pontos “duros”sob as asas para lançamento de foguetes. Os Bandeirulhas patrulham a costa, executam a identificação e o controle de tráfego mercante e se adestram em operações de busca e salvamento.

Tripulação:
Piloto: 1o Ten Aviador Marcelo Luís Lemos, 30 anos
Co-Piloto: 1o Ten Aviador Vinicius Santos do Nascimento, 28 anos
Mecânico de Vôo: Sub Oficial Gildo Zanin Pistolato, 44 anos
PAX: 3o Sgt Renato Ribeiro dos Santos, 24 anos

Fontes:
BrasilMergulho – http://www.brasilmergulho.com.br
Desastres Aéreos – http://www.desastresaereos.net
Jornal O Povo
Jornal O Estado