A Boeing e a Embraer vão definir, no final do ano, uma forma viável de produzir biocombustível para aviões no Brasil, plano anunciado h á alguns meses. As empresas, em conjunto com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), estudam soluções para baratear e distribuir o insumo. 

"Já foram feitos voos com biocombustível, o que buscamos é implementar isso na aviação comercial de modo economicamente viável", diz Donna Hrinak, presidente da Boeing Brasil. Após a definição do plano, o início do uso do biocombustível pode demorar até dez anos. 
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXgz09l_ZR_cLADrZv15ajPKOmo7pITwpwQBwQe1Sw3wdmiSm_eqqdEMZ3zIrdD4FRjL6DOqI_dIFNM_Nl_v2DZohwSsd-AfCh5iZ-ejN6sed3QgwrscskeQQS33gTOn3Wx5vSUn_fQM4/s400/f-18+brasil.jpgNo momento, as pesquisas se concentram em descobrir a matéria-prima ideal e uma maneira de fazer a distribuição. "É uma indústria que ainda não existe e vamos ver quais são os passos necessários para criá-la", afirma Donna, que foi embaixadora dos EUA no Brasil entre 2002 e 2004. 
Entre as matérias-primas, o desafio é descobrir alguma que produza combustível com energia suficiente para o alto consumo de um avião. No Brasil, a cana-de-açúcar tem a vantagem de ser produzida em larga escala. Mas, no panorama das pesquisas globais da Boeing, ela concorre com a jatrofa, uma árvore parente da mamona, o pinho manso e algumas espécies de algas.
O programa tem cinco linhas de pesquisa: "biomassa" (com foco em cana-de-açúcar), "fabricação de biocombustíveis", "biorrefinarias e alcoolquímica", "aplicações do etanol para motores" e "sustentabilidade e impactos". Após a conclusão do estudo, prevista para o final do ano, as empresas lançarão uma chamada de propostas para fazer um centro de desenvolvimento de biocombustíveis para aviação comercial.
No caso de a produção se mostrar viável, a patente seria compartilhada entre as três parceiras da iniciativa. A ambição da Boeing, da Embraer e da Fapesp é produzir esse biocombustível no Brasil para exportá-lo a outros mercados. 
“O preço viável ainda está sendo definido e depende de uma série de fatores, entre eles o preço internacional do petróleo“, diz Donna. A executiva ainda não divulga o investimento total do projeto. Em média, o combustível representa 3% das despesas de uma empresa aérea, segundo a Boeing.
Durante a Rio+20, algumas empresas aéreas, entre elas a Gol e a Azul, farão voos movidos a bioquerosene. O caça Super Hornet, fabricado pela Boeing, foi o primeiro avião a voar em velocidade supersônica usando biocombustível, há cerca de dois anos.

Fonte: IG