A Boeing e a Embraer vão definir, no final do ano, uma forma viável de produzir biocombustível para aviões no Brasil, plano anunciado h
á alguns meses.
As empresas, em conjunto com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo (Fapesp), estudam soluções para baratear e distribuir o
insumo.
"Já foram feitos voos com biocombustível, o que buscamos é
implementar isso na aviação comercial de modo economicamente viável",
diz Donna Hrinak, presidente da Boeing Brasil. Após a definição do
plano, o início do uso do biocombustível pode demorar até dez anos.
No momento, as pesquisas se concentram em descobrir a
matéria-prima ideal e uma maneira de fazer a distribuição. "É uma
indústria que ainda não existe e vamos ver quais são os passos
necessários para criá-la", afirma Donna, que foi embaixadora dos EUA no
Brasil entre 2002 e 2004.
Entre as matérias-primas, o desafio é descobrir alguma que
produza combustível com energia suficiente para o alto consumo de um
avião. No Brasil, a cana-de-açúcar tem a vantagem de ser produzida em
larga escala. Mas, no panorama das pesquisas globais da Boeing, ela
concorre com a jatrofa, uma árvore parente da mamona, o pinho manso e
algumas espécies de algas.
O programa tem cinco linhas de pesquisa: "biomassa" (com foco
em cana-de-açúcar), "fabricação de biocombustíveis", "biorrefinarias e
alcoolquímica", "aplicações do etanol para motores" e "sustentabilidade e
impactos". Após a conclusão do estudo, prevista para o final do ano, as
empresas lançarão uma chamada de propostas para fazer um centro de
desenvolvimento de biocombustíveis para aviação comercial.
No caso de a produção se mostrar viável, a patente seria
compartilhada entre as três parceiras da iniciativa. A ambição da
Boeing, da Embraer e da Fapesp é produzir esse biocombustível no Brasil
para exportá-lo a outros mercados.
“O preço viável ainda está sendo definido e depende de uma
série de fatores, entre eles o preço internacional do petróleo“, diz
Donna. A executiva ainda não divulga o investimento total do projeto. Em
média, o combustível representa 3% das despesas de uma empresa aérea,
segundo a Boeing.
Durante a Rio+20,
algumas empresas aéreas, entre elas a Gol e a Azul, farão voos movidos a
bioquerosene. O caça Super Hornet, fabricado pela Boeing, foi o
primeiro avião a voar em velocidade supersônica usando biocombustível,
há cerca de dois anos.
Fonte: IG
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