Um dos episódios menos conhecidos da história dos conflitos árabes israelenses é o do ataque a Fragata americana “USS Liberty” por caças Mirage de Israel em 8 de Junho de 1967, em plena a Guerra dos seis dias. Os oficiais norte-americanos na ponte do USS Liberty ouviram os pilotos israelitas se comunicarem várias vezes com o comando e dizerem que se tratava de um navio de bandeira norte-americana e sobrevoaram o navio por doze vezes até que acabaram a metralhar o navio com os seus canhões e foguetes até quase o afundarem com o lançamento de um torpedo. 

Durante o ataque a este navio desarmado, que durou 75 minutos, as comunicações foram abafadas por Israel, mas a notícia acabou por chegar ao porta-aviões USS Saratoga que ordenou o lançamento de uma esquadrilha de interceptores, mas o Secretário de Estado na época, Mc Namara, teve conhecimento que se aproximava um combate aéreo entre caças da Marinha dos EUA e aviões israelitas, e ordenou o regresso dos caças, sacrificando assim o navio-espião e a sua tripulação.


Oficialmente, Israel afirmou ter confundido o navio, com um navio de bandeira egípcia, mas a bandeira americana esteve sempre visível, algo que não salvou, contudo a vida a 34 marinheiros americanos, nem impediu outros 140 de ficarem feridos, a maioria com gravidade. Depois de recolhidos no mar e enviados para hospitais militares nos EUA, os sobreviventes foram visitados, um por um, por altos oficiais da Marinha que os avisaram de que seriam presos se revelassem algo do sucedido com o USS Liberty.

 
Só recentemente, com a publicação de uma biografia por um dos oficiais da ponte do USS Liberty é que estes acontecimentos chegaram ao público e se expôs um dos episódios mais negros da História recente… O que faziam os americanos tão perto do conflito israelo-árabe? E, sobretudo, porque estavam a espiar Israel, o seu mais fiel aliado no Oriente Médio e a quem salvaram por diversas vezes? Bem… Todos os aliados se espiam uns aos outros… E sabe-se que o Mossad e outros serviços de informações israelitas estavam também ativos nos EUA nessa época, como estão hoje… Mas chegarem ao ponto de atacarem um navio da marinha? Terá sido um impulso de um piloto mais exaltado? Um erro humano? Fosse o que fosse, custou muitas vidas e nunca houve um esclarecimento israelita sobre as motivações deste incidente, e esse esclarecimento, volvidos que foram 60 anos já devia ter ocorrido… Isto embora Israel em 1987 tivesse acabado por admitir o erro e pago 13 milhões de dólares de indemnizações às famílias das vítimas.


Fonte: Quintus