O general Hassan Turkmani, ex-ministro da Defesa e responsável pela
"célula de crise" que combate a rebelião antigoverno na Síria, também
morreu no atentado suicida que atingiu a sede da Segurança Nacional
nesta quarta-feira (18) em Damasco, segundo a TV estatal.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), citando "fontes na
capital síria", havia anteriormente anunciado a morte do general,
ex-ministro da Defesa.
Antes, a TV havia confirmado a morte do general Daoud Rajha, ministro da Defesa da Síria, e de Assef Shawkat, cunhado do contestado presidente Bashar al Assad, na explosão.
A TV estatal também confirmou que o ministro do Interior, Mohammad Ibrahim al Shaar, ficou ferido, mas está em estado estável.
O ataque ocorreu durante uma reunião de ministros do governo Assad com
autoridades de segurança do país, que enfrenta desde março de 2011 uma
rebelião contra o governo que, segundo a oposição, já matou mais de 17
mil pessoas, em sua maioria civis.
O ministro Rajha é o primeiro alto dirigente do regime sírio que morre
dede o começo da revolta. Chefe adjunto do Exército, ele era cristão, no
país de maioria muçulmana.
O edifício ultraprotegido onde ocorreu o ataque encontra-se no bairro de Rawda, no centro da capital.
A explosão foi realizada por um camicase munido de um cinturão de
explosivos e aconteceu poucas horas antes de uma votação no Conselho de
Segurança da ONU sobre uma resolução que ameaça a Síria com novas
sanções.
O suicida que detonou explosivos no prédio era um guarda-costas do
"círculo íntimo" do presidente Assad, segundo uma fonte de segurança.
Ativistas em Damasco disseram por telefone que a Guarda Republicana da
Síria isolou o hospital Shami, na capital, enquanto ambulâncias
transportavam vítimas do local da explosão.
A Segurança Nacional é dirigida pelo general Hisham Ijtiar, que também
teria ficado ferido, segundo fontes de segurança ouvidas pela agência
Reuters.
'Guerra aberta'
"O Estado e todas suas instituições estão sendo atacados. É uma guerra aberta contra todos os sírios", comentou um deputado, Khaled al Abbud. "Há elementos exteriores que atuam para a destruição do Estado sírio", acrescentou, acusando os Estados Unidos e seus "instrumentos" no interior do país.
"O Estado e todas suas instituições estão sendo atacados. É uma guerra aberta contra todos os sírios", comentou um deputado, Khaled al Abbud. "Há elementos exteriores que atuam para a destruição do Estado sírio", acrescentou, acusando os Estados Unidos e seus "instrumentos" no interior do país.
Na véspera, os rebeldes sírios lançaram a chamada "batalha pela
libertação" de Damasco, e violentos combates foram travados na capital,
com a entrada em ação pela primeira vez dos helicópteros do Exército,
intensificando ainda mais a violência, que deixou pelo menos 86 pessoas
mortas em um dia em todo o país.
Dois grupos assumem
Dois grupos assumiram a responsabilidade pelo atentado desta quarta.
Dois grupos assumiram a responsabilidade pelo atentado desta quarta.
O Liwa al-Islam, um grupo cujo nome significa "a brigada do Islã',
assumiu a autoria em sua página do Facebook, afirmando que "mirou a
célula chamada de 'sala de controle da crise' na capital Damasco". Um
porta-voz confirmou a informação por telefone.
O Exército Livre Sírio também se responsabilizou pelo ataque, segundo o
porta-voz Qasseim Saadedine. "Esse é o vulcão de que falamos, estamos
apenas começando", disse, em referência à operação de tomada de Damasco
que o grupo havia prometido na véspera.
O contestado regime de Assad afirma que a rebelião na verdade é
fomentada por "terroristas" que tentam desestabilizar o país. As forças
armadas prometeram punir os autores do ataque desta quarta.
Diplomacia
A comunidade internacional pressiona Assad para que deixe o poder, mas Rússia e China, aliadas da Síria, barram todas as resoluções contra o regime de Damasco no âmbito do Conselho de Segurança da ONU.
A comunidade internacional pressiona Assad para que deixe o poder, mas Rússia e China, aliadas da Síria, barram todas as resoluções contra o regime de Damasco no âmbito do Conselho de Segurança da ONU.
Em Moscou, o emissário internacional Kofi Annan, que tenta ressuscitar o
seu plano de paz, afirmou que a violência na Síria chegou a um "ponto
crítico", após a Cruz Vermelha Internacional ter classificado o conflito
armado de "guerra civil".
A Rússia, principal aliada do regime de Assad, bloqueou todas as resoluções na ONU que condenavam a repressão.
Em Nova York, as negociações sobre um novo mandato dos observadores na Síria enfrentam um impasse.
Os ocidentais insistem na aprovação de uma resolução que ameace o
regime com sanções, enquanto a Rússia rejeita essa possibilidade.
Segundo o chanceler russo Serguei Lavrov, que classificou os combates
que acontecem neste país de decisivos, declarou nesta quarta-feira que a
Rússia não permitirá que o Conselho de Segurança adote uma resolução
que implique apoio da ONU a uma 'revolução' na Síria.
"Neste momento, ocorrem combates decisivos na Síria. E a adoção de uma
resolução (ocidental) seria um apoio direto a um movimento
revolucionário. Se é uma revolução, a ONU não tem nada a ver com isso",
declarou Lavrov.
Autoridades da ONU e da Cruz Vermelha afirmam que o conflito já evoluiu
para uma guerra civil generalizada e pediram a ambos os lados que
poupem a população.
Fonte: G1
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