O FBI abriu uma investigação criminal sobre a venda pela ZTE de produtos de informática proibidos pelos Estados Unidos ao Irã, noticiou um site nesta sexta-feira, no mesmo dia que a fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicação alertou que o lucro do primeiro semestre pode cair até 80 por cento.
A investigação federal acontece após reportagem da Reuters em março, que denunciou que a companhia listada em Shenzhen tinha vendido às maiores companhias de telecomunicação do Irã um poderoso sistema de monitoramento, capaz de espiar telefones fixos e celulares e a Internet, segundo o site Smoking Gun.
A queda nos ganhos da companhia aparentemente não está relacionada com as investigações nos EUA, e o alerta desta sexta-feira sobre o lucro não fez menção à operação do FBI.
A Reuters noticiou em março que a "lista de compras" de 907 páginas da ZTE para o contrato de 120 milhões de dólares, com data de 24 de julho de 2011, incluía produtos de hardware e software de várias grandes companhias de tecnologia dos EUA, entre elas Microsoft, Hewlett-Packard, Oracle, Cisco e Dell. As vendas de equipamentos são proibidas por causa da sanção dos EUA ao Irã.
O Smoking Gun noticiou que o FBI também está investigando a ZTE por supostas tentativas de esconder a venda e obstruir uma investigação do Departamento do Comércio norte-americano.
Após a reportagem da Reuters em março, a ZTE afirmou que cortaria os negócios com o Irã.
O Smoking Gun publicou trechos de um documento do FBI baseado em uma conversa com Ashley Kyle Yablon, conselheiro geral da subsidiária da ZTE no Texas.
De acordo com o documento, Yablon declarou a dois agentes do FBI que empregados da ZTE tinham considerando destruir documentos, alterar a lista de compras e negar que estavam tentando atrapalhar a investigação do Departamento do Comércio sobre as vendas da companhia ao Irã.
O porta-voz da ZTE, David Shu, disse que a fabricante não iria comentar o assunto de imediato. Yablon não estava disponível. Uma porta-voz do FBI em Dallas e um representante do Departamento de Justiça em Washington se negaram a comentar o assunto.

Fonte: Terra