Veículo será totalmente projetado e construído no país. Segundo a
revista especializada britânica Jane"s, o Brasil precisará de três anos
para traçar o esboço e outros seis anos para fabricar o submarino.
Durante uma visita recente ao Centro Experimental Aramar (CEA),
responsável pelo projeto de submarino nuclear brasileiro, o
vice-presidente da república Michel Temer disse que o primeiro submarino
brasileiro de propulsão nuclear será colocado em operação em 2025, após
três anos de testes.
As autoridades brasileiras já haviam anunciado o programa de
submarinos nucleares de fabricação nacional em 2008, segundo o qual
serão construídos cinco veículos. A estimativa é que cada submarino
custe em torno de US$ 565 milhões.
Eles serão utilizados exclusivamente para a proteção das
reservas de petróleo marítimas e das plataformas de prospecção do
território nacional.
Se o projeto de submarino nuclear brasileiro vier a ser concretizado,
o Brasil será o sétimo país do mundo a possuir uma frota submarina
nuclear.
“Eles possuem uma economia crescente. Ao aumentar seu potencial
militar, o país olha para o futuro e reivindica uma posição geopolítica
entre os principais atores globais”, acredita comentarista militar da
rádio Voz da Rússia, Iliá Krâmnik.
O especialista afirma ainda que o Brasil tem interesses na África e,
hipoteticamente, na Antártida, opinião compartilhada pelo especialista
Víktor Litóvkin.
“Usar um submarino nuclear para a exploração da Antártida é muito
arriscado, mas por outro lado, não devemos subestimar as ambições do
Brasil de ser uma superpotência regional”, assinala Litóvkin.
Projetos de expansão semelhantes podem surgir também na África do
Sul, Coreia do Sul e no Irã, acredita o especialista. Entretanto, o
vice-comandante da Marinha iraniana, Abbas Zamin, declarou em junho que
seu país é capaz de construir 12 submarinos nucleares, colocando
supostamente à prova os interesses brasileiros.
Especificações técnicas
Os submarinos de guerra são divididos em três tipos: os de funções
múltiplas (SSN), os porta-mísseis estratégicos (SSBN) e os portadores de
mísseis de cruzeiro (SSGN).
O SSGN é uma tecnologia utilizada exclusivamente pela Rússia e pelos
EUA, mas esses países não negociaram com o Brasil a entrega de
protótipos ou amostras do gênero.
Assim, a hipótese mais provável é que Centro Experimental Aramar
construa um submarino nuclear de funções múltiplas armado com torpedos
com auxílio tecnológico da França.
“Como base do futuro submarino brasileiro de propulsão nuclear será
provavelmente utilizado o submarino diesel francês Scorpène”, alega o
comentarista militar Iliá Krâmnik.
Fonte: Gazeta Russa/NOTIMP
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