A Embraer, terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, quer operar os
sistemas de controle aéreo além da fronteira de toda a região da África
Subsaaariana, assegurou nesta sexta-feira à Agência Efe a empresa.
Fontes da direção de vendas da Embraer para a África Subsaariana
falaram dos planos da empresa na "Africa Aerospace and Defence 2012"
(AAD 2012), a feira aeronáutica e de defesa mais importante do
continente, realizada na base militar aérea sul-africana de Waterkloof,
perto de Pretória.
A Embraer em associação com a ATECH, companhia brasileira de controle
de tráfego aéreo, e outras organizações especializadas em sistemas de
radar e segurança, estão mantendo contatos com os diferentes Governos da
região para administrar seus espaços aéreos em matéria de defesa.
"Estão sendo mantidos contatos de primeiro nível, com o apoio do
Governo brasileiro, e nossa aspiração é chegar a todos os países da
região, respeitando certamente as restrições das Nações Unidas em
relação a armamento para determinados países", disse à Efe um alto
diretor da empresa, que pediu para permanecer no anonimato, porque não
está autorizado a falar com a imprensa.
Trata-se de um sistema de radares e controle de tráfego aéreo que se
complementa com o desdobramento de aeronaves EMB 145 AEW&C de
vigilância e inteligência, e aviões de combate Super Tucano, todos eles
fabricados pela Embraer.
O modelo é similar ao que o Governo brasileiro usa com sucesso para a
vigilância da floresta Amazônica, tanto no que se refere à proteção de
seu espaço aéreo, como o controle de atividades em terra, explicou à Efe
o representante da companhia.
O projeto deve ser realizado em associação com empresas locais e com a
criação de um centro de treinamento para os futuros controladores do
sistema.
Estes contratos podem representar receitas milionárias para a companhia
brasileira, ressaltou o diretor da Embraer durante o terceiro dia da AAD
2012, realizada até domingo.
A pirataria, o tráfico de drogas e pessoas, além da caça ilegal e a
atividade de grupos armados, são os principais desafios de defesa na
região.
Seis empresas brasileiras estiveram presentes no pavilhão do Brasil na
AAD 2012, uma mostra da importância do mercado africano para a indústria
de defesa do Brasil, disse o almirante Carlos Afonso Pierantoni,
vice-presidente executivo da Associação Brasileira de Indústrias de
Segurança e Defesa (Abimde).
Segundo a Abimde, o mercado de defesa da África é de US$ 1 bilhão, 10% do cômputo global, e cresce a um ritmo de 5% anual. A empresa brasileira aeroespacial Friuli anunciou hoje o começo em
breve de um projeto de colaboração com a firma sul-africana Realtech
para a construção de mísseis para o avião de combate Super Tucano, que
serão fornecidos ao Exército peruano.
Alexandre Correa, diretor internacional de negócios da Friuli, que
participa da feira africana, explicou à Efe que o contrato se
materializará nas próximas semanas, e a fabricação poderia começar em um
prazo de três meses.
A AAD 2012 foi inaugurada na quarta-feira passada com a presença de 350
expositores, 40% deles estrangeiros, e 13 pavilhões nacionais.
A feira terminou hoje seus dias dedicados ao comércio, mas continuará
aberta ao público todo o fim de semana para acolher exibições aéreas.
Fonte: Exame
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