As últimas semanas têm sido particularmente ricas em notícias sobre dois navios da mesma classe e origem. Da China vieram notícias da introdução em serviço da Marinha do ELP do novo porta-aviões Liaoning. E do Mar de Barents apareceram relatos sobre problemas durante testes do porta-aviões indiano Vikramaditya. Ambos os porta-aviões foram desenvolvidos na União Soviética e em certa medida estão relacionados. No entanto, seu destino acabou sendo desigual.

Liaoning – o único navio capaz de transportar aviões em operação na Marinha do ELP, por enquanto é um porta-aviões apenas de nome. O caça de marinha para ele ainda está sendo testado. Na época, Pequim pediu à Rússia para vender alguns Su-33. Mas Moscou recusou, argumentando que tal número de máquinas não podem ser usadas para fins militares, mas só para copiá-las.

Para quê a China precisa de um porta-aviões sem aviões? A razão pode ser a competição entre os países líderes da região asiática. Afinal, em simultâneo com a reconstrução do Liaoning (ex-Varyag) na usina russa de Sevmash estava decorrendo a reconstrução de um navio da mesma classe para a Marinha da Índia – o cruzador porta-aviões Admiral Gorshkov, que recebeu o nome de Vikramaditya. Sobre as características particulares do projeto fala o diretor do Centro para a análise do comércio mundial de armas, Igor Korotchenko:

A situação com o navio indiano é muito mais fácil do que com o chinês. Porque aviões e helicópteros navais para ele já existem e são produzidos em série. Mas este caso também teve os seus problemas. Ensaios de mar revelaram falhas no compartimento do motor: em três das oito caldeiras foi constatado o colapso de 5-10% do isolador de calor feito de tijolo. Por isso, a potência total dos motores do navio foi reduzida para 50% da máxima.

Além dos dois novos porta-aviões, a China e a Índia estão planejando construir outros navios desta classe. No estaleiro da cidade indiana de Cochin, segundo um projeto conjunto russo-indiano, está sendo construído o porta-aviões Vikrant. A China também planeja construir dois porta-aviões não nucleares até 2020, e em seguida iniciar a construção de porta-aviões nucleares.
O surgimento na região asiática de logo dois grandes navios de guerra indica uma mudança nas doutrinas marítimas dos maiores estados da Ásia.
Fonte: A voz da Russia
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