
Le Drian desembarca em Brasília
domingo e fica até segunda-feira. Nesse meio tempo, cumpre duas agendas
oficiais: encontro com o ministro Celso Amorim e com industriais
franceses instalados no Brasil.
A mudança de discurso do
governo francês em relação à venda dos Rafale já é perceptível em
diferentes escalões e vale não só para o Brasil, mas também para os
Emirados Árabes Unidos, outro cliente em potencial.
Na
visão do ministro, a ênfase dada à venda de equipamentos durante a
gestão do ex-presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012) atrapalhou as
relações bilaterais e não resultou na venda dos 36 caças ao Brasil - um
contrato estimado em cerca de 4 bilhões.

"Queremos centrar a nossa viagem na parceria estratégica entre os dois países", afirmou ao Estado
uma fonte envolvida nas discussões bilaterais. "Temos uma visão
diferente do governo anterior: queremos uma relação de Estado a Estado.
Não vamos ao Brasil vender material bélico, e sim aprofundar o diálogo
político. Depois os industriais farão o resto."

Pelo menos no que se refere aos Emirados Árabes, o
ministro reconheceu que as relações bilaterais foram prejudicadas. "O
caso envenenou nossas relações nos últimos 18 meses", disse ele. "Os
Emirados Árabes efetuavam 70% de suas despesas militares na França, e
passaram a 10%."
Apesar do discurso mais político, a
expectativa de que o governo brasileiro possa anunciar nas próximas
semanas a aquisição de caças Rafale para a Força Aérea Brasileira (FAB)
começa mais uma vez a aumentar em solo francês. O motivo é a visita que a
presidente Dilma Rousseff fará a Paris em dezembro, quando se
encontrará pela primeira vez com Hollande.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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