O sargento norte-americano Robert Bales, acusado de executar 16
afegãos, pode ser sentenciado a pena de morte ou a prisão perpétua por
uma Corte Militar dos Estados Unidos. O oficial foi denunciado pela
promotoria das Forças Armadas de matar 9 crianças e ferir outros 6 civis
presentes em dois vilarejos pobres no Afeganistão, na noite do dia 11
de março deste ano.
A audiência preliminar, que determinará se o sargento será ou não indiciado para o julgamento militar, teve início na segunda-feira (5) com a leitura da acusação e deve terminar em duas semanas. A equipe de defesa do soldado norte-americano, que não tem o direito de se pronunciar durante as sessões, acredita que a corte será inevitável.
A audiência preliminar, que determinará se o sargento será ou não indiciado para o julgamento militar, teve início na segunda-feira (5) com a leitura da acusação e deve terminar em duas semanas. A equipe de defesa do soldado norte-americano, que não tem o direito de se pronunciar durante as sessões, acredita que a corte será inevitável.
De acordo com a versão apresentada pelos promotores, o
sargento deixou sua base das forças especiais na província de Kandahar
bêbado e sob o efeito de esteroides com o objetivo de matar afegãos.
Armado com rifles e granadas, o oficial chegou a um pequeno vilarejo
próximo à base, disparou contra os civis e colocou fogo em outros
moradores, que dormiam.
Com as roupas cobertas de sangue e consciente de seu crime, Bales retornou à sede militar e disse a um de seus companheiros: “Eu acabei de atirar contra algumas pessoas”. O sargento ainda ameaçou o oficial, afirmando que não poderia ser delatado. Em seguida, o militar deixou a base, mais uma vez, em direção à outra aldeia nas proximidades, aonde atirou e feriu outros civis. Das 16 pessoas executadas, 11 faziam parte de uma mesma família e 9 eram crianças.
Quando voltou a base militar, Bales foi confrontado por colegas que pediram suas armas e o prenderam. Os promotores acrescentaram que as câmeras de vigilância da sede militar registraram a saída do sargento e sua volta para o local, incluindo a discussão com seus companheiros.
O sargento é denunciado por homicídio premeditado, tentativa de homicídio, agressão e uso de esteroides e álcool durante serviço militar. Os militares que estavam presentes na base, assim como sobreviventes do massacre e moradores dos vilarejos, vão testemunhar perante a audiência preliminar e espera-se que acrescentem detalhes a versão da acusação.
“Em todos os momentos, ele teve clareza do que estava fazendo e do que havia feito”, afirmou o promotor geral do caso, o coronel Jay Morse. A equipe de acusação tenta provar que Bales estava consciente durante o crime e havia planejado o massacre, o que o torna passível de duras condenações.
Bales chegou a confessar o crime em ocasiões anteriores, mas sua equipe de advogados tenta, agora, provar que o réu não se lembra do ocorrido. A defesa chegou a afirmar que o sargento sofre de stress pós-traumático por conta do conflito no Afeganistão e da guerra do Iraque de 2003, na qual também serviu.
A esposa do sargento, que também deve depor durante as sessões, disse que seu marido estava muito decepcionado com o trabalho por não ter recebido injustamente uma promoção e ainda afirmou que estavam passando por problemas financeiros.
“Essa audiência é importante para nós descobrirmos o que o governo pode provar”, disse um dos advogados de Bales, John Henry Browne, citado pelo jornal britânico Guardian. “O trabalho da defesa é reunir o máximo de informações possível. Esse é o nosso objetivo: nos preparar para o que, com certeza, será uma corte marcial”.
Reação
O massacre é considerado a pior atrocidade perpetrada por forças norte-americanas no Afeganistão desde a invasão do país em outubro de 2001 e provocou forte reação da população local. O tribunal está sendo acompanhado pelos afegãos, que defenderam o julgamento de Bales pela justiça do país e não, dos EUA.
“As pessoas estavam muito emocionadas depois das execuções e vieram ao nosso escritório para dizer ‘Nós queremos justiça. Nós queremos que os norte-americanos entreguem o soldado para nós e nós vamos puni-lo”, contou o ex-chefe da polícia do distrito de Panjwai, Sardar Mohammad Nazari.
Outros abusos
Os oficiais norte-americanos protagonizaram outros tipos de abusos contra afegãos durante o conflito. No início de agosta, as autoridades militares dos EUA anunciaram que nove membros das Forças Armadas seriam punidos por dois episódios ocorridos no Afeganistão no início do ano.
Em um dos casos, tropas norte-americanas queimaram cerca de duas mil cópias do alcorão em uma base militar aérea e no outro, quatro fuzileiros navais aparecem em um vídeo urinando em cima de três supostos insurgentes mortos. Apesar de serem processos separados, os militares divulgaram suas decisões no mesmo dia a partir de dois relatórios investigativos. Ambas as punições não incluem acusações criminais nem tempo de prisão como havia requerido Hamid Karzai, presidente do Afeganistão, e decepcionaram a população afegã.
Com as roupas cobertas de sangue e consciente de seu crime, Bales retornou à sede militar e disse a um de seus companheiros: “Eu acabei de atirar contra algumas pessoas”. O sargento ainda ameaçou o oficial, afirmando que não poderia ser delatado. Em seguida, o militar deixou a base, mais uma vez, em direção à outra aldeia nas proximidades, aonde atirou e feriu outros civis. Das 16 pessoas executadas, 11 faziam parte de uma mesma família e 9 eram crianças.
Quando voltou a base militar, Bales foi confrontado por colegas que pediram suas armas e o prenderam. Os promotores acrescentaram que as câmeras de vigilância da sede militar registraram a saída do sargento e sua volta para o local, incluindo a discussão com seus companheiros.
O sargento é denunciado por homicídio premeditado, tentativa de homicídio, agressão e uso de esteroides e álcool durante serviço militar. Os militares que estavam presentes na base, assim como sobreviventes do massacre e moradores dos vilarejos, vão testemunhar perante a audiência preliminar e espera-se que acrescentem detalhes a versão da acusação.
“Em todos os momentos, ele teve clareza do que estava fazendo e do que havia feito”, afirmou o promotor geral do caso, o coronel Jay Morse. A equipe de acusação tenta provar que Bales estava consciente durante o crime e havia planejado o massacre, o que o torna passível de duras condenações.
Bales chegou a confessar o crime em ocasiões anteriores, mas sua equipe de advogados tenta, agora, provar que o réu não se lembra do ocorrido. A defesa chegou a afirmar que o sargento sofre de stress pós-traumático por conta do conflito no Afeganistão e da guerra do Iraque de 2003, na qual também serviu.
A esposa do sargento, que também deve depor durante as sessões, disse que seu marido estava muito decepcionado com o trabalho por não ter recebido injustamente uma promoção e ainda afirmou que estavam passando por problemas financeiros.
“Essa audiência é importante para nós descobrirmos o que o governo pode provar”, disse um dos advogados de Bales, John Henry Browne, citado pelo jornal britânico Guardian. “O trabalho da defesa é reunir o máximo de informações possível. Esse é o nosso objetivo: nos preparar para o que, com certeza, será uma corte marcial”.
Reação
O massacre é considerado a pior atrocidade perpetrada por forças norte-americanas no Afeganistão desde a invasão do país em outubro de 2001 e provocou forte reação da população local. O tribunal está sendo acompanhado pelos afegãos, que defenderam o julgamento de Bales pela justiça do país e não, dos EUA.
“As pessoas estavam muito emocionadas depois das execuções e vieram ao nosso escritório para dizer ‘Nós queremos justiça. Nós queremos que os norte-americanos entreguem o soldado para nós e nós vamos puni-lo”, contou o ex-chefe da polícia do distrito de Panjwai, Sardar Mohammad Nazari.
Outros abusos
Os oficiais norte-americanos protagonizaram outros tipos de abusos contra afegãos durante o conflito. No início de agosta, as autoridades militares dos EUA anunciaram que nove membros das Forças Armadas seriam punidos por dois episódios ocorridos no Afeganistão no início do ano.
Em um dos casos, tropas norte-americanas queimaram cerca de duas mil cópias do alcorão em uma base militar aérea e no outro, quatro fuzileiros navais aparecem em um vídeo urinando em cima de três supostos insurgentes mortos. Apesar de serem processos separados, os militares divulgaram suas decisões no mesmo dia a partir de dois relatórios investigativos. Ambas as punições não incluem acusações criminais nem tempo de prisão como havia requerido Hamid Karzai, presidente do Afeganistão, e decepcionaram a população afegã.
Fonte: Tribuna Hoje
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