Aviões de guerra franceses bombardearam acampamentos de rebeldes
islamistas no extremo norte do Mali, este Domingo (3), disseram fontes
militares, um dia depois de o presidente francês, François Hollande, ter
sido recebido como um salvador durante uma visita ao país, situado no
oeste africano.
O porta-voz do Exército da França em Paris,
Thierry Burkhard, disse que os ataques nocturnos tiveram como alvo bases
logísticas e campos de treinamento usados ??pelos rebeldes ligados à
rede Al Qaeda, nos arredores da cidade de Tessalit, perto da fronteira
com a Argélia.
"Estes foram ataques aéreos importantes", afirmou
Burkhard à Reuters. A cidade de Tessalit, situada cerca de 200
quilómetros ao norte de Kidal, capital regional, é um dos principais
acessos às montanhas de Adrar des Ifoghas ,onde os rebeldes
refugiaram-se depois de fugir de grandes cidades.
A França afirma
que os rebeldes mantêm nessas montanhas sete dos seus cidadãos feitos
reféns, capturados nos últimos anos na região do Saara. Fontes
militares do Mali disseram que as tropas francesas e do Chade entraram
em choque com membros do grupo militante Ansar Dine, na região ao redor
de Kidal, Sábado.
Helicópteros de ataque franceses e aviões de
transporte que levam forças especiais deixaram a cidade de Gao para
reforçar o contingente francês e do Chade estacionado no aeroporto de
Kidal.
A cidade de Kidal está sob controle do grupo rebelde MNLA,
da etnia tuaregue, o qual luta pela autonomia da região e ocupou a área
depois que os combatentes do Ansar Dine fugiram, seis dias atrás.
A
França deslocou há três semanas para o Mali 3.500 soldados, aviões de
combate e veículos blindados na operação Serval, que pôs fim a dez meses
de controle de cidades do norte do país por rebeldes islamistas que
impuseram, por meio da violência, a aplicação da Sharia (lei religiosa
muçulmana).
"Nunca uma intervenção estrangeira na África foi tão
popular como a dos franceses no Mali", disse, este Domingo o presidente
do vizinho Níger, Mahamadou Issoufou, à Rádio França Internacional. Ele
pediu que a França mantenha a sua presença militar.
"O objectivo
desta guerra não deve ser apenas libertar o Mali, mas libertar todo o
Sahel desta ameaça, que não ameaça apenas a nós, mas também à Europa, à
França e o mundo."
Hollande popular
Entusiasmados,
milhares de malinenses saíram às ruas para agradecer a Hollande durante
a sua visita de um dia ao Mali, Sábado, quando felicitou as forças
francesas e prometeu que iria terminar o trabalho de restaurar o
controle do governo central do país na região do Sahel.
Milhares
de moradores da capital gritavam "Obrigado, França!", quando Hollande
fez um pronunciamento para a multidão. Numa faixa estava escrito
"Hollande, Nosso Salvador".
"Há riscos de terrorismo, por isso,
não terminamos a nossa missão ainda", disse Hollande em entrevista
colectiva na residência do embaixador francês na capital, Bamaco.
Ele
afirmou que a França vai retirar as suas tropas do Mali assim que o
país tiver restabelecido a sua soberania sobre todo o seu território
nacional e uma força militar africana, apoiada pela ONU, assuma o lugar
do contingente francês.
"Não prevemos permanecer indefinidamente", declarou Hollande, que não especificou um prazo para o término da operação francesa.
Os
Estados Unidos e a União Europeia estão a apoiar a intervenção no Mali
para combater a ameaça de que os jihadistas islâmicos usem a região do
Saara que está fora do controle do governo como plataforma para
lançamento de ataques.
Fonte: Verdade
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