A Presidência dos EUA defendeu nesta terça-feira a realização de ataques
com aviões não tripulados ('drones') contra cidadãos norte-americanos
no exterior suspeitos de terrorismo, considerando-os "legais, éticos e
sensatos".
Estas considerações foram feitas depois da divulgação de um relatório
governamental, em que os ataques são justificados, mesmo sem provas de
um ato terrorista iminente.
"Realizamos esses ataques porque são necessários para mitigar as ameaças
reais em curso, deter conspirações, prevenir ataques e salvar vidas
norte-americanas", indicou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney,
durante a conferência de imprensa diária, dedicada em boa parte ao tema
dos 'drones'.
Carney sustentou que os EUA usam "em algumas ocasiões" aviões dirigidos
por controlo remoto para "realizar ataques seletivos contra
determinados terroristas da Al-Qaida", mas negou-se a dar detalhes dos
critérios seguidos para os autorizar.
"O Governo dos EUA toma com muito cuidado a decisão de perseguir um
terrorista de Al-Qaida, para garantir a precisão e evitar a perda de
vidas inocentes", garantiu o porta-voz.
O canal NBC News obteve na segunda-feira uma cópia exclusiva de um relatório do Departamento de Justiça, disponível em http://on-msn.com/11DYOoy,
no qual se sustenta que a morte de um norte-americano no estrangeiro,
através de um ataque com 'drones', é justificada se se tratar de um
"líder operacional" da Al-Qaida ou "uma força associada".
O documento revela que o Governo pode ordenar a morte de um suspeito de
terrorismo, mesmo sem provas suficientes de estar implicado no
planeamento de um ato terrorista iminente.
Um grupo de 11 senadores pediu na segunda-feira, em carta dirigida a
Barack Obama, que revele os pressupostos das aprovações de ataques com
'drones' quando se trata de cidadãos norte-americanos.
Este pedido de informação acontece na véspera da ida do assessor de
Obama para a luta antiterrorista, John Brennan, promotor do uso
estratégico dos 'drones' e indigitado para chefiar a CIA, ao Senado no
âmbito do processo da sua confirmação para o cargo.
A União Americana das Liberdades Civis (ACLU, na sigla em Inglês) já
considerou, em comunicado, o memorando governamental sobre o uso dos
'drones' como "profundamente preocupante".
A ACLU justificou a sua preocupação com o fato de o Governo ter a
possibilidade de matar uma pessoa "longe de um campo de batalha
conhecido e sem qualquer tipo de intervenção judicial, antes ou depois
dos fatos".
Fontes: SIC Notícias (Portugal) / Globo News - Imagem: Reprodução - Via Aviation News
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