As forças francesas no Mali descobriram várias toneladas de armas em
poder de combatentes ligados à Al Qaeda que planejavam usar o norte
desse país africano como base para ataques internacionais, disse o
ministro francês da Defesa nesta sexta-feira.
A França iniciou em 11 de janeiro uma intervenção militar em sua
ex-colônia contra os militantes islâmicos que controlavam dois terços do
norte do Mali.
A ofensiva, em conjunto com tropas de países africanos, conseguiu
conter o avanço dos rebeldes rumo ao sul e expulsá-los das principais
cidades do norte malinês. Mas os militantes continuam resistindo em
montanhas próximas à fronteira com a Argélia.
Falando no fim de dois dias de visita ao Mali, o ministro
Jean-Yves Le Drian disse que os rebeldes islâmicos, muitos deles
não-malineses, estavam bem armados e pretendiam criar um "santuário
terrorista" neste país pobre e árido.
"O que mais me chamou a atenção foi a escala dos arsenais que
descobrimos no norte e na região de Gao. Havia certamente o desejo de
fazer desta uma base para ações internacionais", disse Le Drian a
jornalistas em Bamaco, a capital malinesa.
Nesta semana, os soldados franceses mataram cerca de 15
militantes e capturaram um cidadão francês que lutava com os rebeldes
islâmicos, depois da descoberta de um pequeno Exército jihadista no vale
do Ametetai. Cerca de 30 soldados franceses ficaram feridos nos
confrontos.
Também nesta sexta-feira, Le Drian disse a uma rádio que as
forças francesas estavam descobrindo armas rebeldes "às toneladas" e que
um arsenal achado no vale do Ametetai incluía armas pesadas, material
para explosivos improvisados e coletes para o uso de homens-bombas.
Ele disse que o francês capturado, junto com vários prisioneiros tomados em combate, será extraditado em breve para a França.
Na quarta-feira, o presidente da França, François Hollande, disse
que seu país vai começar a retirar seu contingente do Mali em abril, um
mês depois da previsão inicial.
Le Drian afirmou que, antes de começarem a se retirar, as forças
francesas ainda precisam expulsar os militantes do nordeste do Mali e
proteger a região de Gao, no leste, um ex-reduto dos rebeldes.
"Estamos 70 por cento lá ... mas precisamos fazer 100 por cento",
disse ele nesta sexta-feira. "A missão dada às nossas forças pelo
presidente da República é ter êxito na libertação de todo o território
malinês ... então haverá mais combates."
Fonte: Reuters - (Reportagem de Tiemoko Diallo, Alexandria Sage, em Paris, e de Rainer Schwenzfeier e Adama Diarra, em Bamaco)
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