A Força Aérea Síria bombardeava nesta segunda-feira (11) o bairro de
Baba Amr na cidade de Homs, que foi atacado novamente pelos rebeldes.
No plano diplomático, um líder da oposição síria, Haytham al-Mana, se
reuniu nesta segunda-feira em Moscou com o ministro russo de Relações
Exteriores, Serguei Lavrov, para tentar reorientar o apoio da Rússia ao
regime de Assad.
Um ano depois de o Exército tomar o bairro de Baba Amr, após várias
semanas de intensos bombardeios que deixaram centenas de mortos, os
rebeles surpreenderam na madrugada de domingo o regime ao atacar esse
bairro da cidade de Homs, segundo anunciou o Observatório Sírio dos
Direitos Humanos (OSDH).
A aviação do regime respondeu com ataques a Baba Amr, enquanto as
forças terrestres mantinham a cidade de Homs 'totalmente cercada',
segundo a mesma organização.
Na segunda, a força aérea do regime retomou os bombardeios a esse
bairro, informou Rami Abdel Rahman, presidente do OSDH, uma ONG com sede
na Grã-Bretanha que obtém suas informações por meio de uma ampla rede
de militantes e médicos no terreno.
'A aviação efetuou um ataque aéreo em Baba Amr esta manhã. Os combates e
bombardeios continuaram de forma intermitente durante a noite', indicou
a ONG, que informou também sobre um êxodo dos moradores para outros
bairros. 'O Exército tentará a todo custo expulsar os rebeldes, mesmo
que destrua completamente o bairro', disse Abdel Rahman. 'Ele fará isso
para dar ânimo (ao Exército), porque o bairro de Baba Amr é um símbolo
conhecido nos meios internacionais', declarou.
O jornal Al-Watan, ligado ao regime, indicou nesta segunda que 'o
Exército frustrou uma tentativa de infiltração em Baba Amr'. 'As
unidades do Exército sírio infligiram aos grupos armados importantes
perdas em vidas humanas e em armas em todos os eixos', indicou o
Al-Watan.
Segundo o periódico, 'uma unidade do Exército e elementos da segurança
enfrentaram homens armados e terroristas da Frente Al-Nusra que tentaram
se infiltrar no setor de Baba Amr. Vários homens armados morreram ou
ficaram feridos'.
De acordo com o OSDH, pelo menos 175 pessoas morreram no domingo
vítimas da violência em todo o país, entre eles 50 rebeldes, 46 civis e
79 soldados.
Em quase dois anos, o conflito sírio, que começou com uma onda de
protestos pacíficos que foi de militarizando frente à repressão, deixou
mais de 70.000 mortos, um milhão de refugiados e milhões de deslocados,
segundo a ONU.
A cidade de Homs, conhecida como 'a capital da Revolução', está
controlada em 80% pelo Exército, que lançou há alguns dias uma violenta
ofensiva contra os redutos rebeldes de Khaldiye e da parte velha de
Homs, assediados há oito meses.
As forças governamentais ainda dispararam foguetes e morteiros contra bairros periféricos de Damasco e sua província.
Em Idleb (noroeste), o regime lançou sete ataques em uma hora contra a
localidade de Hich, para tentar enviar reforços a dois postos de
controle militares cercados pelos rebeldes, indicou a OSDH.
Em um comunicado divulgado pela imprensa síria, a autoridade sunita mais importante da Síria, fez um apelo ao povo sírio para que apoie as Forças Armadas 'com o objetivo de defender a pátria'.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal grupo da oposição,
considerou que se tratava de um 'pedido de ajuda do regime sírio'.
'O regime criminoso mobiliza mercenários do exterior, convoca uma
intervenção externa (...) com a esperança de que o salvem de uma derrota
certa', afirmou o CNS em um comunicado, referindo-se ao Irã, principal
aliado regional do regime do presidente Bashar al-Assad.
O Estado Islâmico no Iraque (ISI), braço da Al-Qaeda, reivindicou o
ataque no qual morreram 48 soldados sírios e nove guardas iraquianos na
semana passada em território iraquiano, segundo um comunicado divulgado
na internet nesta segunda.
Os soldados sírios tinham se refugiado no Iraque fugindo dos combates contra os rebeldes em território sírio.
O comboio sírio foi atacado quando atravessava a província de Al-Anbar, oeste do Iraque, no caminho de volta à Síria.
O Iraque está entre seu vizinho Irã, que apoia Bashar al-Assad, e os
Estados Unidos, país que o qual mantém boas relações e que exige a saída
do presidente sírio, assim como outros Estados árabes.
Na Turquia, a polícia prendeu quatro sírios ligados ao regime de
Damasco, suspeitos de terem cometido um atentado a bomba em fevereiro
contra um posto de controle na fronteira entre Turquia e Síria, que
havia deixado 14 mortos, segundo o ministro turco do Interior.
Fonte: G1
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