O que era uma promessa começou a virar realidade: redes de sensores já começaram a monitorar a integridade estrutural de aviões.
As redes de sensores interligam uma série de unidades computacionais
autônomas minúsculas, capazes de coletar dados por meio de sensores,
trocar informações entre si e transmitir seus dados para uma central,
tudo por conexões sem fios.
O conceito é tão promissor que foi listado entre as 10 tecnologias que podem salvar a economia mundial.
Em 2011, a Airbus apresentou um conceito futurista de avião que utiliza as redes de sensores para monitorar quase tudo na aeronave.
O primeiro voo de teste foi um sucesso, mostrando que o módulo gera a
energia esperada para um sistema de monitoramento inteligente da
integridade estrutural dos aviões.[Imagem: EADS]
Agora, a EADS, controladora da Airbus, juntamente com engenheiros da
Universidade de Viena, na Áustria, fizeram o primeiro voo real para
testar o sistema de monitoramento inteligente.
Tal como o sistema nervoso no corpo humano, que detecta quase tudo o
que acontece conosco e ao nosso redor, os sensores ligados à fuselagem
do avião vão registrar e transmitir dados sobre a integridade estrutural
da aeronave em tempo real.
Redes de sensores
Os dois grandes desafios para transformar as redes de sensores em
realidade são criar uma forma de alimentar eletricamente os sensores e
seus módulos de recepção e transmissão, e algoritmos de redes neurais
artificiais que permitam que os nós da rede se comuniquem sem um
controle central.
A equipe do professor Ulrich Schmid acredita ter encontrado a solução
para o primeiro problema através de seu "Módulo de Colheita de
Energia", que gera eletricidade a partir da diferença de temperatura
criada quando o avião decola e pousa.
"As baterias
convencionais não são projetadas para as grandes diferenças de
temperatura que as aeronaves estão sujeitas continuamente durante sua
operação. Além disso, ninguém quer substituir regularmente todas as
baterias dos sensores no avião inteiro. Usar cabeamento convencional,
por outro lado, aumentaria significativamente o peso do aparelho," diz
Schmid.
Estes
são "Módulos de Colheita de Energia", que geram eletricidade para os
nós da rede de sensores aproveitando as diferenças de temperatura no
lado externo do avião. [Imagem: EADS]
Efeito Seebeck
A geração de energia é termoelétrica: quando dois materiais
condutores de eletricidade diferentes são unidos e seus pontos de
contato têm diferentes temperaturas, gera-se uma tensão elétrica - este
fenômeno é conhecido como "efeito Seebeck".
Foi o pesquisador Alexandros Elefsiniotis quem teve a ideia de
garantir o suprimento contínuo de eletricidade para que a rede de
sensores não pare de funcionar durante o voo.
Ele usou um reservatório de água de cerca de 10 centímetros cúbicos,
que congela durante a decolagem, mas com um gradiente de temperatura
diferente da fuselagem.
O primeiro voo de teste foi um sucesso, mostrando que o módulo gera a energia esperada.
"Nós obtivemos cerca de 23 joules de energia por voo, o que é
suficiente para alimentar um nó da rede de sensores sem fios," disse
Elefsiniotis.
Agora que os sensores já estão funcionando, os pesquisadores vão começar a testar seus algoritmos de comunicação.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
0 Comentários