Lixo espacial, como restos de foguetes, deve ser
retirado da órbita da Terra para evitar acidentes que poderiam custar
milhões de euros a operadores de satélite e derrubar redes de GPS e
telefonia móvel, advertiu a Agência Espacial Europeia.
Na densidade atual de detritos, haverá uma colisão em
órbita a cada cinco anos, mas uma pesquisa apresentada em uma
conferência organizada pela agência na Alemanha mostrou que um aumento
nesse tipo de lixo tornaria as colisões mais prováveis no futuro.
Cinco a 10 objetos grandes precisam ser coletados do
espaço por ano para ajudar a reduzir colisões e conter o risco de
fragmentos serem pulverizados no espaço, o que poderia causar mais
danos, disse.
Os cientistas estimam que há cerca de 29 mil objetos
maiores do que 10 centímetros em órbita na Terra a uma velocidade média
de 25 mil km/h, cerca de 40 vezes mais rápido do que os aviões viajam.
A essa velocidade, mesmo pequenos pedaços de detritos
podem danificar ou destruir naves espaciais e satélites, o que poderia
custar bilhões de dólares para a substituição, além de interromper a
comunicação via celular ou a navegação por satélite.
"Dentro de algumas décadas, haverá colisões entre
objetos grandes que vão criar fragmentos que podem causar mais danos",
afirmou à Reuters o chefe do Escritório de Detritos Espaciais da agência, Heiner Klinkrad.
"A única maneira de evitar que isso aconteça é ir até lá
e removê-los", acrescentou ele. "Quanto mais você esperar, mais difícil
e muito mais caro vai ser."
Detritos espaciais incluem qualquer lixo que o homem
deixou no espaço, como peças de lançadores de foguetes, satélites
inativos e peças quebradas de colisões passadas.
As agências espaciais de todo o mundo estão cooperando
na pesquisa de detritos espaciais, e a iniciativa Espaço Limpo da
agência, lançada em 2012, tem o objetivo de desenvolver a tecnologia
para capturar e remover com segurança detritos espaciais.
Os pesquisadores estão avaliando vários métodos
diferentes para remover detritos espaciais em órbita, disse Klinkrad,
que vão desde o uso de pacotes de propulsão, amarras condutores ou
lasers, a redes e arpões.
Mas qualquer decisão de ir em frente com a missão, bem
como os fundos para pagar por ela, teria de vir dos 20 países-membros da
agência, que incluem França, Alemanha, Itália e Grã-Bretanha.
A demanda para a remoção de objetos em órbita poderia,
eventualmente, oferecer oportunidades para empresas privadas, afirmou
Klinkrad, apesar de muitas questões, inclusive legais, que cercam o lixo
espacial precisarem ser resolvidas primeiro.
Fonte: Terra
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