Atentados como o que deixou três mortos durante a maratona de Boston,
nos EUA, podem ser evitados no Brasil durante a Copa das Confederações e
a Copa do Mundo?
O governo federal afirma que sim e que a prevenção pode ser feita em caminhões.
Chamados de CiCCM (Centros de Integração de Comando de Controle Móveis),
esses veículos estão equipados com computadores de última geração,
câmeras, captadores de áudios e softwares capazes de integrar a base de
dados das polícias Civil, Militar e Federal, além dos bombeiros e do
Samu e acioná-los com mais eficiência.
Os operadores que atuarem dentro desses caminhões, que ficarão no
entorno dos estádios, poderão ajudar a prevenir de atentados
terroristas, tumultos entre torcedores e venda de produtos piratas.
O sistema de monitoramento também possibilita identificar veículos estacionados irregularmente.
Cada veículo custará de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões. Ao menos 12 serão
usados na Copa das Confederações, sendo um deles operacional e um
tático, em cada cidade-sede. Os dois primeiros serão entregues nesta
sexta no Rio.
No total, devem ser gastos R$ 92 milhões --até a Copa do Mundo serão 27 caminhões em funcionamento.
O processo de licitação envolveu três empresas brasileiras, e o vencedor
foi um consórcio liderado pela Rontan Eletro Metalúrgica.
O governo vetou a participação de empresas estrangeiras, alegando
preocupação em diminuir os custos de manutenção e transferência da
tecnologia.
"Dependendo do acontecimento, cada polícia sabe o que fazer, assim como
os bombeiros, o Samu e as outras instituições que estarão presentes
nesses eventos", diz José Monteiro, diretor de operação da Sesge
(Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos), do
Ministério da Justiça.
"A grande vantagem é que o centro móvel pode se deslocar para qualquer
ponto onde esteja a ocorrência, no aeroporto, no estádio, num hotel,
além de poder gerenciá-la de forma autônoma", afirma Ricardo Max, da
equipe técnica da Sesge.
O especialista em tecnologia e segurança pública João Vasco Furtado
corrobora sobre a eficiência de uma base móvel, porém afirma que boa
parte dos Estados que receberão os veículos não possuem um sistema de
informação integrada.
"Se eu não tenho uma infraestrutura de dados integradas, a deficiência
continuará do mesmo jeito. A questão a ser levantada é se conseguiremos
usar todos os benefícios dessa base móvel."
Além de serem usados para os eventos esportivos, cada Estado poderá
utilizar os caminhões em agendas como a Virada Cultural, em São Paulo, e
o Carnaval de rua.
Fonte: UOL
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