A princípio, um ataque químico ao front de Jobar, na entrada da capital
síria, não se parecia com nada. Nada de impressionante. Nada,
sobretudo, de detectável. Era esse o objetivo buscado: quando os
combatentes do Exército Livre Sírio (ELS) mais avançados em Damasco
perceberam que eles haviam acabado de ser expostos a produtos químicos
pelas forças governamentais, era tarde demais. Independentemente do gás
usado, ele já produzira seus efeitos, a poucas centenas de metros de
moradias da capital síria.
No início, foi somente um barulho discreto, um choque metálico, quase
um estalido. E em meio ao estrondo dos combates do dia no setor de
"Bahra 1" do bairro de Jobar, isso a princípio não atraiu a atenção dos
combatentes da brigada Tahrir al-Sham ("Libertação da Síria"). "Pensamos
que era um projétil que não havia explodido, e ninguém realmente deu
atenção", explica Omar Haidar, responsável operacional da brigada, que
mantém esse setor avançado a menos de 500 metros da Praça dos Abássidas.
Sem cheiro, sem fumaça
Buscando palavras para descrever esse som estranho, ele o compara a
"uma lata de Pepsi caindo no chão". Sem cheiro, sem fumaça, sem nem
mesmo um silvo que indicasse a emanação de um gás tóxico. Depois
surgiram os sintomas. Os homens tossiam violentamente. Os olhos ardiam,
as pupilas se retraíam ao extremo, a visão se turvava. Em breve vieram
as dificuldades respiratórias, às vezes agudas, e os vômitos, os
desmaios. Era preciso evacuar os combatentes mais afetados antes que
eles se sufocassem.
Esse fato foi testemunhado pelos enviados especiais do "Le Monde" por
vários dias a fio nesse bairro na saída de Damasco, onde a rebelião
penetrou em janeiro. Desde então, Jobar tem sido um ponto crucial tanto
para o ELS quanto para o governo. Mas, ao longo de uma reportagem de
dois meses nas cercanias da capital síria, nós reunimos elementos
comparáveis, em um espectro muito mais amplo. A gravidade dos casos, sua
multiplicação, a tática de emprego de armas como essas mostram que não
se trata de simples gás lacrimogêneo sendo utilizado nos fronts, mas de
produtos de outra categoria, bem mais tóxicos.
No confuso front de Jobar, onde as linhas inimigas estão tão próximas
que às vezes se insulta tão facilmente quanto se mata, as cenas de
ataque a gás apareceram pontualmente ao longo de abril. Não é uma
difusão maciça por quilômetros, mas sim um uso ocasional e localizado
pelas forças governamentais, visando os pontos de contato mais duros com
um inimigo rebelde muito próximo. O setor é o ponto de entrada para o
interior de Damasco onde grupos do ELS entraram mais a fundo. Uma guerra
impiedosa ocorre ali.
Primeiro ataque em abril
No setor "Bahra 1", um dos mais avançados na direção da grande praça
estratégica dos Abássidas, uma das redes de segurança de Damasco, os
homens de Abou Djihad, o chamado "Arguileh" (narguilé), sofreram seu
primeiro ataque dessa natureza na noite de quinta-feira, 11 de abril.
Inicialmente todos foram pegos de surpresa. Eles haviam ouvido falar dos
"gases" utilizados em outros fronts, em outras regiões da Síria
(sobretudo em Homs e na região de Aleppo) nos últimos meses, mas o que
fazer, uma vez diante do fenômeno? Como se proteger sem abandonar o
local e oferecer uma vitória fácil ao inimigo? "Alguns homens saíram,
outros permaneceram paralisados pelo pânico. Mas a posição não foi
abandonada. Ordenava-se aos soldados que subiam ao front para que
usassem lenços molhados para proteger o rosto", explica um combatente.
Foram distribuídas algumas máscaras de gás, destinadas prioritariamente
aos homens que mantinham posições fixas, onde às vezes um simples muro
demarca o limite do território rebelde. Outros se contentaram com a
proteção irrisória de máscaras cirúrgicas.
Os homens comandados por "Arguileh" não foram os únicos a sofrerem um
ataque a gás na região. Mais perto do açougue vizinho, onde ficam
estacionados os tanques do governo, as "forças especiais" dos rebeldes
da Liwa Marawi al-Ghouta foram expostas a concentrações – provavelmente
ainda maiores – de compostos químicos, a julgar pelos efeitos produzidos
sobre os combatentes. Nós os encontramos horas depois nos hospitais,
lutando para sobreviver.
Homens usando macacões
Em Jobar, os combatentes não desertaram suas posições, mas aqueles que
permaneceram nas linhas de frente, de pupilas contraídas, respiração
ofegante, ficaram "aterrorizados e tentavam se acalmar com orações",
admite Abou Atal, um dos combatentes de Tahrir al-Sham. Um homem de
outra brigada morreu em um setor vizinho. Ele se chamava Ibrahim Darwish
e morreu no dia 18 de abril.
Na parte norte de Jobar, também alvo de um ataque similar, o general
Abou Mohammed al-Kurdi, comandante da 1a Divisão do ELS (que reúne cinco
brigadas), afirma que seus homens viram militares governamentais
deixarem suas posições, antes que surgissem homens "usando macacões de
proteção química", os quais teriam em seguida colocado no chão "uma
espécie de pequenas bombas, como minas", que teriam começado a espalhar
um produto químico na atmosfera.
Ele afirma que seus homens teriam matado três desses técnicos. Onde
estavam os macacões de proteção apreendidos com os cadáveres? Ninguém
sabe... Os soldados expostos naquela noite falaram que houve um grande
pânico, uma corrida desenfreada. Não são civis ou fontes independentes
que podem desmentir ou corroborar essas afirmações: ninguém mais vive em
Jobar, fora os combatentes imbricados em diferentes fronts do bairro.
Isso não impede que seja constatado o efeito devastador dos gases
empregados pelo governo sírio nas portas de sua própria capital. Num dia
de ataque químico a uma zona do front de Jobar, no dia 13 de abril, o
fotógrafo do "Le Monde" viu os combatentes que guerreavam nessas casas
em ruínas começando a tossir, depois colocando suas máscaras de gás,
aparentemente sem pressa, mas na verdade já expostos. Homens se
agachavam, se sufocavam, vomitavam. Era preciso fugir imediatamente de
lá. O fotógrafo do "Le Monde" sofreu durante quatro dias distúrbios
visuais e respiratórios. No entanto, naquele dia as emanações de gás
haviam sido concentradas em um setor vizinho.
Linha vermelha
Na falta de testemunhos independentes, inúmeras dúvidas pairam sobre a
veracidade do uso de armas químicas, em geral, pelas forças
governamentais, que possuem enormes estoques delas, sobretudo de gáses
neurotóxicos, como o sarin. Vários países, como os Estados Unidos, a
Turquia e Israel, declararam possuir elementos materiais que indicam a
utilização de armas desse tipo, mas não comunicaram a natureza exata de
suas provas, nem decidiram se, como havia prometido o presidente Obama
em agosto de 2012, o uso de tais armas por parte do governo de Damasco
constituiria a ultrapassagem de uma "linha vermelha" que pudesse levar a
uma intervenção estrangeira na Síria contra o regime.
Já o governo acusa o ELS de também usar armas químicas, aumentando a
confusão. Para se convencer da veracidade do emprego desses compostos
por parte do Exército sírio em certos fronts, foi preciso então
perguntar aos médicos que, no local, estão tentando tratar ou salvar os
combatentes expostos a gases. No dia 8 de abril, no hospital Al-Fateh de
Kafer Battna, o maior centro médico da região de Ghouta, largo bolsão
rebelde a leste de Damasco, os médicos mostraram registros feitos com
celulares de cenas de asfixia. Um pigarro terrível saía da garganta de
um homem. Era o dia 14 de março, e, segundo a equipe médica, ele acabava
de ser exposto a gases em Otaiba, uma cidade a leste de Ghouta, onde o
governo sírio vinha conduzindo desde meados de março uma ampla operação
para cercar as forças rebeldes e cortar sua principal rota de
abastecimento.
Um desses médicos, o Dr. Hassan O.,descreve minuciosamente os sintomas
desses pacientes: "As pessoas que chegam têm dificuldades para respirar.
Elas têm as pupilas retraídas. Algumas vomitam. Eles não escutam mais
nada, não falam mais, seus músculos respiratórios estão inertes. Se não
forem tratadas com urgência, vão morrer." Essa descrição corresponde em
todos os pontos àquelas feitas pelos outros médicos que encontramos no
espaço de várias semanas nos arredores de Damasco, com algumas
variações. Dependendo do lugar, os combatentes que foram vítimas afirmam
que os produtos foram expelidos por simples projéteis, por foguetes, ou
até uma forma de granada.
No front de Jobar, no quinto ataque desse tipo, no dia 18 de abril, os
combatentes do ELS, comandados por Omar Haidar, dizem ter visto cair a
seus pés um grande cilindro equipado de um dispositivo de abertura, com
cerca de 20 centímetros de comprimento. Seriam armas químicas? E, nesse
caso, emitindo que tipo de substâncias? Para responder com precisão a
essa pergunta, seria preciso estabelecer um protocolo de investigação
que as condições do conflito tornam difícil. Realizar tais amostragens
em combatentes expostos às emanações a ponto de morrer ou serem
hospitalizados, e depois enviá-los a laboratórios especializados no
exterior. Um certo número delas foram realizadas e estão sendo
analisadas.
Uma estranha rotina
Desde então, máscaras de gás passaram a ser distribuídas em Jobar,
assim como seringas e ampolas de atropina, um produto injetável que
anula os efeitos dos neurotóxicos como o gás sarin. Os médicos de Ghouta
desconfiam que tenha sido usado esse neurotóxico inodoro e incolor cujo
efeito coincide com as observações feitas no local. Segundo uma fonte
ocidental informada, isso não impede que o governo sírio tenha recorrido
a misturas de produtos, sobretudo com gases usados para conter tumultos
(lacrimogêneo), para confundir as pistas e a observação dos sintomas.
Isso porque, caso seja provada a utilização de armas químicas pelas
tropas de Bashar al-Assad, trata-se de uma questão grave. Portanto, é
imprescindível dissimular. O uso de gases nos fronts é feito de maneira
pontual, evitando o espalhamento maciço que constituiria facilmente um
conjunto de provas irrefutáveis. Mas o fenômeno vem se repetindo: na
quinta-feira (23), os rebeldes afirmaram que um novo ataque de armas
químicas havia ocorrido em Adra, zona de confrontos muito duros entre o
governo e os rebeldes ao nordeste de Damasco.
Na segunda metade de abril, os ataques a gás se tornaram quase que uma
estranha rotina em Jobar. Nas linhas de frente, os rebeldes do ELS
cuidadosamente adotaram o hábito de manter próximas suas máscaras,
organizando sessões regulares de lavagem dos olhos, com seringas cheias
de soro fisiológico. O efeito buscado por esses ataques parecia
essencialmente tático, correspondendo a uma tentativa de
desestabilização das unidades rebeldes em bairros onde os soldados do
governo não conseguiram expulsá-los, sendo ao mesmo tempo um teste. Se
as forças armadas sírias ousam usar armas químicas dessa forma em sua
própria capital, sem desencadear uma reação internacional séria, isso
não seria um convite para continuar com o experimento de forma mais
ampla?
Até aqui, os casos de utilização de gás não foram isolados. O único
oftalmologista da região, formado no exterior, atende em um pequeno
hospital de Sabha cuja localização exata ele prefere não divulgar. Ele
sozinho contou 150 pessoas atingidas no espaço de duas semanas. Perto
das zonas atingidas pelos gases, ele organizou duchas para que os
combatentes expostos aos produtos químicos pudessem se lavar e trocar de
roupa para evitar que em seguida os funcionários das clínicas fossem
contaminados.
Remédio de cavalo
Para salvar os soldados cujos problemas respiratórios sejam mais
graves, é preciso levá-los pelo longo labirinto através de casas cujos
muros foram perfurados, passar por trincheiras e túneis escavados para
evitar os atiradores inimigos, até chegar a uma ambulância improvisada,
estacionada em uma parcela um pouco recuada, e atacar ruas expostas a
balas e projéteis, e pé na tábua para chegar até um hospital do front
antes que os combatentes morram asfixiados.
No hospital islâmico de Hammouriya, instalado em um discreto galpão, o
médico garantiu, no dia 14 de abril, ter recebido duas horas antes um
combatente do front de Jobar, com grandes dificuldades respiratórias, e
um ritmo cardíaco "enlouquecido". Para salvá-lo, ele diz ter efetuado
quinze injeções seguidas de atropina, bem como hidrocortisona. Um
remédio de cavalo, para um caso desesperador.
Na noite da véspera, uma das ambulâncias que tentava retirar homens
intoxicados foi atingida pelos tiros de um sniper. O motorista ficou
ferido. Na manhã seguinte, os socorristas conseguiram passar pela
estrada em velocidade máxima, sob mira de um tanque, e chegaram a essa
zona do front, onde uma nova leva de produtos químicos acabara de ser
espalhada. "Quando chegamos, encontramos todos no chão", conta um
enfermeiro de um outro centro hospitalar de Kaffer Batna, que não pode
dar seu nome por medo de represálias contra sua família, que se encontra
em zona governamental.
No decorrer da manhã, no corredor desse hospital instalado em um
estacionamento subterrâneo para se proteger dos tiros de Mig ou da
artilharia governamental, o caos dominava. Os soldados se encontravam
estirados ao lado de cinco auxiliares de enfermagem, que por sua vez
foram contaminados pelo contato. Ainda não haviam terminado a contagem
de soldados, que iam chegando transferidos a partir do front, e já eram
quinze no total. Correria até salas improvisadas, para distribuir
oxigênio e dar injeções.
Medicamentos cada vez mais raros
O Dr. Hassan, responsável pelo hospital, está deitado em seu minúsculo
escritório com uma máscara de oxigênio, enquanto lhe administram
atropina. Ele fazia procedimentos de emergência há uma hora, quando
perdeu a consciência e começou a se asfixiar. Esse homem vem lutando há
meses para manter em atividade seu centro médico, ajudado por
voluntários – alguns deles simples estudantes – sendo que o bloqueio da
região pelas forças governamentais acaba tornando os medicamentos cada
vez mais raros. Faltam anestésicos, e os cirurgiões improvisados são
obrigados a usar produtos veterinários, como a cetamina. A morfina
sumiu. E os estoques de atropina não devem durar por muito tempo. O
médico retirou algumas amostras que saíram clandestinamente da região,
atravessando inúmeras dificuldades. Serão necessárias ainda algumas
semanas para saber o resultado da análise.
Os enviados especiais do "Le Monde" foram até oito centros médicos da
parte leste de Ghouta, e só encontraram dois estabelecimentos cujos
responsáveis médicos declararam não ter recebido combatentes ou civis
atingidos por ataques de gás. Em Sahibiyya, os médicos receberam até
sessenta casos em um único dia, provenientes do front de Otaiba, no dia
18 de março. A modesta estrutura não tinha condições de enfrentar esse
fluxo, especialmente por causa da falta de oxigênio. Houve cinco mortes
por asfixia. Alguns dias mais tarde, cientes da gravidade da situação,
os médicos mandaram exumar os restos mortais dessas vítimas na presença
de autoridades locais e religiosas e retiraram amostras de tecido que
tentaram enviar para um país vizinho. Algumas dessas amostras foram
entregues a um pequeno grupo de combatentes que tentaram romper o
bloqueio da região pelas forças governamentais. Nesse dia, os médicos de
Nashibiyya diziam ignorar se as amostras haviam chegado ao destino
certo.
"Os doentes enlouqueceram"
A uma dezena de quilômetros de lá, no hospital de Duma, controlado pela
brigada Al-Islam, os médicos dizem ter recebido 39 pacientes após o
ataque químico do dia 24 de março na cidade de Adra. Dois homens
morreram no local. Um dos médicos observa que ao final de dois dias "os
doentes enlouqueceram". Marwane, um combatente presente nas instalações
do ataque de Adra, afirma ter visto "foguetes chegando ao front e
soltando uma luz laranja", e que durante sua própria transferência até o
hospital, ele viu "três homens morrerem nos veículos na estrada". No
contexto de caos que reina na região de Ghouta, civis e militares muitas
vezes morrem antes de conseguirem chegar a um centro médico.
Adra, Otaiba e Jobar são os três pontos onde o uso de gás foi descrito
pelas fontes locais desde o mês de março na região de Damasco. Mas
surgiu uma diferença: em Jobar, os produtos foram utilizados de maneira
mais prudente e mais localizada. Em compensação, nos fronts mais
afastados, como Adra e Otaiba, as quantidades estimadas em relação ao
número de casos ocorridos simultaneamente nos hospitais foram maiores.
Mas atender vítimas de ataques químicos não é a única atividade dos
hospitais da região. Duas horas antes da chegada dos enviados especiais
do "Le Monde", quatro crianças de corpos dilacerados, despedaçados por
bombas de Mig haviam sido levadas em urgência até Duma. Mal foram
estabilizadas, tiveram de deixar o hospital sem esperança de serem
retiradas da Síria. Provavelmente como muitos outros, elas morreram no
caminho. Os enfermeiros filmaram esses corpos sofridos, esses berros de
dor. "Isso acontece todos os dias, e para nós é ainda mais grave que os
ataques químicos: chegamos a esse ponto", comenta, com um olhar
arrasado, o médico que tampouco pode dizer seu nome.
Fonte: UOL
A Grã-Bretanha informou na semana passada a ONU sobre "novos
incidentes" de uso evidente de armas químicas na Síria, afirmaram fontes
diplomáticas nesta quarta-feira (29).
Londres enviou uma carta às Nações Unidas que incluiu "detalhes de
novos casos desde abril', afirmou um diplomata ocidental sobre o último
de uma série de relatórios a respeito do uso de armas químicas no
conflito sírio, que dura mais de dois anos.
Grã-Bretanha e França já haviam enviado em abril três cartas à ONU
para denunciar supostos casos de utilização de armas químicas no
conflito sírio, fundamentalmente na região de Homs em dezembro de 2012, e
pedir uma investigação.
O sueco Ake Sellstrom coordena a equipe de investigadores designada pela ONU, mas ainda não conseguiu entrar no país.
"Continuamos informando o secretário-geral da ONU [Ban Ki-moon] e o sr.
Sellstrom sobre nossas informações a respeito do suposto uso de armas
químicas na Síria", declarou o embaixador britânico Mark Lyall Grant.
Uma fonte da ONU revelou na semana passada "informações cada vez mais
numerosas" sobre a utilização deste tipo de armas no conflito sírio.
O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, citou na
segunda-feira um "suposto uso de armas químicas cada vez mais firme" na
Síria.
Fonte: G1
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