Uma onda de atentados, praticados principalmente nas zonas
majoritariamente sunitas, deixou nesta segunda-feira (10) mais de 70
mortos e 230 feridos no Iraque.
Mossul, uma cidade de maioria sunita localizada 350 km ao norte de
Bagdá, foi sacudida por cinco atentados com carros-bomba à noite, que
mataram 29 pessoas, de acordo com um médico do hospital da cidade e um
general do Exército.
Esta série de atentados, que também deixou 80 feridos, teve como alvo as forças de segurança iraquianas.
"Recebemos muitos corpos. A maior parte deles era de membros das forças
de segurança", declarou à AFP o doutor Anuar Abed al-Juburi do Hospital
Geral de Mossul.
Outros atentados atingiram Kirkuk e sua região, Tikrit e Tuz Khurmatu, deixando 16 mortos.
Mais cedo, um triplo atentado em um mercado na cidade de maioria xiita
de Judaida al-Chat, na província de Diyala, matou 13 pessoas.
"A Al-Qaeda está por trás deste ataque terrorista", disse à AFP
Mohammed al-Zaidi, um vendedor de legumes que ficou ferido em um dos
atentados de Judaida al-Chat. O grupo extremista sunita tenta "aumentar o
ódio religioso em nossa região, quando vivemos em perfeita harmonia com
os sunitas", afirmou.
Durante a noite, e Madain, ao sul da capital, um atentado suicida com
carro-bomba contra a Polícia e o Exército deixou quatro mortos.
Em Bagdá, um duplo atentado a bomba no bairro xiita de Sadr City deixou um morto e oito feridos.
A frequência e intensidade da violência no Iraque aumentam o temor de
um retorno ao conflito religioso de 2006-2007. Segundo as Nações Unidas,
mais de mil pessoas morreram em ataques desde maio.
Martin Kobler, chefe da missão da ONU no país, considerou recentemente que o Iraque está "prestes a explodir".
O aumento dos episódios de violência coincide com a grave crise
política e com um amplo movimento de contestação da minoria sunita, que
exige o fim da estigmatização sofrida e a renuncia do primeiro-ministro
xiita Nuri al-Maliki.
Observadores e especialistas também consideram que o fracasso das
autoridades em combater de fato as origens da ira sunita apenas aumenta a
ação dos insurgentes.
Fonte: G1
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