Um relatório de 500 páginas, acusando o regime iraniano de se
infiltrar na América Latina para promover ações terroristas, entre elas o
atentado à bomba de 1994, que destruiu a associação judaica Amia, em
Buenos Aires, matando 85 pessoas, foi divulgado ontem (29) pelo promotor
argentino Alberto Nisman.
Em entrevista à imprensa, Nisman disse
que enviou os resultados de suas investigações ao Brasil e aos países da
região, onde teriam sido instaladas bases clandestinas de espionagem:
Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Guiana, Trinidad e Tobago e
Suriname.
No relatório, o promotor explicou que tem novas provas
de que o regime islâmico iraniano patrocinou o atentado à Amia e que a
agressão não deveria ser vista como um fato isolado porque aconteceu
“enquanto a América Latina estava sendo fortemente e agressivamente
infiltrada por pessoas ligadas ao Irã”.Nisman é o responsável pelas
investigações do ataque terrorista à Amia, que aconteceu dois anos após a
explosão de um carro bomba na embaixada argentina em Buenos Aires,
causando a morte de 29 pessoas.
Não é a primeira vez que a
Argentina acusa o Irã de financiar o grupo fundamentalista Hezbollah,
pela destruição da Amia. A pedido do governo argentino, a Interpol
emitiu alerta vermelha para vários altos funcionários do regime
iraniano, incluindo o ministro da Defesa, Ahmed Vahidi.
O governo
iraniano sempre negou qualquer envolvimento no atentado e se recusou a
cooperar com a Justiça argentina até o final do ano passado, quando
propôs à presidenta Cristina Kirchner uma saída para o impasse.
Os
dois países concordaram em criar uma espécie de comissão da verdade
para ajudar nas investigações. O governo iraniano, desde que os
suspeitos concordassem, permitiria que eles fossem ouvidos, em Teerã,
pelos investigadores argentinos. O acordo, assinado em janeiro passado,
foi criticado pelas organizações judaicas e pela oposição, que
consideram o Irã “pouco confiável”.
Fonte: Agencia Brasil-JB
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