Jornalista responsável pelas primeiras revelações sobre a espionagem da
NSA declarou, em entrevista realizada no Rio de Janeiro, que dados ainda
mais danosos serão divulgados, se algo acontecer a Edward Snowden.
Glenn Greenwald, repórter do jornal inglês The Guardian que
primeiro divulgou as revelações de Edward Snowden sobre a espionagem
estatal norte-americana, afirmou que o informante ainda detém muitos
dados prejudiciais para os Estados Unidos.
Em entrevista realizada no Rio de Janeiro e publicada neste sábado (13/07) pelo periódico argentino La Nación,
Greenwald advertiu: "Snowden possui bastante informação para, num único
minuto, causar mais danos ao governo dos EUA do que qualquer pessoa já
causou".
"O governo dos EUA deveria estar de joelhos todo dia, implorando para
que nada aconteça a Snowden. Pois se algo chegar a acontecer, todas as
informações serão reveladas, e isso talvez seja o pior pesadelo [para
Washington]."
Entre os documentos mantidos em diferentes esconderijos pelo
ex-contratado da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) e
ex-funcionário da CIA, alguns descrevem em detalhes como os programas de
espionagem norte-americanos conduzem a vigilância na América Latina,
disse o jornalista.
"Uma forma de interceptar as comunicações é através de uma companhia
telefônica nos Estados Unidos que tem contratos com firmas de
telecomunicações na maioria dos países latino-americanos", exemplificou
Greenwald, sem revelar o nome da companhia em questão.
Entre a Rússia e a América Latina
Edward Snowden se encontrava em Hong Kong quando o Guardian
publicou suas denúncias. Desde que deixou a cidade chinesa, três semanas
atrás, ele está confinado à área de trânsito de Sheremetyevo, um dos
aeroportos internacionais de Moscou.
As autoridades dos EUA têm procurado obter a extradição do ex-consultor
de 30 anos de idade, de modo a submetê-lo a processo por espionagem.
Na sexta-feira, os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin mantiveram
uma conversa telefônica a respeito, sem resultados imediatos. Caso seja
condenado, Snowden está sujeito até mesmo à pena capital.
No mesmo dia, o whistleblower revelara a ativistas dos direitos
humanos, reunidos no Aeroporto de Sheremetyevo, que planeja requerer
asilo temporário na Rússia, até que seja seguro seguir para um destino
permanente na América Latina.
Entre os poucos governos que aceitariam abrigar Snowden estão o da
Bolívia e o da Venezuela. Neste sábado, o chefe de Estado boliviano, Evo
Morales, reiterou a oferta de asilo ao informante, porém assegurando
que La Paz agirá em concordância com "todas as normas diplomáticas e
acordos internacionais".
Fonte: DW
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