“Desde o acidente
de Alcântara (MA) que, em 22 de agosto de 2003, causou a morte de 21
pessoas, nenhuma outra tentativa de lançamento com o VLS-1 (Veículo
Lançador de Satélites) foi realizada no Brasil. No entanto, os
dois centros de lançamento nacionais (o segundo fica em Barreira do
Inferno, em Natal) têm sido constantemente exercitados com o lançamento de
missões suborbitais e foguetes de treinamento.
Com o objetivo de obter
autonomia em lançadores de satélites, a Agência Espacial Brasileira (AEB)
e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) estão trabalhando em conjunto para
lançar o VLS-1 com uma carga útil real nos próximos anos.
A “Operação Salina”
marcou o reinício das atividades relacionadas ao VLS-1 em 2012. O objetivo
da operação foi realizar o transporte, a preparação e integração mecânica
da estrutura inerte do VLS-1 – a
estrutura real do veículo, porém sem combustível a bordo. A próxima
missão, denominada MIR, fará a verificação elétrica completa do veículo em
abril do ano que vem. Outras missões semelhantes estão programadas antes
do lançamento do veículo completo. Está programado para meados de 2014 o voo
tecnológico do chamado VSISNAV, que está em fase de montagem e vai ser
constituído por parte do VLS-1, o primeiro e o segundo estágios ativos.
CRONOGRAMA PREVISTO PARA LANÇAMENTO DO VLS-1:
Abril de 2014 - Operação
Santa Bárbara
Na base de Alcântara; campanha de testes de componentes e redes elétricas, incluindo os sistemas de
controle, telemetria, telecomando e apoios de solo. Será feita a simulação
completa da sequência de lançamento e todos os meios serão avaliados.
Entre julho e agosto de 2014 - Voo
tecnológico XVT-01
Veículo também chamado
VSISNAV tem apenas os dois primeiros estágios ativos. Esse veículo está em
fase de ensaios de qualificação dinâmica dos componentes, módulos e
pirotécnicos. Os motores já estão sendo carregados e preparados, e os demais
sistemas, montados.
É um protótipo do VLS-1,
que será lançado com objetivo de qualificar em voo: o sistema de separação entre os motores do primeiro e segundo
estágios; as novas redes de comando, controle, telemetria e pirotécnica; o
sistema de navegação inercial – SISNAV; a estabilidade de queima e acendimento,
sob aceleração, do motor S43 do segundo estágio; e ainda, realizar medições
diversas das condições de voo e de vibração do veículo, avaliar os meios de
solo do CLA e aferir as estações de monitoramento remoto. Para executar essa
missão, somente os propulsores da parte baixa desse veículo serão ativos.
Até 2016 (sem recursos garantidos) - Voo tecnológico XVT-02
Será um veículo
completo, que executará um voo tecnológico, com todas suas funcionalidades e
com todos os estágios ativos. Serão qualificados: a nova arquitetura da rede
elétrica em malha fechada, com computador de bordo nacional; sistema de
separação e queima dos motores do terceiro e quarto estágios; a atuação do
sistema de rolamento e estabilização e inserção em órbita de uma carga
tecnológica. O SISNAV, sistema inercial autônomo desenvolvido no IAE e avaliado
no voo do VSISNAV, será a plataforma de navegação principal do veículo.
O V04 será o protótipo
do VLS-1 em sua versão final, visando à qualificação de tipo do veículo. Todos
os sistemas serão baseados na configuração derivada do XVT-02. O objetivo macro
do V04 é o de cumprir voo completo, colocando um satélite brasileiro em órbita
equatorial terrestre.
OUTROS PROJETOS
O VLS-1 não é o único projeto de lançador em desenvolvimento no Brasil. No Programa de Atividades Espaciais, o Veículo de Lançamento de Microssatélites (VLM) aparece com previsão de qualificação em 2015.
VLM, VLS-1 e VLS-Alfa (todos da ordem de 20m de altura, semelhante a um prédio de seis andares)
Em sua primeira versão,
o foguete VLM, de três estágios a propelente sólido, teria capacidade de lançar
cargas de 150 quilos em órbita baixa. Há ainda o VLS-ALFA, para satélites de
até 500kg, previsto para 2018, e o VLS-BETA, para satélites de até 800 quilos,
previsto para 2020. É importante lembrar que essas datas constam de um
cronograma sujeito a limitações orçamentárias, como [há décadas vem sofrendo] o VLS-1.
Também em
desenvolvimento, o Cyclone-4 é um foguete ucraniano que tem previsão de ser
lançado em 2014 da base de Alcântara, em uma parceria binacional. O Brasil
oferece o Centro de Lançamentos, e a Ucrânia, o foguete - sem transferência de
tecnologia.”
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