Muita gente conhece o Siqueira pelo terminal de ônibus que leva o mesmo nome do bairro. O que é um engano. “Todo mundo pensa que Siqueira é pra lá, mas não tem nada a ver, porque ali é Vila Peri”, explica a comerciante Nádia Leite, 45.

De fato, o bairro Siqueira só começa mais de dois quilômetros após o terminal, para quem segue em direção a Maracanaú pela avenida Osório de Paiva. O que acontece é que os bairros daquela região também são conhecidos por “Grande Siqueira”.

Só que a falta de terminal não exclui o Siqueira de possuir um modal de transporte. O bairro é um dos poucos de Fortaleza a contar com um aeródromo nos seus limites. “Sempre tem gente voando aí”, comenta dona Nádia.

A pista de pouso nasceu do sonho do comerciante e piloto de passeio Gerardo Feijó. Segundo Cícero Cândido de Lima, administrador técnico do aeródromo Feijó, o piloto vislumbrou a construção do equipamento ao perceber que o aeroclube do Alto da Balança perderia espaço com a construção do novo terminal do aeroporto Pinto Martins - isso no fim da década de 1990.

“Ele comprou esse terreno (no Siqueira), com 29 hectares, e começou a murar”, relembra Lima. De acordo com ele, naquela época, a região era pouco habitada. “Daqui (aeródromo), a gente via a avenida Osório de Paiva, pois não tinha casa. Hoje, o bairro engoliu o aeródromo”, salienta.

A construção do aeródromos foi iniciada em 1997. Mas Gerardo não veria o projeto concluído, pois faleceu em 1999. Coube a esposa Socorro e aos filhos dar continuidade à construção. A inauguração oficial foi em dezembro de 2002. Segundo Lima, em média, são realizadas cinco decolagens e pousos por dia.