A Marinha do Brasil está construindo o primeiro submarino brasileiro
com propulsão nuclear. As peças estão chegando da França e o Bom Dia
Brasil mostra em primeira mão as imagens deste desafio.
Um submarino, aquela arma de guerra discreta que passa despercebida
debaixo d´água, também é capaz de transformar paisagens. Em uma área de
750 mil metros quadrados, no município de Itaguaí, Baixada Fluminense,
um estaleiro e uma base naval estão sendo construídos.
A intenção é que, até 2017, tudo esteja pronto. O investimento no
projeto até lá beira os R$ 8 bilhões. Ao todo, o Brasil vai fabricar
cinco submarinos: quatro convencionais e um com propulsão nuclear, que
só deve ser usado pela Marinha a partir de 2025.
Um deles até que já tem cara de submarino. As primeiras peças acabaram
de chegar da Europa e ainda recebem os últimos retoques. Mas cair na
água para a fase de testes só em 2015.
Esse projeto começou a ser sonhado pela Marinha na década de 1970. Mas o
programa de desenvolvimento de submarinos só veio à tona em 2008,
quando Brasil e França assinaram um contrato. Pelo acordo, algumas
partes dos submarinos são fabricadas na França, com a participação de
profissionais brasileiros.
Mais de 200 brasileiros já foram treinados pelos franceses e outros
continuam aprendendo o processo de fabricação. Mas a Marinha garante: a
parceria não vai além disso.
“Toda a transferência de tecnologia, de construção, tudo isso vem dos
franceses, exceto a parte nuclear, que é inteiramente brasileira”,
explica o coordenador do programa de submarinos, almirante Gilberto Max
Hirschfeld.
Embora o combustível do submarino seja nuclear, as armas não serão.
Só de olhar as primeiras peças, já dá para perceber que se trata de uma
estrutura e tanto. Depois de prontos, os submarinos convencionais vão
pesar 1,7 toneladas, e o submarino nuclear, seis toneladas. Mas essas
robustas máquinas de guerra também dependem de muita sensibilidade.
E não estamos falando da alta tecnologia que vai embarcada. Chegando
perto, a gente vê que a chapa de aço, além de especial, é absolutamente
lisa, sem imperfeições, que poderiam afetar a estabilidade e a
velocidade do veículo mais rápido do fundo do mar.
Viviane Arantes, que já era soldadora, voltou a aprender. E percebeu
que um submarino exige conhecimentos mais profundos. “Já requer muita
atenção para que dê tudo certo, pelo material ser diferente e a gente
não estava acostumada no Brasil. A responsabilidade é bem maior”,
confessa.
Quem mergulhou nesse mercado vê além do horizonte. Até todos os submarinos ficarem prontos, trabalho é o que não vai faltar.
Do G1
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