Uma explosão na madrugada desta quarta-feira a bordo de um submarino militar indiano de propulsão a diesel e elétrica pode ter provocado a morte dos 18 marinheiros a bordo, em um grave revés para a Marinha do país, que moderniza seu equipamento obsoleto. A explosão aconteceu depois da meia-noite em um estaleiro de Mumbai, costa oeste do país, onde o navio estava atracado. O INS Sindhurakshak afundou quase totalmente, segundo a Marinha.
Mergulhadores que entraram no submarino não detectaram nenhum sinal de vida, anunciou o comandante do Estado-Maior da Marinha, D. K. Joshi. Mas ele não descartou a possibilidade de um bolsão de ar, onde a tripulação poderia estar refugiado. "Os sinais são negativos, mas não podemos renunciar à esperança", disse.
O ministro indiano da Defesa, A.K Antony, chamou o acidente de "maior tragédia dos últimos anos".
A emissora NDTV exibiu imagens da explosão, que iluminou o céu no estaleiro. "A causa é desconhecida", declarou Narendra Kumar Vispute, porta-voz do Exército.
O acidente aconteceu poucos dias depois da apresentação pelas autoridades indianas, com muita festa, do primeiro porta-aviões fabricado no país, assim como de uma série de testes com o primeiro submarino nuclear fabricado na Índia.
O país investe bilhões de dólares para modernizar seu antigo equipamento militar, que data da época da extinta União Soviética. Segundo outro porta-voz militar, PVS Satish, o submarino era operacional e transportava torpedos e mísseis.
O submarino foi comprado da Rússia em 1997 e era desatualizado, afirmou à AFP Rahul Bedi, analista de defesa que trabalha para a revista especializada Jane's. "Este tipo de nave não tem saída de emergência em caso de acidente, ao contrário dos submarinos mais modernos" explicou.
Um porta-voz da empresa russa Zviezdochka, responsável pela reforma do submarino, disse que ele era operacional e que os engenheiros haviam resolvido todos os problemas.
Para C. Uday Bhaskar, ex-oficial da Marinha indiana e ex-diretor da Fundação Marítima Nacional, o acidente representa um "sério revés", o pior que poderia acontecer aos submarinos.
Em fevereiro de 2010, um incêndio foi declarado a bordo do mesmo submarino, quando estava atracado em Visakhapatnam (estado de Andhra Pradesh, sul), acidente que deixou um morto.
O Exército abriu uma investigação. Uma fonte da Marinha, que pediu anonimato, citou o sistema de propulsão da nave como uma das causas possíveis. Mas uma fonte militar e diplomática russa, citada pela agência Interfax, disse que não é possível descartar um ato terrorista por ocasião da festa nacional indiana, em 15 de agosto.
Do Terra

Mergulhadores da Marinha da Índia resgataram nesta sexta-feira os corpos de cinco dos 18 tripulantes do submarino que explodiu na cidade portuária de Mumbai, informou à Agencia Efe uma fonte oficial.
"Estão sendo realizados grandes esforços para recuperar os corpos dos outros 13 marinheiros e esperamos encontrar mais nas próximas horas", afirmou uma fonte oficial não identificada à agência "Ians".
A Marinha disse que é "improvável" que algum membro da tripulação seja encontrado com vida por causa, segundo eles, "do estado dos corpos encontrados e das condições nas quais o submarino se encontra".
Os corpos tirados do submarino "estão muito desfigurados e não podem ser identificados devido às graves queimaduras que apresentam", disse a Marinha, que assegurou que os corpos foram enviados a um hospital naval para identificá-los através do DNA.
O fato ocorreu na madrugada de quarta-feira em um píer militar devido a uma explosão, cuja causa é desconhecida, no interior do submarino de fabricação russa INS Sindhurakshak.
Após a explosão, aconteceu um incêndio que os bombeiros só conseguiram controlar horas depois.
As autoridades navais iniciaram uma investigação para esclarecer o ocorrido, embora tudo aponte para um acidente.
O Ministério da Defesa disse ontem que algumas partes do casco interno do submarino derreteram com o calor da explosão, o que fez com que o acesso aos compartimentos da embarcação seja agora muito complicado.
No submarino havia 18 pessoas no momento do acidente -15 marinheiros e 3 oficiais- cujos nomes foram divulgados ontem pelo Governo da Índia.
O INS Sindhurakshak é um dos submarinos que a Índia comprou de Moscou no século passado e sua renovação tecnológica tinha terminado na Rússia há três meses, com um custo de US$ 80 milhões.
O submarino sofreu em 2010 um pequeno incêndio que causou a morte de uma pessoa e dois anos depois foi enviado a Rusio para ser submetido a uma completa renovação.
A União Soviética, e posteriormente Rússia, é tradicionalmente o principal fornecedor militar do gigante asiático.



No entanto, nos últimos anos a Índia diversificou seus fornecedores e atualmente tem a Europa e os EUA como grandes parceiros comerciais.
A explosão é o pior acidente registrado nas últimas décadas nas Forças Armadas indianas, que são o principal importador de armamento do planeta e estão envolvidas em um custoso processo de modernização de seu arsenal e equipamentos. 
Do Terra