Este
número não surpreendeu peritos. Em sua opinião, uma quantidade menor de
militares não permitiria simplesmente concluir os programas de
transferência da responsabilidade pela segurança do país às suas Forças
Armadas e à polícia.
Entretanto,
ao que tudo indica, estas estruturas afegãs não serão deixadas sem
cobertura. O senador fez lembrar à opinião pública mais um detalhe
importante – para além de militares, “no país, segundo os dados de
fontes informados, ficarão mais de 100 mil agentes contratados
americanos tanto na esfera da garantia da segurança, como nas áreas
afins no Afeganistão e no Paquistão”. “Este pessoal não será sujeito à
redução das tropas da OTAN”.
Ainda
em maio, o jornal Fiscal Times citou números mais exatos. Em
conformidade com o último censo da Professional Overseas Contractors,
naquele momento, trabalharam no Afeganistão 110.404 pessoas contratadas,
inclusive 33.444 cidadãos americanos. Os restantes foram afegãos e
cidadãos de outros países. O jornal escrevia que “a esmagadora maioria
de pessoas foi ocupada em companhias de guarda privadas que trabalham
para o Departamento de Estado de Proteção de Diplomatas. Portanto, estas
pessoas são armadas para matar em nome do governo dos EUA”.
Após
a retirada das tropas, estas pessoas irão responder pela preparação das
Forças Armadas e da polícia do Afeganistão, pela construção de
infraestruturas e a realização de projetos de desenvolvimento e de
proteção de cidadãos neles envolvidos. De acordo com as condições do
acordo afegão-americano de parceria estratégica, assinado em verão do
ano passado, uma parte insignificante de tropas americanas ficará no
país para 2024. A maior parte dos serviços, efetuados hoje por
militares, será concluída por empreiteiros. “Este será de fato um
Exército e de fato uma presença militar”, disse ao Fiscal Times uma
analista para a política externa do Instituto Cato, Malou Innocent.
Mas
tal “Exército” será um pouco diferente. Em situações críticas, pessoas
contratadas por empresas privadas são muito menos limitadas em suas
ações em comparação com militares profissionais. Levando em conta que a
maioria de ataques a objetos e colunas de transporte são efetuados por
pequenos grupos, agentes contratos são capazes de repelir eficazmente
incursões sem pensar sobre as regras de uso de armas em vigor. Neste
caso, todas as eventuais consequências são também consideradas como
“casos particulares”. Por outro lado, como mostra a experiência, agentes
contratados têm, regra geral, boas relações com a clandestinidade
local, o que reduz ao mínimo riscos e confrontos armados.
Por
mais estranho que pareça, agentes contratos custam menos para o
orçamento. As despesas ligadas a seu alojamento e abastecimento dizem
respeito naturalmente à direção de companhias. Igualmente, o Estado não
assume compromissos no caso de sua morte ou ferimentos. Quando o
Pentágono foi acusado recentemente de desconhecer assuntos concretos de
suas empresas empreiteiras no Afeganistão, personalidades oficiais
responderam tranquilamente que o departamento militar coloca “tarefas
estratégicas”, pelo cujo cumprimento respondem executores privados.
Segundo
os dados do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (Center for
Strategic and International Studies), em 2011 o Ministério da Defesa
dos EUA gastou 375 bilhões de dólares para contratos em comparação com
163 bilhões de dólares em 2000. Pelo visto, a subcontratação torna-se
popular em guerra.
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