O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, pediu nesta quinta-feira à Argentina que "considere" e "resolva" os obstáculos ao comércio bilateral que têm o poder de "contaminar" uma ampla e proveitosa relação mútua.
Figueiredo fez o pedido em uma reunião com seu colega argentino, Héctor Timerman, disse à Reuters uma fonte diplomática, no momento em que as relações entre os dois países sofrem com travas ao comércio impostas pelos argentinos.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLg6pIE7eD3eGGbLYkwUNo58M-u49M6TWBnWsYtsoDoeqU6l8qcBiHeSRzuvOsrEZXDve9aPMi651OgZd22ZMiFE3Tcp8NbRrfI6gPvC2eX4KLjT3_9_f5-ifBNOl6sN2PVqdxeJFBa1M/s400/11769893901329067361brasil-argentina.jpg"É preciso ver os problemas com naturalidade, mas também é preciso considerá-los e resolvê-los para que não contaminem a relação", disse Figueiredo na reunião, segundo a fonte que também esteve presente no encontro.
Figueiredo, que faz sua primeira viagem à Argentina desde sua posse no mês passado, elogiou a expansão do comércio bilateral, que quintuplicou desde 2002 para atingir 34,5 bilhões de dólares anuais no ano passado.
Contudo, indicou que o sistema argentino para autorizar importações tem um impacto negativo na comunidade empresarial e na opinião pública brasileiras, detalhou a fonte.
A Argentina exige aos países que ingressam no país com bens que enviem ao governo a autorização de uma permissão chamada Declaração Juramentada Antecipada de Importação (DJAI).
O sistema tem dificultado o fluxo de mercadorias ao país, que aplica um rígido controle de capital e busca proteger seu superávit comercial, uma vez que tem praticamente fechado o acesso aos mercados voluntários de crédito.
Autoridades brasileiras se queixaram de "desvios de comércio" que acabaram beneficiando produtos asiáticos.
A Argentina é o terceiro maior sócio comercial do Brasil, mas é o principal mercado para os produtos brasileiros industrializados.
Figueiredo também manteve reuniões em Buenos Aires com o ministro do Planejamento Federal, Julio De Vido, e se reuniria com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite desta quinta-feira.

Do UOL