O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, pediu nesta
quinta-feira à Argentina que "considere" e "resolva" os obstáculos ao
comércio bilateral que têm o poder de "contaminar" uma ampla e
proveitosa relação mútua.
Figueiredo fez o pedido em uma reunião com seu colega
argentino, Héctor Timerman, disse à Reuters uma fonte diplomática, no
momento em que as relações entre os dois países sofrem com travas ao
comércio impostas pelos argentinos.
"É preciso ver os problemas com naturalidade, mas
também é preciso considerá-los e resolvê-los para que não contaminem a
relação", disse Figueiredo na reunião, segundo a fonte que também esteve
presente no encontro.
Figueiredo, que faz sua primeira viagem à Argentina
desde sua posse no mês passado, elogiou a expansão do comércio
bilateral, que quintuplicou desde 2002 para atingir 34,5 bilhões de
dólares anuais no ano passado.
Contudo, indicou que o sistema argentino para autorizar
importações tem um impacto negativo na comunidade empresarial e na
opinião pública brasileiras, detalhou a fonte.
A Argentina exige aos países que ingressam no país com
bens que enviem ao governo a autorização de uma permissão chamada
Declaração Juramentada Antecipada de Importação (DJAI).
O sistema tem dificultado o fluxo de mercadorias ao
país, que aplica um rígido controle de capital e busca proteger seu
superávit comercial, uma vez que tem praticamente fechado o acesso aos
mercados voluntários de crédito.
Autoridades brasileiras se queixaram de "desvios de comércio" que acabaram beneficiando produtos asiáticos.
A Argentina é o terceiro maior sócio comercial do
Brasil, mas é o principal mercado para os produtos brasileiros
industrializados.
Figueiredo também manteve reuniões em Buenos Aires com o
ministro do Planejamento Federal, Julio De Vido, e se reuniria com a
presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite desta quinta-feira.
Do UOL
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