A presidente Dilma Rousseff disse ter pedido ao presidente Barack
Obama "tudinho, em inglês 'everything'" sobre a espionagem dos
americanos no Brasil. No encontro entre eles na Rússia, em 6 de
setembro, ela exigiu saber dos Estados Unidos muito mais do que está
sendo publicado na imprensa. E a presidente não queria um pedido de
desculpas, mas uma solução rápida para o caso.
Nesta quarta-feira, a Casa Branca entregou a Dilma uma resposta
evasiva, praticamente sem explicação nenhuma, algo como um "anything".
Segundo Susan Rice, conselheira de segurança nacional dos EUA, disse que
os americanos vão trabalhar com o Brasil para lidar com as preocupações causadas pelo vazamento de informações de que o país espionou Dilma e invadiu a rede de computadores da Petrobras.
Susan esteve reunida com o chanceler brasileiro, Luiz Alberto
Figueiredo, para discutir questões envolvendo o Brasil nos documentos
vazados pelo ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional
(NSA) Edward Snowden. Figueiredo viajou aos EUA especialmente para tratar da denúncia de espionagem com o governo americano.
"Vamos continuar a trabalhar juntos em uma agenda comum de
iniciativas bilaterais, regionais e globais", informa a nota da Casa
Branca. Segundo o governo americano, Rice expressou a Figueiredo que os
EUA entendem que algumas reportagens recentes sobre o caso "distorceram
nossas atividades", mas que algumas delas levantam "questões legítimas
para nossos amigos e aliados sobre como essas atividades são aplicadas".
Promessa - O comunicado da Casa Branca foi emitido dentro do prazo de cinco dias prometido
por Obama a Dilma em encontro durante reunião do G20, em São
Petersburgo, na Rússia, na última sexta-feira. "Obama assumiu
responsabilidade direta e pessoal pela investigação das denúncias de
espionagem", disse a presidente.
Na ocasião, Dilma voltou a dizer que pretende acionar a Organização
das Nações Unidas (ONU) sobre a espionagem internacional: "Irei à ONU
propor uma nova governança contra invasão de privacidade". Ela havia
cogitado procurar respaldo da ONU quando documentos secretos da Agência
de Segurança Nacional dos EUA (NSA) vazados pelo ex-agente Edward Snowden revelaram a espionagem sobre e-mails e telefonemas em geral no país e a existência de uma base da agência em Brasília - negada pela embaixada dos EUA.
De Veja
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