O tema aqui é vigilantismo global versus privacidade sob o que
resta de soberania além do marco constitucional. Um tema complexo, e
insistente. Para uma perspectiva adequada precisamos então de bom
fôlego, o que busco com o aporte de análises geopolíticas quase sempre
desprezadas pela mídia mainstream, praticamente invisíveis nela. E com uma análise semiológica dessa invisibilidade, como pano de fundo.
A primeira ajuda vem – graças à internet – do escritor argentino Adrian Salbuchi, num artigo onde ele analisa o relatório “Riscos Globais 2013“
publicado pelo Fórum Econômico Mundial. Relatório que começa pelo
óbvio: o aumento da violência social e colapso político, financeiro e
monetário no Ocidente, falta de alimentos e água potável que se agrava
em muitos lugares, e, o favorito das elites que ali congregam, o
“terrorismo global”.
Mas o que sua análise destaca não são os riscos óbvios, e sim a
artilharia de “propostas aos governos” para enfrentá-los, que faria uso
de um tipo insólito de munição, ali chamada “fatores X”. Vindo de quem
vem e de quem as divulga, tais propostas devem ser levadas muito a
sério, diz Salbuchi. Completando que, se quisermos entender o momento
atual, fará bem ler detidamente não só este, mas também outros
relatórios do mesmo grupo. Com muita atenção nas entrelinhas, pois elas,
lembrando Goethe, sinalizam as sombras de eventos futuros. Afinal,
aqueles que são hoje os verdadeiros donos do poder global na Terra estão
entre os que encomendam, escrevem ou leem com atenção esses relatórios,
enquanto estão também em posição de promover e controlar tais eventos
de acordo com seus desejos.
Fundado em 1971, o Fórum Econômico Mundial constitui um nó fundamental
na rede dos agentes do poder global que, como observou o
primeiro-ministro britânico Benjamin Disraeli, no final do século 19,
administra “dos bastidores” o planeta.
O Fórum Econômico Mundial é presidido por Klaus Schwab, diretor da
Comissão Trilateral de David Rockefeller, função que lhe dá acesso
direto às mais poderosas personagens da elite global: Rockefellers,
Bushes, Soros, Kissinger, Brzezinski, Rothschilds, Lazards, Harrimans,
Montbattens, Warburgs, Schiffs, Bourbons, Oranges... Os agentes do poder
global estão na verdade executando o seu plano de impor dos bastidores
um governo mundial sobre toda a humanidade, através da concepção,
planejamento e execução de macromudanças que precisam ser aplicadas em
todos os países, a cada um na medida necessária e no devido tempo,
conforme o processo de privatização do poder avança em todo o mundo.
Respirar juntos
No relatório, esses agentes enfatizam duas mudanças fundamentais: a
reengenharia dos estados nacionais, e a introdução no imaginário
coletivo do que ali chamam “fatores X”. Podemos observar que esse
imaginário começa a sofrer sensíveis mudanças, conducentes à dócil
aceitação coletiva dos principais “fatores X” – do segundo em particular
–, com os efeitos do “caso Edward Snowden”, que se desdobram desde
junho de 2013. Conforme argumentaremos ao examinarmos alguns desses
fatores, tais mudanças são assim conducentes num sentido ilustrado; por
exemplo, pela forma como a identificação de autoria dos ataques com
armas químicas em julho de 2013 na Síria vem sendo publicamente
comunicada e assimilada.
A palavra “conspirar” formou-se no latim pela contração de cum (junto) e spirare (respirar),
com o sentido de concordar. Depois ganhou, no direito romano, um
sentido mais específico, o de concordar secretamente com outrem em fazer
mal a alguém. Hoje o correspondente substantivo, além de denotar o ato
de conspirar em sentido específico, serve também como senha para quem
queira ignorar más notícias que não pode indolentemente verificar. Ou,
para conotar desejo de ataque ou desprezo a mensageiros dessas más
notícias. Devem seguir nesta leitura, então, aqueles que se excluírem
dessa indolência ou desejo, pois o fio condutor deste artigo se tece de
percepções de riscos desse tipo, abstraíveis do caso Snowden.
Depois da denúncia de que o vigilantismo global inclui rastreamento das
comunicações da presidente do Brasil, seu ministro das Comunicações
sugeriu que se expandisse o projeto de um serviço de e-mail nacional,
pela empresa dos Correios, para que incluísse um sistema de
criptografia, e a empresa aceitou. Mas será que os Correios vão terceirizar isso, como fez – ao estilo mãe-joana – o mesmo ministro com o Plano Nacional de Banda Larga? Porém, logo veio a denúncia seguinte, de que o vigilantismo global (via NSA americana e GCHQ britânica) coopta grandes empresas de informática para
sabotarem produtos comerciais com criptografia, tornando tal técnica
neles inócua contra seus métodos exclusivos. Como fica, então, nossa
nação?
O futuro do Estado Nacional
Saluchi nos contextualiza: numa publicação de 2011 intitulada Lições de todo o mundo: Conselho da Agenda Global sobre o Futuro do Governo e do Estado,
o Fórum Econômico Mundial repete a receita que o diretor do Council on
Foreign Relations,Richard Gardner, já ditava de Nova York há quase
quarenta anos: “Erodir pouco a pouco os Estados soberanos”. Recomenda a
todos os governos e estados “alinhar-se para o futuro respondendo às
condições rapidamente mutantes e às expectativas dos cidadãos,
construindo uma capacidade de operar efetivamente em redes complexas e
interdependentes de sistemas e organizações em todos os setores público,
privado e sem fins lucrativos, a fim de gerar valor público”.
O relatório “Riscos Globais 2013” acrescenta quais seriam hoje os
ingredientes necessários à receita para esse alinhar-se: um modelo de
Estado mais raso, mais maleável, mais eficiente e mais tecnológico [em
inglês, “flatter, agile, streamlined and tech-enabled”,o que
nos dá a sigla FAST [em português, RÁPIDO]. Traduzindo esse jargão
neoliberal para um português clássico desideologizado desse
fundamentalismo dogmático:
>> Flatter = mais raso, o que quer dizer: com menos autoridade e menos soberania;
>> Agile = mais maleável, isto é, mais controlável por fluxos financeiros;
>> Streamlined = “eficientizado”, ou seja, com menos importância geopolítica e menos poder;
>> Tech-enabled = mais tecnológico, no sentido de mais
dependente de donos, operadores e controladores dos processos de
pesquisa, desenvolvimento e aplicação tecnológica e/ou de suas
estratégias negociais.
Se traduzirmos também em termos práticos, o recado curto e grosso é o
seguinte: cada nação deve entrar na linha, perfilando-se tipo “RÁPIDO”,
na fila para o governo mundial ou se preparar para sofrer as
consequências.
As funções inalienáveis de qualquer governo nacional de um Estado que
se quer soberano, basicamente as de promover o bem comum para a grande
maioria do povo, acima de interesses de minorias – nacionais ou não –
que detêm poder excessivo e que estão agora entrincheirados em suas
estruturas públicas e privadas, e de defender o interesse nacional
popular dos perigos e ameaças que surgem e crescem no mundo de hoje,
precisamente por causa das ações dessas minorias usurpadoras que reinam
poderosas em todo lugar – as quais nossa Constituição expressa nos
artigos 1º e 5º – estão portanto ameaçadas; mas, pior, gerando risco
para os povos se levadas a sério por quem deveria representá-los em
governo.
Os presidentes Vladimir Putin da Rússia e Xi Jinping, da China,
entendem isso muito bem, e por isso pisam em ovos sem pisar na bola.
Outros governantes, porém, não aprenderam essa lição fundamental, ou
parecem não querer aprender, ou fingem que não a entendem, entrando na
respectiva fantasia e vivendo um desses papéis de bobos da corte. Mas só
enquanto essas funções decorativas forem úteis ao governo mundial – o
que não deve durar muito, pois houve, entre os efeitos pós-Snowden, uma
queda das luvas e máscaras de bom-mocismo na ciberguerra: não dá mais
para disfarçar que tal forma de guerra está em curso, nem os interesses
sombrios e hegemônicos que nela se camuflam em combate ao cibercrime ou
ao terrorismo.
Truques docilizantes
Para entender essa nova modalidade de guerra, cujo único desfecho
possível será a consolidação de um governo mundial tirânico, conforme
essa agenda de perfilamento “RÁPIDO” controlada pelos verdadeiros donos
do poder hoje na Terra, busco a ajuda de uma publicação militar em um
dos países do bloco BRICs. Em 2011, dois oficiais da Academia Militar do
Exército de Libertação Popular chinês assim a descrevem, em inglês:
“(...) Assim como a guerra nuclear era a guerra estratégica da era
industrial, a ciberguerra é a guerra estratégica da era da informação; e
esta se tornou uma forma de batalha massivamente destrutiva, que diz
respeito à vida e morte de nações... Uma forma inteiramente nova,
invisível e silenciosa, e que está ativa não apenas em conflitos e
guerras convencionais, mas também se deflagra em atividades diárias de
natureza política, econômica, militar, cultural e científica... Os alvos
da guerra psicológica na internet se expandiram da esfera militar para a
esfera pública... Nenhuma nação ou força armada pode ficar passiva e se
prepara para lutar a guerra da internet.”
Esta destruição começa pela privacidade, cuja escassez só vai ser
valorizada pela psique coletiva quando a tirania global no mundo
pós-Snowden ao final se instalar. Voltando aos “Riscos Globais 2013”, o
comando desse perfilamento “RÁPIDO” prossegue, explicando os passos para
sua execução: “Alinhar o sistema de administração pública com os
requisitos do novo modelo de ‘governos FAST’, com base em fatores tais
como a redução da força de trabalho, necessário para construir
organizações enxutas e governos que possam sobreviver na Nova
Ordem Mundial” (sic). Essa voz de comando também prescreve fórmulas para
autoavaliação do resultado, isto é, do comportamento de cada um na
fila:
“Os autores do relatório convocam os Governos para o desafio de
projetar e implementar duas novas formas complementares de avaliar o
desempenho de governo. O primeiro conjunto de medidas é uma abordagem
holística para o desenvolvimento do governo sobre os quatro eixos do
modelo FAST. A segundo conjunto de medidas se concentra em como medir o
valor que essas transformações proporcionam aos cidadãos.”
Ou seja, fórmulas para autocensura orwelliana no teatro decisivo da ciberguerra, que é o front psicológico.
Tudo isso mais parece vir de um relatório anual corporativo do que de
uma análise geopolítica para estadistas. Porém, se traduzirmos “governo”
para “corporação” e “cidadãos” para “clientes” a confusão se desfaz, ao
percebemos que se trata de um plano executivo para erigir governos de
fachada privatizados. Cidadãos tangidos para consumir até morrer, num
mundo de competição guiado pela lógica da acumulação via redução da
força de trabalho e convergência entre big government e big business. Convergência que Benito Mussolini descrevia, no albor da Segunda Guerra Mundial, como essência do fascismo.
Na verdade o “segundo conjunto de medidas” nessas fórmulas não é bem um
desafio a ser projetado; ele já está prescrito em três medidas, desde o
fim da Segunda Guerra Mundial, por George Orwell em 1984: a) Guerra é paz; b) Liberdade é escravidão; c) Ignorância é força.
Faltam ainda os tais “fatores X”, sobre os quais Salbuchi comenta:
tentando projetar mais para o futuro, a equipe do Sr. Schwab – editor do
relatório “Riscos Globais 2013” – trabalhou em conjunto com a revista
científica britânica Nature e conseguiram identificar uma série
de “fatores X”, dos quais cinco são verdadeiramente revolucionários se
tentarmos inferir o que pode estar por trás de sua importância para um
tal projeto hegemônico.
>> Fator 1 – “A mudança climática descontrolada:
é possível que já tenhamos passado do ponto de não-retorno e que a
atmosfera da Terra esteja rapidamente se tornando inabitável?”
Este cabe como uma luva na proposta desse projeto de se impor ao mundo
um imposto “sobre o carbono”. O aparato fiscal para executá-la
legitimaria um proto-regime jurídico que evoluirá para o de um governo
mundial, o qual servirá como ferramenta de poder consentido em instância
supranacional para controle das nações. Seria uma repactuação social
hobbesiana para controle de cada país, região, cidade e indivíduo,
designando-lhes quotas de “crédito” de carbono com base no seu “rastro”
de emissão de uma substância natural que pode ser poluente. O que
permitirá a esse regime controlar em todo o mundo, acima de qualquer
governo nacional, quais atividades são permitidas e quais não são.
Daí para a consolidação visível de um governo mundial fica faltando
apenas, digamos, pendurar o guiso no gato: unificar o comando militar
das forças armadas existentes no planeta, para a missão que a voz de
comando desse perfilamento “RÁPIDO” vem chamando de “defesa global”.
Unificação da qual a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte),
em sua insaciável sanha expansionista – que em nosso continente corteja a encantada Colômbia –,
ensaia-se como protótipo. Porém, como diria Mané Garrincha, falta ainda
combinar com os russos e com os chineses, pelo menos. Então são
necessários mais fatores para esta “agenda orwelliana”.
>> Fator 2 – “Melhoras significativas em conhecimentos e habilidades: dilemas éticos equivalentes ao doping em
esportes poderão ser ampliados para a vida diária; isso pode
desencadear uma espécie de ‘corrida armamentista’ rumo ao aprimoramento
neuronal em tropas de combate”.
Como traduzir “aprimoramento neuronal”? Todo progresso científico e
tecnológico poderia ser dominado por uma rede global de centros de
pesquisa em alta tecnologia, controlados por megacorporações
multinacionais. Temos já um exemplo visível no agronegócio, na colocação
de sementes geneticamente modificadas por empresas como a Monsanto,
associada à criminalização do comércio de sementes nativas para plantio
forjada em tratados internacionais como o UPOV. Mas é no domínio das
tecnologias de informação e comunicação (TIC), para o teatro da
ciberguerra, que este “fator” se torna mais decisivo. Todos querem se
sentir seguros, ainda mais na era da informação, mas o que é segurança?
Segurança é ao mesmo tempo um processo e um sentimento, e a experiência
nos ensina que não se deve confundir esses dois planos. Temos então que
separar aqui seus dois possíveis sentidos. Vejamos um exemplo, naquela
denúncia de que o vigilantismo global ubiquamente viola e-mails, que
acaba de alvoroçar o governo brasileiro: um sentido aí é o de que, se um
sistema robusto de criptografia ponto-a-ponto for bem utilizado com
e-mails, isto seja eficaz para proteger a privacidade de quem vier a
usá-lo, contra ataques de quem controla os meios de transmissão; o
outro, é o de que isto seja eficaz para induzir quem vier a usá-lo a
crer que sua privacidade nesses e-mails estaria assim adequadamente
protegida.
A ciberguerra, a meu ver, é antes uma forma de contrarrevolução digital, cujo paradigma é “como pode ser a virtualização destrutível”, e seu front decisivo
é na psique coletiva. Mais precisamente no teatro da segurança, onde se
encenam relações entre os dois planos desta. Na esfera virtual, onde a
confiança em instituições é elemento crucial para se manipular em massa
atitudes pessoais frente às TIC, e onde armas neurolinguísticas são
eficazes, o teatro da segurança é facilmente confundido com o próprio
processo, o que torna o front psicológico decisivo nessa nova forma de guerra. Que é global, que passa pela cooptação da mídia mainstream e dos principais fornecedores de TIC, e que parece ser invisível mas não é só.
Vejamos um exemplo mais concreto de operação nesse front, com
manipulação massiva de atitudes pessoais frente às TIC. O imaginário
coletivo sofre sensíveis mudanças com a aventura épica de um hacker traidor-herói,
que arrisca a própria vida e foge para revelar ao mundo o escopo do
vigilantismo global, que ele conhece por dentro. Aí não dá mais para
negar, de sã consciência ou cara limpa, credibilidade ao que narra
Snowden, como antes se fingia. Então, um mês depois, somos convidados a
aceitar como fato uma hipótese de autoria dos ataques com armas químicas
na Síria, oferecida por quem busca pretextos para anular esse Estado
cujo governo teima em defender sua soberania, recusando sua vez naquela fila.
Contrariando a lógica e o instinto de sobrevivência do governo sírio,
que havia sido ameaçado com uma “linha vermelha” mortal ao se por em
vantagem na guerra aos rebeldes/terroristas, como conduzir a dócil
aceitação coletiva de sua responsabilidade por um ataque que cruza tal
linha? Com a mágica do fator 2: o vigilantismo global, como todo o mundo
pós-Snowden sabe, é tão extenso e profundo que o comando para
perfilamento ao governo mundial teve como saber exatamente quem lá
ordenou o ataque com armas químicas – mas esse “exatamente” não pode ser
revelado a incrédulos, pois isso poria em risco métodos e fontes de tão
valioso e irreversível instrumento do poder atual. Seria já a “defesa
global”, quem sabe?
Na dúvida, entra em cena a mídia mainstream, a legitimar tal
instrumento com truques neurolinguísticos, para uma dócil aceitação
coletiva. Do exemplo da Síria temos a tosca permuta de hipótese por fato
na TV Globo e na revista Veja, mas do exemplo anterior
destacamos, pela sutileza didática, um desses truques docilizantes: na
escolha do verbo ao intitular notícia no portal duma multinacional de
telecom, na véspera do Dia da Pátria. “Brasil tenta burlar a NSA com novos cabos e satélite“.
Burla pressupõe algo ilegítimo ou ilegal, aqui justo ao revés do que
enquadra e exige os artigos 5º e 1º da Constituição Federal. Em
sociedades adestradas para cultuar fascínio pelas TIC, essa forma de
legitimação/deslegitimação tem boas chances de colar na psique coletiva.
Seria a vez do Brasil naquela fila, que se aproxima?
Pé da letra
>> Fator 3 – “Desenvolvimento da geoengenharia
para fins criminais. Estão em desenvolvimento tecnologias para manipular
o clima que um Estado ou indivíduo poderia usar de forma unilateral.”
De forma multilateral ou para fins bélicos, pode? O projeto HAARP
(sigla em inglês para Programa de Pesquisa para o Aurora Ativa de Alta
Frequência) tem bases instaladas no Alasca e na Noruega, onde
aparentemente estão sendo testadas certas travessuras em diferentes
partes do planeta. Quem ainda não o conhece, põe-se em bom momento de conhecê-lo tendo
lido até aqui. Tudo indica que as instalações do HAARP têm o potencial
de gerar ondas eletromagnéticas estacionárias de alta energia que podem
ser projetadas em frentes estacionárias na atmosfera sobre determinadas
áreas geográficas, gerando o efeito de bloquear ou retardar o movimento
natural das correntes climáticas que produzem chuva.
Dessa forma, tais experimentos podem causar excesso de chuva na lado
anterior dessas barreiras estacionárias (gerando inundações) e escassez
de chuva do lado posterior dessas frentes de ondas invisíveis (gerando
secas). Também, como sabem os geólogos, certas ondas eletromagnéticas de
alta potência podem ser moduladas na frequência exata para produzir
ressonância em placas tectônicas que estão “prestes a romper”. Assim,
para quem tem os dados exatos, armas HAARP poderiam também ser usadas
para precipitar terremotos e tsunamis em regiões onde tais eventos
estariam prestes a ocorrer por acúmulo de tensão no contato de placas
tectônicas. Para os que resistirem ao perfilamento “RÁPIDO” com o fator
2.
>> Fator 4 – “O custo da longevidade: avanços
médicos estão prolongando a expectativa de vida, mas os serviços médicos
geriátricos são muito caros no longo prazo. Cobrir os custos associados
com a velhice será uma grande luta.”
Como seria travada essa “luta”? Para isso já existe um outro projeto que se ocupa dos detalhes, o PNAC (Project for the New American Century). No PNAC, os falcões da direita política norte-americana, os neocons, traçam linhas de ação rumo a um governo mundial, dentre as quais uma agenda de “despopulação” (sinônimo em doublespeak para genocídio), prescrita no National Security Study Memorandum nº 200 (Kissinger Report)
à guisa de solução para a vindoura escassez de recursos naturais no
planeta. Embora a agenda PNAC de despopulação seja conducente à atual
pressão para se atacar a Síria, não sabemos até onde ela se alinharia
com a agenda que, controlada dos bastidores, parece comandar o
perfilamento “RÁPIDO”.
Pois na medida em que os neocons se mantêm focados em traços
nacionalistas do seu ambicioso projeto hegemônico (PNAC), tornam-se
alvos automáticos dos demais elitistas que também são hoje donos do
poder, e que também se sentem donos do mundo e da agenda mundialista – a
qual precisa ser única para ter sucesso –, devido à firme resistência neocon ao
autoperfilamento “RÁPIDO”, até mesmo no fim da fila. Para entender até
onde essas duas agendas mundialistas – que podemos chamar de orwelliana
(mais difusa e antiga) e neocon (centrada nos EUA) – podem ou
não convergir, buscarei o aporte duma outra fonte de análise
geopolítica, por sua substancial interseção cognitiva com a dogmática da
agenda neocon.
As poderosas elites orwelliana e neocon convergem
dogmaticamente em várias frentes, inclusive quanto à importância do
fator 5 (adiante), mas suas divergências existem – e turvam seu convívio
– a partir de influências das doutrinas pós-tribulacionista e
amilenarista de um pretenso fundamentalismo cristão no pensamento neocon.Pretenso
pois tais doutrinas a meu ver são apostásicas, e portanto cristianismo
falsificado, mas mesmo assim com seu papel nele profético a cumprir.
Papel onde bem se encaixa a agenda PNAC de despopulação, para os que
queiram tomar o (auto?)cumprimento de profecias apocalípticas em suas
próprias mãos. Para o aporte semiológico final, convém antes examinarmos
o fator 5.
>> Fator 5 – “A descoberta de vida
extraterrestre: evidências da existência de vida inteligente em outros
lugares do universo teria profundas implicações psicológicas dos
sistemas de crenças da humanidade”.
Haveria manobra mais convincente para imposição, da noite para o dia,
de um governo mundial? Um truque neurolinguístico mais eficaz para dócil
aceitação coletiva de uma necessária “defesa global”? Com inimigo
temido de todos, pois alienígena, haverá? Já houve até balão de ensaio,
soprado por um pioneiro neocon: em 1987, num discurso na ONU, o
então presidente Ronald Reagan perguntou: “Quão rapidamente nossas
diferenças em todo o mundo acabariam se nós enfrentamos uma ameaça
alienígena de fora de nosso mundo? E eu me pergunto se uma força
alienígena já não está entre nós”. Qualquer “solução” demandaria uma
representação unificada, com autoridade para negociar ou comandar por
toda humanidade.
Estariam os neocons jogando com “profecias” autorrealizáveis,
tentando manipular com seus poderes as da única religião que há milênios
nos dá, através delas, um teste que será definitivo sobre o absoluto
teor de suas verdades? Pois as minuciosas profecias sobre os últimos
dias desse mundo de Snowden, ou se cumprirão todas ao pé da letra,
confirmando inclusive como as anteriores se cumpriram, ou não. Se o PNAC
for inspirado em profetadas, ensoberbecido com teses
pós-tribulacionistas ou amilenaristas, neocons e orwellianos
estariam, sem saber, cumprindo também a profecia da “operação do erro”
em 2º Tessalonicenses 2:8-12, se a do arrebatamento da verdadeira igreja
de Cristo cumprir-se antes da Grande Tribulação e esta aí vier.
Sem volta
E os orwellianos, de sua parte, estariam acomodados ou incomodados com
essa forma de influência dogmática na ideologia de poder dos neocons?
Esta é uma questão delicada, que creio pertinente ao caso Snowden, para
a qual uma intuição adequada pode sinalizar contornos da sombra de
eventos futuros de que fala Goethe. Para abordá-la recorreremos a outros
relatórios, estes produzidos por Doug Hagmann, fundador da Network
Intelligence Northeast, um investigador privado nos EUA que produz o
programa em áudio ”Hagmann & Hagmann Report“,
na internet. Pelos anos, Hagmann cultivou várias fontes no aparelho de
inteligência dos EUA, que estão, como diz, aterrorizadas com o que está
por acontecer ao país.
Uma dessas fontes foi ouvida anonimamente em programas gravados pouco antes de 28 de agosto de 2013, e citada no artigo ”It’s All About the Money, Baby!“,
no portal Rapture Ready, que começa lembrando uma frase de Franklin
Roosevelt: em política nada acontece por acaso. O acaso aqui seria
Barack Obama se preparando para atacar mais um país do Oriente Médio que
nunca representou ameaça aos EUA, enquanto armas químicas são
encontradas em túneis conhecidos por serem usados
por rebeldes/terroristas em luta contra o governo da Síria, por soldados
do governo que lá entraram à procura de provas e foram surpreendidos
com produtos químicos no ar, com alguns hospitalizados devido à exposição ao gás sarin.
Se a TV Globo, no Fantástico, dá dois furos seguidos com
Snowden via Glenn Greenwald sobre o escopo do vigilantismo global, o
mais recente (domingo, 8/9) envolvendo espionagem comercial/industrial
vitimando a Petrobras em seus esforços no pré-sal, enquanto segue a
manada midiática alinhada à potência hegemônica, que inverte tola
hipótese por fato sobre a autoria dos ataques com armas químicas na
Síria, isso também não é acaso. A primeira vítima numa guerra, tal qual
sombra de eventos futuros, é a verdade consistente nas notícias. A fonte
de Hagmann corrobora: “...esta[mos] vendo os atos de abertura de uma
guerra global, que põe em marcha a Terceira Guerra Mundial.” Chute, não?
Prossigamos com ela.
A guerra começará na Síria e ninguém no planeta – os americanos em
particular – será deixado intocado pelo o que está prestes a acontecer.
Isso foi planejado há algum tempo e agora estamos vendo se desdobrar. Os
rebeldes/terroristas na Síria, inclusive a Al-Qaeda, vinham sendo
supridos por intermédio da embaixada norte-americana em Benghazi (na
Líbia). Quando a embaixada foi atacada esse apoio minguou, levando os
rebeldes a perder terreno para o exército sírio. Como esses rebeldes não
podem sobreviver por muito tempo sem a ajuda ocidental, vinham por isso
batendo-se em retirada no aguardo da próxima fase do plano. Ei-la agora em execução, disparada pela inversão midiática da tola hipótese por fato.
O site Guerrilla Economist relatou o seguinte sobre essa fase:
“Trata-se de uma guerra dos banqueiros internacionais. Grandes bases
militares dos EUA estão bem no trajeto do proposto oleoduto do Mar
Cáspio [que aliviaria o Irã da pressão das sanções, permitindo à Síria
vender seu petróleo no Mediterrâneo]. A receita desse oleoduto, bem como
alguma proveniente do lucrativo comércio de ópio, acabarão achando seu
caminho de volta aos bancos americanos que irão lavar o dinheiro, parte
do qual ajudará a financiar a Unocal no projeto de construção deste
oleoduto. Os bancos ganham de um jeito ou de outro” [seja com a
construção do oleoduto, seja com seu impedimento por destruição do atual
Estado sírio].
Um relativo deconhecido, Barack Hussein Obama, foi escolhido para
concorrer à presidência dos EUA em 2008, contra John McCain. Por que ele
e não Hillary Clinton? Porque os jogadores de fato, elites donas do
poder nos bastidores, precisavam de alguém que tivesse ligações com a
Irmandade Muçulmana para realizar o que entendem por necessário no
Oriente Médio. Em seguida ocorre a Primavera Árabe, que foi planejada
com anos de antecedência. Não foi ao acaso, um movimento espontâneo de
pessoas oprimidas que anseiam por democracia, mas um plano da Irmandade
Muçulmana sunita para retomar o controle do que por séculos, e até um
passado recente (antes da Primeira Guerra Mundial), foi o Império
Otomano.
Mas o plano não é simples. Síria e Irã são Estados satélites para a
Rússia, e a China também tem interesses no Irã. No Oriente Médio
toda grande potência tem interesses. Então, quem os EUA irão
enfrentar ao final se atacarem a Síria? A Rússia. Ótima idéia! Aí, o que
acontecerá? A charada vem diretamente das profecias bíblicas sobre os
últimos dias desse mundo como o conhecemos, em particular daquela em
Ezequiel 38. Nelas, ou no que estamos vendo, nada é para lutar contra o
terrorismo ou ajudar o povo da Síria. É sobre petróleo, energia e o
sistema econômico global. Para os donos do poder o conflito existe para
alcançarem seu objetivo, que é a implantação de um novo sistema
econômico, baseado numa cesta de moedas, o SDR (Direito Especial de
Saque).
Se você nada sabe sobre o SDR, basta imaginar algo como o euro, mas numa escala global (há um artigo na Investopedia explicando
isso). A guerra no Oriente Médio, particularmente na Síria, é o
catalisador para sua implantação. A Síria agora é como o truque flash
de um ato mágico. Uma vez iniciado este ato, não se poderá mais voltar
atrás. A catalisação bélica irá interromper as operações de comércio em
todo o mundo, para o início dessa conversão monetária e consequente
reviravolta econômica. Nas palavras da fonte de Hagmann, “(...) e poucos
vão vê-la chegando, ou saber o que foi que os atingiu. Quando a Casa
Branca disparar o primeiro míssil contra a Síria, este será o dia em que
o mundo como nós o conhecemos termina”.
Detalhes desconexos
O que nos traz de volta ao caso Snowden, como marco importante para
este momento histórico que vivemos, como pretende o título deste artigo.
Depois de examinarmos recente proposta do Fórum Econômico Mundial, dos
“fatores X” como munição contra “riscos globais”, chegamos à delicada
questão de até onde sua correspondente agenda mundialista, de
perfilamento “RÁPIDO”, se coaduna com a agenda mundialista autocentrada
dos neocons do PNAC. Delicada, pois de sucesso só haverá uma. Os neocons avessos à autodesnacionalização – leia-se: os que podem imprimir dólares com um mouseclick – estariam entre os que não vão ver a reviravolta econômica chegando? Vejamos como aí pode estar a sombra de Snowden.
Na primeira entrevista que concedi sobre os eventos que aqui chamamos
“caso Snowden”, em 13 de julho, destaquei uma análise que me parecia
promissora. A de um analista financeiro que é experiente inovador em
táticas especulativas para pregões eletrônicos, em entrevista que ele concedeu ao portal RT. Max
Keiser ali aponta para o cenário desse caso como ele o vê: a compania
onde Snowden trabalhava, a Booz Allen, junto com algumas associadas são
mentoras não só da privataria tucana que assolou o Brasil sob o comando
de Fernando Henrique Cardoso, mas também da manipulação que ocorre em
importantes mercados globais de juros e de câmbio, como o LIBOR e o
FOREX, e essa manipulação é o combustível que mantém o “império militar”
funcionando, supondo que Keiser se refere aí à OTAN.
A economia dos EUA por si só não consegue mais manter suas ambições
militares, e para isso essas ambições precisam manipular mercados. O
tipo de inteligência que Snowden pode mostrar como se agrega, é
fundamental para essas manipulações. Elas podem instrumentar a Booz
Allen e suas parceiras a canalizar bilhões de dólares para irrigar
campanhas militares. Então, essa fúria contra Snowden em Washington e em
Londres na verdade seria por causa de dinheiro, e não de segurança.
Keiser prossegue lembrando-nos que a Casa Branca e a casa 10 de Downing
Street sãoreféns de Wall Street, dos fundos hedge, de banqueiros corruptos e também da Booz Allen, e que as empresas parceiras no PRISM ou X-Keyscore têm incentivos financeiros para participar desse programa, além dos possíveis pedágios para acesso a dados pessoais dos seus clientes.
Os índices cobiçados são sensíveis a dados econômicos. Se a Booz Allen e
certas parceiras podem manipular esses dados, podem com isso manobrar
os índices que guiam os mercados. Incluindo preços de ações em pregões
voláteis, inclusive das suas próprias ações. Tal como depois viriam a se
queixar o New York Times e o The Guardian.
Se a Booz Allen e certas parceiras coletam informações privilegiadas,
outras parceiras podem, com tais informações, ganhar bilhões e bilhões
de dólares para o esquema. Não só com privatarias na periferia, mas
também com operações algorítmicas em pregões automatizados, que são
efetuadas por software em altíssima velocidade. Estas com enormes
volumes e quase sempre disparadas por diminutas variações de preços, uma
novidade tecnológica ainda infiscalizável e que vira e mexe dá sérios tilts. É claro – para Keiser – que os grandes bancos de Wall Street e de Londres estão fazendo isso.
Assim, toda aquela fúria persecutória contra Snowden pode ter causa em
manobras virtuais que só darão lucro – fraudulento – enquanto houver
confiança coletiva em moedas sem lastro. Não é por causa do vazamento de
segredos de Estado em si, já que isso ocorre a toda hora sem que os
delatores sejam importunados, inclusive a respeito deste caso, ou mesmo mentindo publicamente (para contrainformação), se o efeito pretendido na grande mídia for o de maquiar a imagem do governo ou de plantar falsas incriminações contra
denunciantes. Infelizmente, os EUA não têm mais dinheiro para financiar
suas guerras e aí o governo precisa recorrer à manipulação de mercados
via bisbilhotagem, e isso é a última coisa que quer vindo à tona de forma crível, por atos de um insider
cuja fuga o torna candidato a mártir. Pois o filão secreto de ouro (de
tolo) que Keiser aponta seria assim “roubado.” Eis aí o que parece um
calcanhar de Aquiles nos neocons, exposto aos parceiros/concorrentes orwellianos. Seria?
Nas sete semanas transcorridas desde então, como o conta-gotas de
revelações conduzidas por Greenwald parece ter se focado na utilidade do
vigilantismo global para espionagens de natureza industrial, comercial,
financeira e política, a análise de Keiser ganha peso e aponta para a
questão das possíveis tensões internas entre parcerias e concorrências
que delas se locupletam ou se vitimam. Em especial, para a mesma questão delicada a que chegamos acima. Como seriaa dinâmica interior dessas parcerias/concorrências?
Recorro novamente a Salbuchi. Ele não destaca qualquer divisão interna
especial na rede de poder global regida dos bastidores por elites do
planeta, como esta entre orwellianos e neocons que empiricamente aqui nomeio para clivar esse poder com o simbolismo profético, mas no artigo “Bilderberg explicado“ (24/6), ele explica:
“A estrutura de poder global que realmente rege nosso mundo constitui
uma rede complexa, que vai muito além de qualquer organização ou
entidade como o Grupo Bilderberg [ou o Fórum Econômico Mundial]. Esta
rede é composta de uma enormidade de nós: corporações multinacionais,
bancos transnacionais, impérios midiáticos, governantes subordinados,
organizações multilaterais como a ONU, Banco Mundial, FMI, grupos
lobistas, grupos públicos e privados da mais variada natureza: ONGs, think-tanks,
clubes, seitas e até mesmo – por que não, se eles fazem parte do poder
mundial – grupos mafiosos, mercenários, terroristas, cartéis de drogas e
outras organizações criminosas.”
Todos integrados em maior ou menor grau e sutileza à rede de poder
global cujos agentes costumam chamar de ”a comunidade internacional.”,
embora muitos acreditem que o Grupo Bilderberg seja o obscuro enclave
por excelência que conspira para dirigir o destino da humanidade. Ele de
fato congrega centenas de pessoas dentre as mais ricas, poderosas e
influentes da Terra com objetivos e interesses em comum, as quais,
claro, nele discutem a portas fechadas o que ninguém de fora sabe ao
certo. E que obviamente desperta crescente curiosidade na psique
coletiva desde que começou a se reunir em 1954, sempre em hotéis
exclusivos que oferecem a necessária privacidade para discutirem Sua
agenda em segredo.
Adeptos e estudiosos de teorias conspiratórias tendem a acusar esse
grupo por todos os males desse mundo atual, mas isso é na verdade um
exagero. Pois assim se tende a ver tal grupo como isolado dessa rede de
poder, quando de fato ele só ganha sentido ao inserir-se no liame que
realmente rege o mundo através dela. Todavia, a questão delicada aqui
levantada, sobre potenciais ou reais conflitos entre orwellianos e neocons, situa-se justamente na forma como tal inserção se dá, dos bilderbergers
nessa rede maior, uma vez mapeados alguns detalhes aparentemente
desconexos de eventos aludidos como caso Snowden. O que nenhum estudo
acadêmico de conspirações deve desprezar. Estudos que são legítimos não
só na área do Direito, refletidos por exemplo em tipificações penais
como estelionato, mas também na da segurança digital levada a sério.
Mente e espírito
Embora Snowden tenha fugido, já com todo o material que havia
exfiltrado do aparato de vigilantismo global onde prestava serviços
técnicos, em 20 de maio de 2013, quando passou a trabalhar de Hong
Kong para convencer jornalistas destemidos, escolhidos a dedo, a
começarem a publicar revelações sobre o escopo desse vigilantismo em
seus respectivos veículos mainstream, aprimeira dessas publicações só veio à tona em 5 de junho, no jornal The Guardian. Quando então os bilderbergers
puderam acompanhar, juntos, ao vivo, na total privacidade do seu
encontro anual, durante todos os dias do encontro de 2013 nos arredores
de Londres, os primeiros eventos e desdobramentos públicos deste caso.
Se o caso Snowden estiver sendo na verdade o primeiro catalizador da
guerra vindoura, em preparo da psique coletiva, no front psicológico da
ciberguerra, para o que virá, envolvendo alguma forma de “traição”
orwelliana aos neocons para dar-lhe cobertura (com Snowden
sabendo ou não) em sua aventura épica, cujo rastro de destruição se
concentra na credibilidade de uma moeda sem lastro que se condena ao
colapso, para a fase de reviravolta econômica na transição do dólar para
SDR como moeda de reserva de valor global nessa guerra, só teremos como
saber ao final. E só então, se for o caso, o título deste artigo, que
por enquanto se justifica pelos indícios, estará plenamente
justificado.
Entrementes, esses indícios podem continuar sendo minerados da
avalancha de escombros onde ora se escondem as verdades em notícias.
Para isso, como pesquisador acadêmico em segurança digital que leva a
sério seu ofício, guio-me por uma bússola que alguns tomam por doentia.
“Paranoia” significa, também, conflito entre mente e espírito. Em tempos
dominados por consumismo utilitarista e materialismo niilista,
doutrinas que confundem mente e espírito, tais conflitos parecem indicar
distúrbio psicológico. Mas quem acredita que mente e espírito são
coisas distintas, poderá, nessas situações, priorizar o espírito para
orientar suas crenças e conduta. Como ensina o apóstolo Paulo
em 2º Timóteo,4:3-5, pouco antes de morrer na carne.
***
Pedro Antonio Dourado de Rezende, ATC PhD em Matemática Aplicada pela
Universidade de Berkeley, é professor de Ciência da Computação da
Universidade de Brasília (UnB), coordenador do programa de Extensão
Universitária em Criptografia e Segurança Computacional da UnB, membro
do conselho do Instituto Brasileiro de Política e Direito em
Informática, ex-representante da sociedade civil no Comitê Gestor da
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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