O Governo alemão confirmou nesta segunda-feira que seus
serviços de inteligência encarregaram um helicóptero da polícia de
sobrevoar o consulado dos EUA em Frankfurt, iniciativa não aceita pela
embaixada americana ao considerá-la um ato de espionagem.
Em entrevista coletiva, o porta-voz de Chancelaria,
Steffen Seibert, não ofereceu detalhes sobre o objetivo da missão,
embora tenha deixado claro que os serviços secretos atuaram dentro de
suas competências e conforme a lei.
Segundo a revista Focus, que antecipou ontem o incidente
com os EUA, o helicóptero sobrevoou em duas ocasiões e baixa altura as
instalações do consulado para fotografar tanto o edifício como as
antenas colocadas no recinto, supostamente utilizadas pela Agência
Nacional de Segurança (NSA) americana para espionar comunicações na
Alemanha.
A missão aconteceu em 28 de agosto e, segundo publicou
hoje o jornal "Frankfurter Allgemeinen Zeitung", foi ordenada
diretamente pela Chancelaria.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores,
Andreas Peschke, disse que não recebeu nenhuma nota formal de protesto
por parte dos EUA, como a "Focus" tinha publicado, mas reconheceu que
houve uma "troca de informações" sobre o ocorrido por via telefônica com
a embaixada dos Estados Unidos em Berlim.
O sobrevoo do consulado de Frankfurt aconteceu depois
que o ex-analista da NSA Edward Snowden revelou a existência de uma
suposta espionagem em massa por parte dos EUA, com a Alemanha como um de
seus alvos prioritários.
Segundo documentos publicados pela imprensa alemã, a NSA
contava com um serviço especial de espionagem com sedes, entre outros
lugares, em Frankfurt e Viena.
O porta-voz da chanceler, Angela Merkel, rejeitou
vincular a missão do helicóptero com os documentos de Snwoden, mas
reiterou que o Governo alemão leva "muito a sério" as informações
publicadas.
Neste contexto, o porta-voz lembrou a aposta do Governo
da Alemanha para aprovar uma legislação de proteção de dados em nível
europeu, passo prévio para negociar uma regulação internacional.
Do Terra
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