No século XIX, durante o período da Armada Colonial Brasileira, as Viagens de Instrução de Guardas-Marinha eram efetuadas a bordo de navios da Esquadra, não havendo, portanto, embarcações classificadas como navios-escola. Como exemplos podemos citar a Corveta Baiana, em 1853, sob o comando do futuro Barão do Amazonas; a Fragata Niterói por diversas oportunidades; a corveta Vital de Oliveira, em 1879, ocasião em que pela primeira vez um navio de guerra brasileiro realizou uma viagem de circum-navegação; e o Cruzador Almirante Barroso [foto à direita], em 1888.


O navio-escola Benjamim Constant foi o primeiro com esta classificação. A ele se juntaram outras unidades navais que foram reclassificadas em dado momento de suas vidas operativas. Teve sua quilha batida em 1891 e foi lançado ao mar, dos estaleiros de La Seyne, em Touton, na França, em 1892. Realizou a terceira viagem de circum-navegação feita por um navio de guerra brasileiro no ano de 1902 e foi afastado do serviço ativo em 1926.

O navio-escola Almirante Saldanha foi construído pelo Estaleiro Vickers Armstrong Limited, na Inglaterra. O batimento de sua quilha e o lançamento ao mar ocorreram no ano de 1933, sendo entregue ao governo brasileiro em 11 de junho de 1934.

A partir de 1936, foi colocado à disposição da Diretoria de Hidrografia e Navegação, a fim de realizar missões de levantamentos oceanográficos, tendo sido a ela subordinado até julho de 1957.

O navio-escola Guanabara foi construído pelos estaleiros Schiffswerft & Machinenfabrik Blohm & Voss, em Hamburgo, na Alemanha, e teve sua quilha batida em 1937. O navio pertencia, anteriormente, à Marinha de Guerra Alemã com o nome de Albert Leo Schalageter. Esse navio realizou apenas uma viagem de instrução sob a bandeira alemã.

Durante a Segunda Guerra Mundial, foi empregado como transporte de tropas e refugiados no Mar Báltico, até que colidiu com uma mina submersa e foi encostado. Foi capturado pelas forças americanas durante a ocupação da Alemanha, no Porto de Bremenhavem, e posteriormente vendido ao Brasil, durante a gestão do Ministro da Marinha Sylvio de Noronha. O navio foi incorporado à Marinha do Brasil em julho de 1948. Sua baixa ocorreu em 1960.

Durante o período que serviu a Marinha, empreendeu diversas comissões de instrução em portos nacionais com os aspirantes da Escola Naval, alunos do Colégio Naval, da então Escola de Marinha Mercante do Rio de Janeiro, e com os grumetes das Escolas de Aprendizes-Marinheiros. O navio não chegou a realizar uma Viagem de Instrução de Guardas-Marinha.

O navio-escola Duque de Caxias foi, inicialmente, um navio mercante misto, construído em 1918 pelos Estaleiros William Cremp & Sons e Ship Engine Building Co., com o nome de Orizaba. Em 1932, foi incorporado à Marinha dos Estados Unidos como Transporte de Guerra e, em 1945, incorporado à Marinha do Brasil. Em 1953, foi classificado como navio-escola. Sua mostra de desarmamento ocorreu em 1958.

Construído para ser um navio-transporte, o Custódio De Mello [foto à esq.] foi lançado ao mar em 10 de junho de 1954 pelos estaleiros Ishikawajima Heavy Industries Co. do Japão, sendo incorporado à Marinha do Brasil em 6 de janeiro de 1955. Em 10 de julho de 1958, suspendeu para a sua primeira Viagem de Instrução, tendo sua última viagem sido realizada em 1986, ano em que foi desclassificado, após a ativação do navio-escola Brasil. Retornou, então, à função de navio-transporte e teve sua baixa decretada em 2002.

O navio-escola Brasil foi o terceiro navio a ostentar o nome do País. O primeiro foi um encouraçado construído em Toulon, na França, tendo sido lançado ao mar em 1865. O segundo foi um mercante incorporado à nossa Esquadra, utilizado como transporte ao início da Guerra do Paraguai.

O atual navio-escola Brasil foi incorporado à Marinha em agosto de 1986. Desloca 3.729 toneladas e tem 130,25 metros de comprimento.

As informações foram obtidas da Revista Navio-Escola Brasil – A Revista de instrução de Guardas-Marinha – VIGM. Publicação realizada pela Seção de Comunicação Social do Navio-Escola Brasil, por ocasião da XXVII VIGM 2013, cedida gentilmente pela SOAMAR-SANTOS, através de seu presidente João Cândido Bala.