O chefe do Estado-Maior da Rússia,
Valeri Gerasimov, anunciou que os militares ucranianos alocados na
Crimeia começarão a deixar a península nesta quarta-feira (26) e o farão
em um trem, sem seus armamentos e equipamentos.
"Em virtude de um acordo entre os ministérios da Defesa da Rússia e da
Ucrânia, os efetivos das Forças Armadas da Ucrânia e membros de suas
famílias sairão da Crimeia em transporte ferroviário", disse o general
russo.
Gerasimov esclareceu que "todos os militares que manifestaram seu
desejo de continuar a servir nas Forças Armadas ucranianas estão fora de
suas unidades, depois que entregaram suas armas, e se preparam para
deixar a Crimeia junto com suas famílias e pertences pessoais".
A Ucrânia,
que ordenou a retirada de suas tropas da Crimeia há dois dias, quando
já tinha perdido praticamente todas as suas unidades e navios na
península, negociou até o último momento a possibilidade de sair com
seus armamentos, veículos e equipamentos.
A vice-secretária do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia,
Victoria Siumar, explicou na terça-feira (25) que os efetivos da Marinha
serão recuados até o porto de Odessa, com destino à região de Kherson,
enquanto o restante dos militares continuará o serviço nas regiões de
fronteira.
O ex-ministro da Defesa ucraniano, Igor Teniukh, disse na terça-feira,
antes de apresentar sua renúncia, que os 4 mil soldados do país (de um
total de quase 19 mil) que desejam continuar a serviço da pátria
deixariam a Crimeia com todo o seu equipamento.
Após um fim de semana dramático para as Forças Armadas ucranianas, que
perdeu todos os seus navios, armamentos e equipamentos na Crimeia, as
203 unidades do país na península já hastearam a bandeira russa e quase
80% dos soldados ucranianos mudaram de lado, colocando-se às ordens da
Rússia, ou abandonaram o Exército.
A maior parte dos destacamentos, bases e navios de guerra que se
mantiveram leais a Kiev foram invadidos e tomados pelas forças russas
desde o último sábado (22), em meio a uma absoluta inoperância da cúpula
militar e política da Ucrânia, denunciada como negligente por muitos
oficiais ucranianos.
Pelo menos cinco oficiais ucranianos, entre eles o general Igor
Voronchenk, comandante-adjunto da Marinha para a defesa do litoral,
foram detidos pelas autoridades da Crimeia por oferecerem resistência
aos russos.
Do G1
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