O Brasil espera vender seu novo avião cargueiro militar KC-390 para a
Suécia como parte de um contrato de 4,5 bilhões de dólares para a
compra pelo governo brasileiro de 36 jatos de combate Gripen fabricados
pela empresa sueca Saab.
A Força Aérea Brasileira (FAB) afirmou nesta quinta-feira que as
compensações na oferta da Saab incluem a intenção do governo sueco de
comprar jatos KC-390, somando-se aos sinais de interesse de outros
mercados, além dos tradicionais latino-americanos, pelo novo cargueiro
brasileiro.
O KC-390, em fase de desenvolvimento na Embraer, é projetado para ser
uma alternativa mais barata e eficiente ao C130J Super Hercule, da
Lockheed Martin.
O novo jato da Embraer está com seu primeiro voo programado para o
fim do ano e recebeu compromisso antecipado de encomendas de Brasil,
Argentina, Colômbia e Chile. Na Europa, Portugal e República Tcheca
também estão envolvidos no projeto do KC-390 como parceiros industriais e
eventuais clientes.
Até o momento foram encomendados 60 novos jatos. A Embraer estima que
haja mercado para mais de 700 aviões no segmento com movimentação
estimada em mais de 50 bilhões de dólares nos próximos dez anos.
O brigadeiro-do-ar José Augusto Crepaldi, chefe do programa da Força
Aérea para compra e modernização de jatos de combate do Brasil, disse a
um comitê do Senado que as potenciais vendas à Suécia são parte das
conversações em andamento para finalizar o acordo dos jatos Gripen.
As compensações também incluem a intenção do governo sueco de comprar
o bem-sucedido avião de treinamento e ataque leve Super Tucano, que a
Força Aérea dos Estados Unidos adquiriu no ano passado para uso no
Afeganistão.
A Saab se comprometeu a transferir 100 por cento da tecnologia do
Gripen para o Brasil e estabelecer uma produção conjunta do mais recente
modelo Gripen NG na Suécia e no Brasil, em parceria com a Embraer,
disse Crepaldi.
Ele afirmou que 80 por cento da estrutura do jato serão fabricados no
Brasil, incluindo a fuselagem traseira, asas, portas e material
rodante. Os aviônicos serão feitos no Brasil pela AEL Sistemas,
subsidiária da Elbit Systems, de Israel.
A Embraer vai comercializar o Gripen para outros potenciais compradores na América do Sul e na África.
Em dezembro, o Brasil escolheu o Gripen para substituir sua
envelhecida frota de jatos de combate, um surpreendente lance para a
empresa sueca depois de notícias de que a espionagem dos Estados Unidos
no Brasil contribuíra para prejudicar as chances da norte-americana
Boeing de fechar um acordo para venda de seus jatos F/A-18. A Dassault
Aviation, da França, também estava na disputa.
Do Terra
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